Hidrozoários bênticos, em substrato artificial, como indicadores de condições ambientais na Baia de Babitonga, Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabral, Ana Caroline
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/31080
Resumo: Resumo: A Baía da Babitonga é considerada uma área de importância biológica extremamente alta e de prioridade para conservação. Entretanto, pesquisas relacionadas ao conhecimento de sua fauna, especialmente de invertebrados, são escassas. Além disso, a região vem sendo cada vez mais modificada com a influência antrópica crescente em suas margens e corpos d'água, decorrentes principalmente da atividade portuária e também da precariedade de estações de coleta e tratamento de esgotos. O presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de hidroides da Baía da Babitonga e detectar as espécies indicadoras de condições ambientais encontradas na área. Para isso foram amostrados onze locais distribuídos da entrada à região interna do estuário. As amostras foram coletadas no verão de 2010/2011 e nos invernos de 2010 e 2011. Duas metodologias foram empregadas para a amostragem: I) identificação de hidroides incrustados em dois conjuntos experimentais de placas de polietileno negro (12 x 12 cm), submersos por três meses, um no inverno de 2010 e outro no verão de 2010/2011; II) Identificação de hidroides presentes em raspagens de áreas de 10 x 10 cm da comunidade incrustante de estruturas artificiais locais (píeres, boias, flutuadores, estruturas de cultivo), amostrados no verão de 2010/2011 e inverno de 2011. Vinte e duas espécies foram identificadas, incluindo Lovenella grandis como novo registro para o Atlântico Sul, Garveia franciscana para o litoral de Santa Catarina e o estágio polipoide de Stauridiosarsia reesi para o litoral sul do Brasil. Com este trabalho, a riqueza de hidroides para o litoral de Santa Catarina atinge 58 espécies, e 25 espécies para a Baía da Babitonga. A riqueza para a Baía da Babitonga foi considerada alta, comparada à fauna de hidroides encontrada em estuários adjacentes. Somente os conjuntos experimentais de placas de polietileno foram usados para a análise de hidroides como indicadores de condições ambientais. A análise de 33 parâmetros abióticos, relacionados à água, ao sedimento e à urbanização, mostrou três grupos de diferentes condições ambientais para a Baía: Grupo I, com alta salinidade e influência antrópica não evidente, Grupo II, com alta salinidade e influência antrópica evidente e Grupo III, com baixa salinidade e influência antrópica evidente. A condição de influência antrópica evidente foi relacionada à introdução de esgoto, presença de embarcações e altas concentrações de metais pesados. O Grupo I teve a maior riqueza de espécies (19) do que os grupos II (9) e III (5). A seleção de bioindicadores seguiu primariamente os critérios de especificidade de hábitat e sensibilidade a determinadas condições ou parâmetros, conforme previsto na Análise de Valor Indicador (IndVal). Ectopleura spp. foi detectada como indicadora das condições verificadas no Grupo I, no inverno, e sua ausência nos pontos do Grupo II indicou possível sensibilidade às condições de influência antrópica. Garveia franciscana foi identificada como indicadora do grupo III, no inverno. Este resultado era esperado, uma vez que G. franciscana é essencialmente estuarina e presente em grande abundância em regiões internas de estuários. No entanto, essa espécie teve sua distribuição estendida para a região intermediária da Baía no verão, provavelmente devido à ampliação de condições ambientais da região interna para a intermediária ocasionada pela maior vazão de rios prevista para essa estação. Obelia dichotoma foi detectada como indicadora do Grupo I no verão. Clytia linearis não foi detectada como indicadora pelo IndVal, mas ocorreu em grande abundância nos grupos II e III, sugerindo tolerância às condições adversas desses locais. Esse estudo trouxe indícios de que algumas espécies de hidroides podem auxiliar na detecção de condições ambientais dentro de um estuário.
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As amostras foram coletadas no verão de 2010/2011 e nos invernos de 2010 e 2011. Duas metodologias foram empregadas para a amostragem: I) identificação de hidroides incrustados em dois conjuntos experimentais de placas de polietileno negro (12 x 12 cm), submersos por três meses, um no inverno de 2010 e outro no verão de 2010/2011; II) Identificação de hidroides presentes em raspagens de áreas de 10 x 10 cm da comunidade incrustante de estruturas artificiais locais (píeres, boias, flutuadores, estruturas de cultivo), amostrados no verão de 2010/2011 e inverno de 2011. Vinte e duas espécies foram identificadas, incluindo Lovenella grandis como novo registro para o Atlântico Sul, Garveia franciscana para o litoral de Santa Catarina e o estágio polipoide de Stauridiosarsia reesi para o litoral sul do Brasil. Com este trabalho, a riqueza de hidroides para o litoral de Santa Catarina atinge 58 espécies, e 25 espécies para a Baía da Babitonga. A riqueza para a Baía da Babitonga foi considerada alta, comparada à fauna de hidroides encontrada em estuários adjacentes. Somente os conjuntos experimentais de placas de polietileno foram usados para a análise de hidroides como indicadores de condições ambientais. A análise de 33 parâmetros abióticos, relacionados à água, ao sedimento e à urbanização, mostrou três grupos de diferentes condições ambientais para a Baía: Grupo I, com alta salinidade e influência antrópica não evidente, Grupo II, com alta salinidade e influência antrópica evidente e Grupo III, com baixa salinidade e influência antrópica evidente. A condição de influência antrópica evidente foi relacionada à introdução de esgoto, presença de embarcações e altas concentrações de metais pesados. O Grupo I teve a maior riqueza de espécies (19) do que os grupos II (9) e III (5). A seleção de bioindicadores seguiu primariamente os critérios de especificidade de hábitat e sensibilidade a determinadas condições ou parâmetros, conforme previsto na Análise de Valor Indicador (IndVal). Ectopleura spp. foi detectada como indicadora das condições verificadas no Grupo I, no inverno, e sua ausência nos pontos do Grupo II indicou possível sensibilidade às condições de influência antrópica. Garveia franciscana foi identificada como indicadora do grupo III, no inverno. Este resultado era esperado, uma vez que G. franciscana é essencialmente estuarina e presente em grande abundância em regiões internas de estuários. No entanto, essa espécie teve sua distribuição estendida para a região intermediária da Baía no verão, provavelmente devido à ampliação de condições ambientais da região interna para a intermediária ocasionada pela maior vazão de rios prevista para essa estação. Obelia dichotoma foi detectada como indicadora do Grupo I no verão. 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