A prática em saúde mental do modelo manicomial ao psicossocial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Andréa Noeremberg
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26247
Resumo: Resumo: Pesquisa realizada com objetivo de apreender como os profissionais de enfermagem vivenciam a prática em saúde mental do modelo manicomial ao psicossocial enfocado pela reforma psiquiátrica. Trata-se de um estudo de história oral temática, desenvolvido de 2009 a 2010, em um hospital psiquiátrico público, da região metropolitana de Curitiba. Participaram seis profissionais de enfermagem: dois enfermeiros e quatro auxiliares de enfermagem. As narrativas foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada, analisadas e organizadas em categorias temáticas: 1) O ingresso de profissionais de enfermagem no modelo hospitalocêntrico; 2) A admissão do portador de transtorno mental e a precariedade das condições dos hospitais psiquiátricos; 3) A assistência e a prática da enfermagem no modelo hospitalocêntrico; 4) O comportamento do portador de transtorno mental e a precária terapêutica recebida no modelo hospitalocêntrico; e 5) Desconstruindo a lógica manicomial: potencialidades, limitações e desafios da reforma psiquiátrica. Os colaboradores narraram que, até meados de 1970, a assistência em saúde mental apresentava condições precárias, como falta de qualificação dos profissionais nos hospitais psiquiátricos, roblema de superlotação desses ambientes, isolamento estabelecido como a única modalidade de tratamento, deficiência na infraestrutura das instituições e uso de terapêuticas incipientes, que, por vezes, eram utilizadas de forma desumana e coercitiva. Todavia, referiram que, nas últimas décadas, ocorreram mudanças no atendimento ao portador de transtorno mental, trazendo benefícios que envolveram qualificação e maior quantidade e tipos de categorias dos trabalhadores, redução do número de pessoas internadas nos hospitais psiquiátricos, uma nova percepção sobre o transtorno mental e seu portador, um novo modo de se elacionar com os pacientes e modalidades terapêuticas que visam à ruptura com o modelo hospitalocêntrico com técnicas desumanas, viabilizando a humanização, a reinserção social, a autonomia e o exercício da cidadania. Apesar de manifestarem a existência de mudanças que rompem com saberes e práticas cristalizadas no contexto manicomial, os colaboradores evidenciaram lacunas para a efetivação da reforma psiquiátrica. Há um número insuficiente de serviços extra-hospitalares, faltam recursos humanos em quantidade e qualidade necessários e, em um passado muito recente, o portador de transtorno mental tem sofrido a esassistência e maus tratos. Diante dessas fragilidades, ressalta-se a necessidade de os gestores atuarem no sentido de disponibilizar número adequado de vagas em dispositivos de tratamento xtra- hospitalares, com os cuidados apropriados a todos os usuários, capacitação de recursos, bem como o preparo e cuidado da comunidade e da família para a inserção do portador de transtorno mental na ociedade.
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As narrativas foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada, analisadas e organizadas em categorias temáticas: 1) O ingresso de profissionais de enfermagem no modelo hospitalocêntrico; 2) A admissão do portador de transtorno mental e a precariedade das condições dos hospitais psiquiátricos; 3) A assistência e a prática da enfermagem no modelo hospitalocêntrico; 4) O comportamento do portador de transtorno mental e a precária terapêutica recebida no modelo hospitalocêntrico; e 5) Desconstruindo a lógica manicomial: potencialidades, limitações e desafios da reforma psiquiátrica. Os colaboradores narraram que, até meados de 1970, a assistência em saúde mental apresentava condições precárias, como falta de qualificação dos profissionais nos hospitais psiquiátricos, roblema de superlotação desses ambientes, isolamento estabelecido como a única modalidade de tratamento, deficiência na infraestrutura das instituições e uso de terapêuticas incipientes, que, por vezes, eram utilizadas de forma desumana e coercitiva. Todavia, referiram que, nas últimas décadas, ocorreram mudanças no atendimento ao portador de transtorno mental, trazendo benefícios que envolveram qualificação e maior quantidade e tipos de categorias dos trabalhadores, redução do número de pessoas internadas nos hospitais psiquiátricos, uma nova percepção sobre o transtorno mental e seu portador, um novo modo de se elacionar com os pacientes e modalidades terapêuticas que visam à ruptura com o modelo hospitalocêntrico com técnicas desumanas, viabilizando a humanização, a reinserção social, a autonomia e o exercício da cidadania. Apesar de manifestarem a existência de mudanças que rompem com saberes e práticas cristalizadas no contexto manicomial, os colaboradores evidenciaram lacunas para a efetivação da reforma psiquiátrica. Há um número insuficiente de serviços extra-hospitalares, faltam recursos humanos em quantidade e qualidade necessários e, em um passado muito recente, o portador de transtorno mental tem sofrido a esassistência e maus tratos. 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