Posiçao sistemática e dinâmica populacional da lula Lolliguncula brevis (Mollusca: Cephalopoda)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/34732 |
Resumo: | Posição sistemática da lula Lolliguncula brevis (Mollusca: Cephalopoda) em águas brasileiras Lolliguncula brevis (Blainville, 1823) é uma espécie costeira que se distribui amplamente no Oceano Atlântico ocidental. A espécie foi alvo de inúmeros estudos no hemisfério Norte, principalmente de natureza fisiológica e neurológica. Já em toda a América do Sul, o conhecimento sobre a espécie é escasso e resume-se a alguns estudos faunísticos e ecológicos. Entre estes estudos, foram definidas algumas inconsistências morfológicas entre as formas sul americanas e aquelas do Golfo do México que levantaram suspeitas a respeito da validade do taxa para toda sua área de distribuição geográfica. A fim de verificar (a) a variabilidade morfológica e morfométrica de L. brevis do litoral brasileiro, (b) a validade deste taxa para toda esta região e (c) sua relação com as formas do hemisfério Norte, foram examinados 196 indivíduos adultos provenientes de 11 localidades entre Recife (PE) e Florianópolis (SC). Destes exemplares foram geradas observações detalhadas da morfologia além de um conjunto de medidas corpóreas analisadas através de métodos estatísticos uni e multivariados. A variabilidade morfológica e morfométrica encontrada entre os pontos amostrados confirmaram a ocorrência dominante de uma única espécie do gênero Lolliguncula, L. brevis, na costa brasileira, destacando a existência de “morfotipos” regionais. Esses morfotipos não apresentaram um padrão latitudinal de variação. Uma possível exceção a esse padrão foi observada na localidade de Baía Sul (Florianópolis, SC), onde cinco machos examinados apresentaram hectocótilo curto e sem nenhum tipo de ventosa em sua porção distal, caracteres que diferem do observado para os demais espécimes do Brasil e também das descrições existentes. Sugere-se, a partir da baixa capacidade de locomoção dos adultos e de dispersão das paralarvas, que a espécie tenha encontrado áreas de ecotipos, principalmente em baías e estuários, que tenham favorecido essa diferenciação intra-específica. As características morfológicas e morfométricas diferenciais observadas foram suficientes para justificar a separação 2 das formas da costa brasileira daquelas do hemisfério Norte em espécies distintas do gênero Lolliguncula. Considerando que a localidade tipo de L. brevis é o Rio de Janeiro, sugere-se que as formas do hemisfério Norte devam pertencer à uma nova espécie e requeiram uma redescrição. Entre os caracteres morfológicos diferenciados observados na costa brasileira estão o pequeno tamanho, as nadadeiras atingindo cerca de 1/3 do comprimento do manto, a presença de ventosas na membrana bucal, a região mediana do manto nas fêmeas não é espessada, mesmo em fêmeas maduras, e o braço ventral esquerdo hectocotilizado dos machos mais alongado que os demais braços. Aspectos distintivos também foram observados nas desovas, pois os exemplares do hemisfério Norte liberam cápsulas alongadas que são depositadas individualmente no substrato e os do hemisfério Sul liberam cápsulas pequenas e arredondadas que se unem através de um pedúnculo, formando cachos fixados ao substrato. Embora existam caracteres diferenciados nos machos da Baía Sul (Florianópolis) que levem a sugerir a possibilidade de ocorrência de uma segunda espécie de Lolliguncula essas observações são consideradas ainda insuficientes e sugerem um estudo mais aprofundado nessa região, possivelmente o extremo da distribuição do gênero no Atlântico ocidental. CAPÍTULO II: Dinâmica populacional da lula Lolliguncula brevis (Mollusca: Cephalopoda) na Enseada de Itapocoroy, Santa Catarina. Aspectos da dinâmica populacional e da biologia reprodutiva de Lolliguncula. brevis (Blainville, 1823) são pouco conhecidos no litoral brasileiro. Alguns desses aspectos foram estudados em 381 machos e 867 fêmeas obtidas a partir da fauna acompanhante da pesca de arrasto do camarão-de-sete-barbas na Armação de Itapocoroy, litoral de Santa Catarina, no período de junho de 2003 a julho de 