Poder, controle e trabalho na Receita Estadual do Paraná
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/30334 |
Resumo: | Resumo: Este trabalho buscou ser uma contribuição a pesquisas críticas no campo da Administração, alinhando-se assim a estudos alternativos à vertente dominante funcionalista-sistêmica. Não se trata de uma crítica (reformista) qualquer, mas de uma crítica à administração enquanto forma de dominação, ou seja, trata-se de uma crítica que remete aos fundamentos teóricos e epistemológicos de uma teoria social específica, a Teoria Crítica. Nesse contexto, foi realizado um estudo de caso em uma organização pública, a Coordenação da Receita do Estado (Receita Estadual), órgão da administração direta do governo estadual paranaense que conta com cerca de mil e duzentos funcionários fiscais. A pesquisa, pautada na matriz teórico-metodológica da Economia Política do Poder (FARIA, 2003e), mesclou técnicas qualitativas (como entrevistas semi-estruturadas e observação livre) e quantitativas (questionário psicossocial) para o processo de coleta de dados, com a primazia daquelas - ou seja, trata-se de uma pesquisa de cunho essencialmente qualitativo - e buscou compreender como se dão as relações entre as formas de controle e o trabalho na organização. O controle foi aqui considerado como o conjunto de ações, por parte da organização, que visam instituir um comportamento uniformizado de seus funcionários, buscando evitar atitudes, ações e pensamentos que possam estremecer as relações de poder estabelecidas. Os resultados apontam para o fato de que a Receita Estadual adota mecanismos repressivos e sutis de controle sobre sua força de trabalho. Em que pese o controle dos funcionários pela organização receber muita ênfase em processos repressivos ou "duros", como o controle físico, normativo e disciplinar, a organização tende, já pelo menos há duas décadas, a implantar mecanismos sutis, principalmente a partir de treinamentos ideológicos e programas de modernização da gestão pública. Em que pese a intricada rede de processos de controle em ação na organização, os quais possuem conteúdos objetivos e subjetivos e se manifestam de forma inter-relacionada, pôde-se perceber que o controle não é total e absoluto: eventuais movimentos de resistência se formam, em diversos graus e situações. Desse modo, pode-se considerar a organização como um palco de lutas contraditórias e dinâmicas, apoiadas na distinção entre chefes e subordinados, entre administradores e administrados, distinção essa que nada mais é que um reflexo imediato da estrutura hierárquica, que por sua vez é o fundamento da dominação burocrática. Palavras-chave: controle, contradição, dominação, resistência, teoria crítica |
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Pires, Glauco Oscar FerraroUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Sociais Aplicadas. Programa de Pós-Graduaçao em AdministraçaoFaria, Jose Henrique de, 1950-2013-06-05T15:02:21Z2013-06-05T15:02:21Z2013-06-05http://hdl.handle.net/1884/30334Resumo: Este trabalho buscou ser uma contribuição a pesquisas críticas no campo da Administração, alinhando-se assim a estudos alternativos à vertente dominante funcionalista-sistêmica. Não se trata de uma crítica (reformista) qualquer, mas de uma crítica à administração enquanto forma de dominação, ou seja, trata-se de uma crítica que remete aos fundamentos teóricos e epistemológicos de uma teoria social específica, a Teoria Crítica. Nesse contexto, foi realizado um estudo de caso em uma organização pública, a Coordenação da Receita do Estado (Receita Estadual), órgão da administração direta do governo estadual paranaense que conta com cerca de mil e duzentos funcionários fiscais. A pesquisa, pautada na matriz teórico-metodológica da Economia Política do Poder (FARIA, 2003e), mesclou técnicas qualitativas (como entrevistas semi-estruturadas e observação livre) e quantitativas (questionário psicossocial) para o processo de coleta de dados, com a primazia daquelas - ou seja, trata-se de uma pesquisa de cunho essencialmente qualitativo - e buscou compreender como se dão as relações entre as formas de controle e o trabalho na organização. O controle foi aqui considerado como o conjunto de ações, por parte da organização, que visam instituir um comportamento uniformizado de seus funcionários, buscando evitar atitudes, ações e pensamentos que possam estremecer as relações de poder estabelecidas. Os resultados apontam para o fato de que a Receita Estadual adota mecanismos repressivos e sutis de controle sobre sua força de trabalho. Em que pese o controle dos funcionários pela organização receber muita ênfase em processos repressivos ou "duros", como o controle físico, normativo e disciplinar, a organização tende, já pelo menos há duas décadas, a implantar mecanismos sutis, principalmente a partir de treinamentos ideológicos e programas de modernização da gestão pública. Em que pese a intricada rede de processos de controle em ação na organização, os quais possuem conteúdos objetivos e subjetivos e se manifestam de forma inter-relacionada, pôde-se perceber que o controle não é total e absoluto: eventuais movimentos de resistência se formam, em diversos graus e situações. Desse modo, pode-se considerar a organização como um palco de lutas contraditórias e dinâmicas, apoiadas na distinção entre chefes e subordinados, entre administradores e administrados, distinção essa que nada mais é que um reflexo imediato da estrutura hierárquica, que por sua vez é o fundamento da dominação burocrática. Palavras-chave: controle, contradição, dominação, resistência, teoria críticaapplication/pdfPoderControle organizacionalTrabalhoTeoria críticaPessoal - SupervisãoAdministração de pessoalPoder, controle e trabalho na Receita Estadual do Paranáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - GLAUCO OSCAR FERRARO PIRES.pdfapplication/pdf3836644https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30334/1/R%20-%20D%20-%20GLAUCO%20OSCAR%20FERRARO%20PIRES.pdff9e6f273499c8cbcd03d5b3c0781bdc7MD51open accessTEXTR - D - GLAUCO OSCAR FERRARO PIRES.pdf.txtR - D - GLAUCO OSCAR FERRARO PIRES.pdf.txtExtracted Texttext/plain792688https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30334/2/R%20-%20D%20-%20GLAUCO%20OSCAR%20FERRARO%20PIRES.pdf.txt3c8396094cb5acdc431ffb25b0230befMD52open accessTHUMBNAILR - D - GLAUCO OSCAR FERRARO PIRES.pdf.jpgR - D - GLAUCO OSCAR FERRARO PIRES.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1254https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30334/3/R%20-%20D%20-%20GLAUCO%20OSCAR%20FERRARO%20PIRES.pdf.jpg14b9139b4017ff99d55a37545ab2dc8aMD53open access1884/303342016-04-08 03:37:06.46open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/30334Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-08T06:37:06Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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