Nulidade e circularidade na ontologia fundamental de Heidegger : a ontologia como fenomenologia hermenêutica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Antonio Marcus dos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/30590
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Andre de Macedo Duarte
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spelling Santos, Antonio Marcus dosDuarte, André MacedoUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia2019-11-20T13:45:31Z2019-11-20T13:45:31Z2013https://hdl.handle.net/1884/30590Orientador: Prof. Dr. Andre de Macedo DuarteDissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduaçao em Filosofia. Defesa: Curitiba, 28/03/2013Bibliografia : fls. 90-92Área de concentraçao: História da filosofia moderna e contemporâneaResumo: No início de Ser e Tempo, após estabelecer, como a meta deste tratado, a elaboração concreta da questão sobre o sentido do ser, Heidegger menciona alguns preconceitos ontológicos, formados na tradição filosófica, que seriam responsáveis pelo esquecimento de tal questão. Logo em seguida, ao assumir a hermenêutica do Dasein como ponto de partida, surgem algumas objeções metódicas, ligadas a esses preconceitos, na medida em que se pretende alcançar o sentido do ser em geral partindo da análise do modo de ser de um determinado ente, e se pressupõe a possibilidade de que este ente, que se encontra de início numa compreensão vaga e obscura de ser, alcance, a partir da análise desta compreensão, a sua própria explicitação. Partindo destas objeções, que se referem ao caráter circular do questionamento proposto em Ser e Tempo, e abordando também outros textos da década de 20, pretendemos mostrar que a explicitação do caráter hermenêutico do Dasein é em si mesma a destruição dos pressupostos ontológicos que as fundamentam. O ponto central da exposição consistirá em explicitar a relação entre o círculo hermenêutico e a nulidade de fundamento, tratada na segunda seção da obra, na qual, após recordar o risco de um possível círculo vicioso na investigação, Heidegger procura um fenômeno concreto da existência, em resposta ao qual o Dasein ultrapassa a sua dispersão cotidiana e se projeta em sua explicitação. Tal fenômeno será a consciência, cuja análise, no §58, evidencia o estar em dívida originário do Dasein, como ente que existe situado faticamente. Existência fática, por sua vez, é um modo de designar o círculo ontológico constitutivo do Dasein, que, como projeto lançado no mundo, tem a sua existência já sempre determinada pelo não, implicado no fato de não ter escolhido ser o ente que é. A dívida originária, assim, consiste em que a existência do Dasein não pode dizer a que se "deve", ou, dito de outro modo, nada fundamenta a existência, a não ser o seu próprio fato. Assim, o movimento circular da analítica existencial, que assume a compreensão de ser, já ocorrida, como seu ponto de partida - e, neste sentido, fundamento -, é justamente o reconhecimento deste nada como determinante da existência, ou seja, reconhecimento da sua nulidade (Nichtigkeit). A estrutura circular da analítica existencial é a assunção da nulidade de fundamento, e a explicitação do ser em círculo do Dasein é a explicitação desta nulidade, que tem no serpara- a-morte, que é ser para o nada da existência, o seu ponto culminante. Aproximando o tratado Ser e Tempo da conferência Que é Metafísica?, na qual Heidegger afirma que o porquê se funda na admiração do nada, podemos concluir que, em última instância, a circularidade consiste em que a busca pelo sentido de ser já é uma resposta à sua manifestação no nada - ou ao apelo da consciência -, o que nos mostra, enfim, em que sentido a hermenêutica do Dasein pretende situá-lo diante do problema ontológico fundamental, a questão do sentido do ser.Abstract: At the beginning of Being and Time, after having established the concrete elaboration of the question of the meaning of being as the goal of the treatise, Heidegger mentions some ontological prejudices which would have been the reason for the philosophical forgetfulness of this question. Immediately afterwards, when assuming the hermeneutics of Dasein as its starting point, there appear some methodical objections connected with these prejudices in so far as one intends to achieve the meaning of being in general by analyzing the mode of being of a particular being, i.e, Dasein. It is also objected that this particular being, whose understanding of being is at first vague and obscure, perhaps could not reach its own adequate explanation. Starting from these objections, which refer to the circular structure of the inquiry proposed in Being and Time, and also discussing other texts from the '20s, I intend to show that the understanding of the hermeneutic character of Dasein is itself the destruction of those ontological presuppositions upon which the referred objections were based. The central point of the exposition consists in clarifying the relation between the hermeneutic circle and Dasein's nullity of ground, discussed in the second section of the book. In this second section, after pointing out the risks of a vicious circle in the investigation, Heidegger searches a concrete phenomenon of existence in which Dasein exceeds its daily dispersion and authentically projects its own explanation. Such phenomenon is 'conscience', whose analysis, in the §58, shows the originary being-guilty of Dasein as a being whose existence is factually situated. Factual existence, in turn, designates the constitutive ontological circle of Dasein, that being which, as thrown project in the world, has its existence always already determined by a "not" that is implicated in the fact of not having chosen to be the being that it is. Original guilt is also contained in the fact that Dasein cannot tell what is the ground of his existence, since nothing justifies the existence besides his own fact. So, the circular movement of the existential analytic, departing from Dasein's understanding of being, has always already happened, since its starting point - and, in this sense, its foundation or grounds -, is precisely the recognition of this "nothingness" (Nichtigkeit) as determinant of his existence. The circular structure of the existential analytic is thus the assumption of the nullity of grounds, which has in being-towards-death, that is, in being to the nothingness of existence, its culmination point. Finally, by establishing a relationship between Being and Time and the conference What is Metaphysics?, in which Heidegger affirms that the "why-question" is founded in the admiration of nothingness, we can ultimately conclude that the hermeneutic circularity consists in the search for the meaning of Being, which in turn is already an answer to the manifestation of Dasein in his own nothingness. In other words, the call of conscience shows in which sense the hermeneutic of Dasein intends to set this being before the fundamental ontological problem, i.e, the question of the meaning of Being.92f.application/pdfDisponível em formato digitalDissertações - FilosofiaOntologiaHermenêuticaFenomenologiaFilosofiaNulidade e circularidade na ontologia fundamental de Heidegger : a ontologia como fenomenologia hermenêuticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - ANTONIO MARCUS DOS SANTOS.pdfapplication/pdf442891https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30590/1/R%20-%20D%20-%20ANTONIO%20MARCUS%20DOS%20SANTOS.pdf1fd31683db54b4605b5d9ad2bb310e7bMD51open accessTEXTR - D - ANTONIO MARCUS DOS SANTOS.pdf.txtExtracted Texttext/plain190892https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30590/2/R%20-%20D%20-%20ANTONIO%20MARCUS%20DOS%20SANTOS.pdf.txta3e34a4033423bad2005f03c43391edbMD52open accessTHUMBNAILR - D - ANTONIO MARCUS DOS SANTOS.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1260https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30590/3/R%20-%20D%20-%20ANTONIO%20MARCUS%20DOS%20SANTOS.pdf.jpg656c6b3ae62bb47b2823d656bc5724f4MD53open access1884/305902019-11-20 10:45:31.325open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/30590Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082019-11-20T13:45:31Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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