2004. As observações realizadas para a espécie mostraram que as fêmeas foram maiores e mais abundantes que os machos, atingindo 59 e 43 mm de comprimento do manto (CM) respectivamente. A desova ocorre ao longo do ano, sendo que indivíduos desovantes durante o outono/inverno atingem maiores tamanhos (machos 36,0 mm CM; fêmeas 48,0 mm CM) que os desovantes na primavera/verão (machos 29,0 mm CM; fêmeas 42,0 mm CM). A ausência de animais em fase de pós-desova sugere que a espécie seja semelpárea. As fêmeas são mais robustas e investem mais na reprodução que os machos. Machos transferem espermatóforos para o interior das cavidade do manto das fêmeas os quais permanecem fixos em montículos próximos à base das brânquias. A fecundidade média foi de 285 ovos/fêmea, não sendo encontrada correlação entre o comprimento do manto e o número de ovos. Tomando como base as taxas de crescimento somático e a longevidade de 200 dias, estimadas para a espécie no Golfo do México, infere-se que as concentrações de L. brevis na enseada de Itapocoroy são formadas por uma sucessão de gerações que atingem a maturação sexual e desova em épocas alternadas do ano e com diferentes tamanhos em função das condições térmicas nas fases iniciais da vida. Assim, lulas oriundas de desovas de primavera/verão, experimentam elevadas temperaturas durante os primeiros meses de vida, e podem atingir a fase desovante no período de outono/inverno seguinte com tamanhos grandes. Por outro lado, os indivíduos originados destas desovas, irão experimentar temperaturas menores e crescer lentamente atingindo a fase de desova na primavera/verão seguinte, porém com menores tamanhos. |
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A fim de verificar (a) a variabilidade morfológica e morfométrica de L. brevis do litoral brasileiro, (b) a validade deste taxa para toda esta região e (c) sua relação com as formas do hemisfério Norte, foram examinados 196 indivíduos adultos provenientes de 11 localidades entre Recife (PE) e Florianópolis (SC). Destes exemplares foram geradas observações detalhadas da morfologia além de um conjunto de medidas corpóreas analisadas através de métodos estatísticos uni e multivariados. A variabilidade morfológica e morfométrica encontrada entre os pontos amostrados confirmaram a ocorrência dominante de uma única espécie do gênero Lolliguncula, L. brevis, na costa brasileira, destacando a existência de “morfotipos” regionais. Esses morfotipos não apresentaram um padrão latitudinal de variação. Uma possível exceção a esse padrão foi observada na localidade de Baía Sul (Florianópolis, SC), onde cinco machos examinados apresentaram hectocótilo curto e sem nenhum tipo de ventosa em sua porção distal, caracteres que diferem do observado para os demais espécimes do Brasil e também das descrições existentes. Sugere-se, a partir da baixa capacidade de locomoção dos adultos e de dispersão das paralarvas, que a espécie tenha encontrado áreas de ecotipos, principalmente em baías e estuários, que tenham favorecido essa diferenciação intra-específica. As características morfológicas e morfométricas diferenciais observadas foram suficientes para justificar a separação 2 das formas da costa brasileira daquelas do hemisfério Norte em espécies distintas do gênero Lolliguncula. Considerando que a localidade tipo de L. brevis é o Rio de Janeiro, sugere-se que as formas do hemisfério Norte devam pertencer à uma nova espécie e requeiram uma redescrição. Entre os caracteres morfológicos diferenciados observados na costa brasileira estão o pequeno tamanho, as nadadeiras atingindo cerca de 1/3 do comprimento do manto, a presença de ventosas na membrana bucal, a região mediana do manto nas fêmeas não é espessada, mesmo em fêmeas maduras, e o braço ventral esquerdo hectocotilizado dos machos mais alongado que os demais braços. Aspectos distintivos também foram observados nas desovas, pois os exemplares do hemisfério Norte liberam cápsulas alongadas que são depositadas individualmente no substrato e os do hemisfério Sul liberam cápsulas pequenas e arredondadas que se unem através de um pedúnculo, formando cachos fixados ao substrato. Embora existam