Influência do tamanho de ninhada no sucesso reprodutivo da andorinha-de-sobre-branco
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/35331 |
Resumo: | Resumo: A teoria de seleção natural prevê que o tamanho de ninhada mais comum em uma população deve ser também o mais produtivo (ótimo). Além disso, restrições de energia e tempo geram um trade-off entre reprodução atual e futura dos indivíduos. Assim, a quantidade de energia investida em uma ninhada (determinada, por exemplo, pelo número de filhotes) deve ser resultado das chances de sucesso reprodutivo futuro de um adulto e das chances de sobrevivência da prole. Aqui, investigamos se o tamanho das ninhadas da andorinha-de-sobre-branco (Tachycineta leucorrhoa, Aves) é ótimo. Uma vez que sua distribuição abrange desde áreas tropicais até temperadas do hemisfério sul, a espécie deve ser, em geral, mais longeva e ter maior dificuldade em coletar alimento durante a estação reprodutiva do que aves do hemisfério norte temperado. Logo, o esforço em criar ninhadas maiores é alto e os adultos devem privilegiar sua própria sobrevivência frente à de seus filhotes. Para testar essa predição, manipulamos tamanhos de ninhada de casais reproduzindo em caixas-ninho às margens de duas represas no Paraná. Medimos o crescimento dos ninhegos até a idade de 12 dias e a taxa de visitação pelos pais, como forma de avaliar o benefício para os filhotes e os custos para os pais do cuidado parental, respectivamente. No ano seguinte, avaliamos a taxa de retorno, a condição corporal e a fecundidade dos jovens e dos adultos, para verificar se deficiências de crescimento dos ninhegos e se o esforço parental resultaram em custos para sobrevivência e reprodução futura, como previsto pela teoria. Verificamos que filhotes de ninhadas aumentadas e controle cresceram igualmente; e que adultos intensificaram o cuidado a proles aumentadas, mantendo a taxa de alimentação por ninhego igual à natural. Descrevemos também um comportamento de visitação dos pais a ninhadas alheias, que provavelmente tem o objetivo de explorar locais futuros para ninhos e que é exibido principalmente por adultos com ninhadas reduzidas e controle. Não observamos nenhum efeito residual dos tamanhos de ninhada à fecundidade, condição corporal e taxa de retorno dos filhotes ou adultos. Em conjunto, esses resultados indicam que a) o esforço empregado durante a criação dos filhotes não gera custos reprodutivos, b) adultos conseguem criar ninhadas maiores que as naturais, logo, ninhadas não tem tamanho ótimo. Nesse caso, discute-se que talvez outras fases do ciclo reprodutivo restrinjam os tamanhos de ninhada naturais (por exemplo, a fase de postura e incubação dos ovos), ou a restrição é temporal e não energética. Ainda, deve-se avaliar o impacto da seleção de lugares para ninho para o sucesso reprodutivo futuro e de inconstâncias climáticas no sucesso ao longo da vida dos indivíduos. |
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Wischhoff, UschiUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e ConservaçãoRoper, James Joseph2014-07-02T15:25:14Z2014-07-02T15:25:14Z2014http://hdl.handle.net/1884/35331Resumo: A teoria de seleção natural prevê que o tamanho de ninhada mais comum em uma população deve ser também o mais produtivo (ótimo). Além disso, restrições de energia e tempo geram um trade-off entre reprodução atual e futura dos indivíduos. Assim, a quantidade de energia investida em uma ninhada (determinada, por exemplo, pelo número de filhotes) deve ser resultado das chances de sucesso reprodutivo futuro de um adulto e das chances de sobrevivência da prole. Aqui, investigamos se o tamanho das ninhadas da andorinha-de-sobre-branco (Tachycineta leucorrhoa, Aves) é ótimo. Uma vez que sua distribuição abrange desde áreas tropicais até temperadas do hemisfério sul, a espécie deve ser, em geral, mais longeva e ter maior dificuldade em coletar alimento durante a estação reprodutiva do que aves do hemisfério norte temperado. Logo, o esforço em criar ninhadas maiores é alto e os adultos devem privilegiar sua própria sobrevivência frente à de seus filhotes. Para testar essa predição, manipulamos tamanhos de ninhada de casais reproduzindo em caixas-ninho às margens de duas represas no Paraná. Medimos o crescimento dos ninhegos até a idade de 12 dias e a taxa de visitação pelos pais, como forma de avaliar o benefício para os filhotes e os custos para os pais do cuidado parental, respectivamente. No ano seguinte, avaliamos a taxa de retorno, a condição corporal e a fecundidade dos jovens e dos adultos, para verificar se deficiências de crescimento dos ninhegos e se o esforço parental resultaram em custos para sobrevivência e reprodução futura, como previsto pela teoria. Verificamos que filhotes de ninhadas aumentadas e controle cresceram igualmente; e que adultos intensificaram o cuidado a proles aumentadas, mantendo a taxa de alimentação por ninhego igual à natural. Descrevemos também um comportamento de visitação dos pais a ninhadas alheias, que provavelmente tem o objetivo de explorar locais futuros para ninhos e que é exibido principalmente por adultos com ninhadas reduzidas e controle. Não observamos nenhum efeito residual dos tamanhos de ninhada à fecundidade, condição corporal e taxa de retorno dos filhotes ou adultos. Em conjunto, esses resultados indicam que a) o esforço empregado durante a criação dos filhotes não gera custos reprodutivos, b) adultos conseguem criar ninhadas maiores que as naturais, logo, ninhadas não tem tamanho ótimo. Nesse caso, discute-se que talvez outras fases do ciclo reprodutivo restrinjam os tamanhos de ninhada naturais (por exemplo, a fase de postura e incubação dos ovos), ou a restrição é temporal e não energética. Ainda, deve-se avaliar o impacto da seleção de lugares para ninho para o sucesso reprodutivo futuro e de inconstâncias climáticas no sucesso ao longo da vida dos indivíduos.application/pdfDissertaçõesAve - ReproduçãoInfluência do tamanho de ninhada no sucesso reprodutivo da andorinha-de-sobre-brancoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - USCHI WISCHHOFF.pdfapplication/pdf1582217https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35331/1/R%20-%20D%20-%20USCHI%20WISCHHOFF.pdff4856961a85358e458ad0931f9d475ceMD51open accessTEXTR - D - USCHI WISCHHOFF.pdf.txtR - D - USCHI WISCHHOFF.pdf.txtExtracted Texttext/plain130390https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35331/2/R%20-%20D%20-%20USCHI%20WISCHHOFF.pdf.txt4eae42c82cbf93304d1e485137b386a8MD52open accessTHUMBNAILR - D - USCHI WISCHHOFF.pdf.jpgR - D - USCHI WISCHHOFF.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1187https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35331/3/R%20-%20D%20-%20USCHI%20WISCHHOFF.pdf.jpgff2657a00e143f1a78df7ea18abb4862MD53open access1884/353312016-04-07 03:37:45.408open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/35331Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T06:37:45Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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