Da fantasia ao fantasma na direção do tratamento : um estudo em Freud e Lacan
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1884/80929 |
Resumo: | Orientadora: Profª. Drª. Rosane Zétola Lustoza |
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Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaLustoza, Rosane Zétola, 1973-Araldi, Marcelo Walmir2023-04-05T21:10:43Z2023-04-05T21:10:43Z2022https://hdl.handle.net/1884/80929Orientadora: Profª. Drª. Rosane Zétola LustozaDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Defesa : Curitiba, 29/011/2022Inclui referências: p. 117-123Resumo: Neste trabalho, buscamos responder à seguinte questão: qual a relação entre o fantasma e a direção do tratamento psicanalítico das neuroses? Orientados pela proposta de Miller, de que o fantasma é como uma máquina de transformação do gozo em prazer, propusemos um percurso em Freud e Lacan. Num primeiro momento, buscamos elucidar a função da fantasia em Freud. Verificamos como Freud distingue devaneios, fantasias inconscientes e fantasias originárias. Nos valendo de uma proposta de esquematização feita por Laplanche e Pontalis da fantasia em Freud, encontramos um esteio para refletir sobre o que manteria tais fantasias ligadas umas às outras. Sustentamos a hipótese de que, em Freud, a fantasia é uma espécie de máquina de ligação (Bindung) entre processos inconscientes e (pré-)conscientes, que visa perpetuar o princípio do prazer e a integridade do eu no laço social. Nos atendo ao período que vai de 1953 à 1964 do ensino de Lacan, já em um segundo momento, passamos a situar o lugar e a função do fantasma neste ensino partindo da função da fala. Reparamos que os devaneios serão reduzidos a fantasias imaginárias do eu. O estabelecimento da relação entre fantasia e significante o conduzirá a propor o conceito de fantasma, cuja fórmula conjuga dois elementos heterogêneos em uma relação de oposição: sujeito e objeto. O fantasma será assim considerado por Lacan como uma resposta inconsciente ao que há de insondável no desejo do Outro, mas que ao mesmo tempo recusa ao sujeito reconhecer-se em sua condição de objeto desse desejo. Considerando que este sujeito é descentrado em relação ao eu, avançamos a hipótese de que o fantasma em Lacan cumpre uma função de reassegurar a eficácia do traço unário, suporte da ilusão que o sujeito tem de ser idêntico a si mesmo. A angústia constitui uma contraprova que dá respaldos a essa hipótese. Finalmente, objetivamos demonstrar como se dá a fantasmatização no curso da direção do tratamento. Propomos a hipótese de que Lacan estabelece uma equivalência entre a cadeia significante, falo e fantasma para conceber a direção do tratamento. Deste modo, argumentamos como Lacan formaliza a articulação da cadeia significante com a lógica fálica enraizando esta última via castração imaginária no fantasma. Essa lógica, considerada por Lacan como uma lógica condicional de alternância entre ser/ter o falo constitui o fulcro que torna essa articulação coesa e eficaz. É com base nisso que a operacionalização da direção do tratamento será concebida pela via de uma interpretação da demanda do Outro que, simultaneamente, aponta um gozo não-simbolizado. Esse ato analítico mobiliza o Eu não penso do fantasma. Com isso, busca-se produzir uma suspensão momentânea da estrutura já constituída de um saber não-sabido e equivocado sobre si, e que encontra seu suporte no fantasma. Se bem sucedido, esse ato teria por efeito a manifestação da angústia da confrontação com o desejo do Outro. Nesse sentido, verificamos como essas suspensões são contemporâneas da desmontagem da pulsão, atravessamentos, que Lacan toma como um efeito de despersonalização, e, que argumentamos serem estritamente correlatas da construção do fantasma.Abstract: In this work, we seek to answer the following question: what is the relationship between the phantasm and the direction of the psychoanalytic treatment of neuroses? Guided by the proposal of Miller, that the phantasm is like a machine of transformation of the jouissance in pleasure, we proposed a route in Freud and Lacan. At first, we seek to elucidate the function of fantasy in Freud. We see how Freud distinguishes daydreams, unconscious fantasies and original fantasies. Using a schematic proposal made by Laplanche and Pontalis of fantasy in Freud, we found a base to reflect on what would keep such fantasies linked to each other. We support the hypothesis that, in Freud, fantasy is a kind of binding machine (Bindung) between unconscious and (pre-)conscious processes, which aims to perpetuate the principle of pleasure and the integrity of the ego in the social bond. We attend to the period from 1953 to 1964 of the teaching of Lacan, already in a second moment, we begin to situate the place and function of the phantasm in this teaching starting from the function of speech. We notice that daydreams will be reduced to imaginary fantasies of the self. The establishment of the relationship between fantasy and signifier will lead him to propose the concept of phantasm whose formula combines two heterogeneous elements in a relation of opposition: subject and object. The phantasm will thus be considered by Lacan as an unconscious response to what is unfathomable in the desire of the Other, but which at the same time refuses the subject to recognize himself as the object of this desire. Considering that this subject is decentralized in relation to the moi, we advance the hypothesis that the ghost in Lacan fulfills a function of reassuring the effectiveness of the unary trait, support of the illusion that the subject has to be identical to himself. Anguish is a counterpoint that supports this hypothesis. Finally, we aim to demonstrate how phantmatization occurs in the course of treatment direction. We propose the hypothesis that Lacan establishes an equivalence between the significant chain, phallus and phantasm to conceive the direction of treatment. Thus, we argue how Lacan formalizes the articulation of the significant chain with phallic logic rooting the latter via imaginary castration in the phantasm. This logic, considered by Lacan as a conditional logic of alternation between being/having the phallus, is the fulcrum that makes this joint cohesive and effective. It is on this basis that the operationalization of the direction of treatment will be conceived through an interpretation of the demand of the Other that, simultaneously, points to a nonsymbolized jouissance. This analytical act mobilizes the I do not think of the phantasm. With this, it seeks to produce a momentary suspension of the structure already constituted of an unknown and mistaken knowledge about itself, and that finds its support in the phantasm. If successful, this act would have the effect of manifesting the anguish of confrontation with the desire of the Other. In this sense, we verify how these suspensions are contemporary of the dismantling of the drive, crossings, which Lacan takes as an effect of depersonalization, and that we argue are strictly correlated with the construction of the phantasm.1 recurso online : PDF.application/pdfFreud, Sigmund, 1856-1939Lacan, Jacques, 1901-1981PsicanáliseDesejo (Psicologia)Fantasia - Uso terapêuticoPsicologiaDa fantasia ao fantasma na direção do tratamento : um estudo em Freud e Lacaninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - MARCELO WALMIR ARALDI.pdfapplication/pdf1411003https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/80929/1/R%20-%20D%20-%20MARCELO%20WALMIR%20ARALDI.pdf4854ba5f44639a66c834c650147ddb80MD51open access1884/809292023-04-05 18:10:43.569open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/80929Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-04-05T21:10:43Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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