caracteres diferenciados nos machos da Baía Sul (Florianópolis) que levem a sugerir a possibilidade de ocorrência de uma segunda espécie de Lolliguncula essas observações são consideradas ainda insuficientes e sugerem um estudo mais aprofundado nessa região, possivelmente o extremo da distribuição do gênero no Atlântico ocidental. CAPÍTULO II: Dinâmica populacional da lula Lolliguncula brevis (Mollusca: Cephalopoda) na Enseada de Itapocoroy, Santa Catarina. Aspectos da dinâmica populacional e da biologia reprodutiva de Lolliguncula. brevis (Blainville, 1823) são pouco conhecidos no litoral brasileiro. Alguns desses aspectos foram estudados em 381 machos e 867 fêmeas obtidas a partir da fauna acompanhante da pesca de arrasto do camarão-de-sete-barbas na Armação de Itapocoroy, litoral de Santa Catarina, no período de junho de 2003 a julho de 2004. 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Entre os caracteres morfológicos diferenciados observados na costa brasileira estão o pequeno tamanho, as nadadeiras atingindo cerca de 1/3 do comprimento do manto, a presença de ventosas na membrana bucal, a região mediana do manto nas fêmeas não é espessada, mesmo em fêmeas maduras, e o braço ventral esquerdo hectocotilizado dos machos mais alongado que os demais braços. Aspectos distintivos também foram observados nas desovas, pois os exemplares do hemisfério Norte liberam cápsulas alongadas que são depositadas individualmente no substrato e os do hemisfério Sul liberam cápsulas pequenas e arredondadas que se unem através de um pedúnculo, formando cachos fixados ao substrato. Embora existam caracteres diferenciados nos machos da Baía Sul (Florianópolis) que levem a sugerir a possibilidade de ocorrência de uma segunda espécie de Lolliguncula essas observações são consideradas ainda insuficientes e sugerem um estudo mais aprofundado nessa região, possivelmente o extremo da distribuição do gênero no Atlântico ocidental. CAPÍTULO II: Dinâmica populacional da lula Lolliguncula brevis (Mollusca: Cephalopoda) na Enseada de Itapocoroy, Santa Catarina. Aspectos da dinâmica populacional e da biologia reprodutiva de Lolliguncula. brevis (Blainville, 1823) são pouco conhecidos no litoral brasileiro. Alguns desses aspectos foram estudados em 381 machos e 867 fêmeas obtidas a partir da fauna acompanhante da pesca de arrasto do camarão-de-sete-barbas na Armação de Itapocoroy, litoral de Santa Catarina, no período de junho de 2003 a julho de 2004. As observações realizadas para a espécie mostraram que as fêmeas foram maiores e mais abundantes que os machos, atingindo 59 e 43 mm de comprimento do manto (CM) respectivamente. A desova ocorre ao longo do ano, sendo que indivíduos desovantes durante o outono/inverno atingem maiores tamanhos (machos 36,0 mm CM; fêmeas 48,0 mm CM) que os desovantes na primavera/verão (machos 29,0 mm CM; fêmeas 42,0 mm CM). A ausência de animais em fase de pós-desova sugere que a espécie seja semelpárea. As fêmeas são mais robustas e investem mais na reprodução que os machos. Machos transferem espermatóforos para o interior das cavidade do manto das fêmeas os quais permanecem fixos em montículos próximos à base das brânquias. A fecundidade média foi de 285 ovos/fêmea, não sendo encontrada correlação entre o comprimento do manto e o número de ovos. Tomando como base as taxas de crescimento somático e a longevidade de 200 dias, estimadas para a espécie no Golfo do México, infere-se que as concentrações de L. brevis na enseada de Itapocoroy são formadas por uma sucessão de gerações que atingem a maturação sexual e desova em épocas alternadas do ano e com diferentes tamanhos em função das condições térmicas nas fases iniciais da vida. Assim, lulas oriundas de desovas de primavera/verão, experimentam elevadas temperaturas durante os primeiros meses de vida, e podem atingir a fase desovante no período de outono/inverno seguinte com tamanhos grandes. Por outro lado, os indivíduos originados destas desovas, irão experimentar temperaturas menores e crescer lentamente atingindo a fase de desova na primavera/verão seguinte, porém com menores tamanhos. |
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