A Presença da língua polonesa na Colônia Dom Pedro II em Campo Largo, Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Alicja Goczyla, 1980-
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/62369
Resumo: Orientadora: Prof.ª Dra. Odete Pereira da Silva Menon
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spelling Ferreira, Alicja Goczyla, 1980-Menon, Odete Pereira da Silva, 1953-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras2019-10-19T16:34:12Z2019-10-19T16:34:12Z2019https://hdl.handle.net/1884/62369Orientadora: Prof.ª Dra. Odete Pereira da Silva MenonDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 26/02/2019Inclui referências: p. 189-205Área de concentração: Estudos LinguísticosResumo: A língua polonesa é uma das línguas de imigração presentes hoje no Brasil as quais chegaram a esse país como resultado da grande onda de imigrações europeias, que ocorreu principalmente a partir da metade do século XIX até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Este trabalho tem como objetivo geral analisar a presença da língua polonesa e os níveis de competência nesse idioma dos moradores da Colônia Dom Pedro II, em Campo Largo no Paraná. O arcabouço teórico que serviu de base para esta pesquisa engloba as áreas de Sociolinguística, de Bilinguismo, de Competência de Bilíngues, de Contato Linguístico e de Manutenção e Substituição Linguística. A principal ferramenta metodológica da pesquisa foi a entrevista sociolinguística semiestruturada realizada com os moradores da Colônia de ascendência polonesa. A entrevista foi aplicada na língua polonesa ou na portuguesa em uma amostra de 48 informantes (24 mulheres e 24 homens), divididos em três faixas etárias (18-35 anos, 36-55 anos e acima de 55 anos), cada uma com 16 informantes. Após a transcrição das entrevistas, os dados obtidos foram submetidos à análise quantitativa e qualitativa. A autoavaliação de nível de competência na língua polonesa mostrou que 56% dos informantes falam e entendem bem ou muito bem (nível 3); 27% entendem bem ou muito bem e falam pouco ou não falam (nível 2); e 17% entendem e falam pouco ou não falam (nível 1). Trinta e um por cento dos informantes usam língua polonesa nas suas interações diárias, enquanto 36% nunca o fazem. A eleição da língua em situações comunicativas é influenciada principalmente pelo interlocutor, sendo os vizinhos ou os parentes mais idosos, os pais e os sogros os que mais incentivam o uso da língua polonesa. Não se observou a existência de diglossia na comunidade, onde todos os domínios, inclusive o da igreja e o da casa, estão ocupados predominantemente pela língua portuguesa. Constatou-se que a idade é o fator condicionador preponderante para a manutenção da língua polonesa e foi ela a única variável escolhida pelo programa GoldVarb na análise multivariável: os moradores de mais idade são significativamente mais competentes na língua polonesa do que os mais jovens. O baixo índice de informantes até 35 anos com o nível de competência mais alto (somente 13%, comparado com os 94% na faixa etária mais velha) é resultado de uma queda nos índices de transmissão da língua polonesa para as gerações mais novas. O fato de que os pais até 35 anos de idade não transmitem mais o idioma polonês para os seus filhos é um forte indício de que a língua em questão se encontra em um estágio avançado de substituição linguística. Entre os principais motivos do abandono da língua polonesa, os informantes mencionaram a inutilidade dessa língua tanto fora como dentro da comunidade, assim como os crescentes índices de exogamia e de heterogeneidade étnica da Colônia. Constatou-se também a importância das transformações civilizatórias (urbanização e industrialização) no entorno da comunidade a partir dos anos 1970. No entanto, destaca-se que o processo de substituição parece ter iniciado somente a partir da quarta geração nascida no Brasil, o que prova a manutenção da língua dos ancestrais na Colônia por quase cem anos; manutenção essa possível em virtude das condições socioeconômicas e de um certo isolamento da comunidade naquele período, mas também graças aos esforços e ao engajamento dos seus moradores. Palavras-chave: Língua polonesa no Brasil. Dialeto polono-brasileiro. Línguas em contato.Abstract: Polish language is one of the immigration languages present nowadays in Brazil, brought to this country as a result of an immigration wave from Europe between mid-XIX century and the beginning of the II World War. This study aims at analysing the presence of Polish language in a small rural community, Colony Dom Pedro II in Campo Largo in Paraná State, and at identifying its inhabitants' competency levels in this language. The theoretical premises of this work include research in fields of sociolinguistics, bilingualism, bilinguals' competence, language contact, as well as language maintenance and language shift. The main methodological tool employed in this research was a semi-structured sociolinguistic interview conducted among the Colony's inhabitants of Polish origin. 48 respondents (24 women and 24 men), divided in three age groups (18-35 years old, 36-55, and older than 55) were interviewed in Polish or in Portuguese. The data obtained during the interviews, after their transcription, were submitted to quantitative and qualitative analysis. The self-evaluation of the competence levels in Polish showed that 56% of the respondents speak and understand the language well or very well (level 3); 27% understand well or very well and speak little or do not speak (level 2); and 17% understand and speak little or do not speak at all (level 1). 31% use Polish language on daily basis, whereas 36% never do. The language choice in communicative situations is influenced mainly by the interlocutor. Elderly neighbours and relatives, parents and parents-inlaw are the ones who encourage the use of Polish. The existence of diglossia has not been observed in the community, where all the domains, inclusively the church and the home ones, are dominated by Portuguese. It was found that age is the most important conditioning factor for the maintenance of the Polish language. It was the only variable chosen by the GoldVarb program during the multivariate analysis: the older respondents are significantly more competent in Polish than the younger. The low index of young respondents with the highest competency level (only 13%, compared to 94% among the oldest) is a result of decrease in Polish language transmission levels to younger generations. The fact that parents below 35 years old do not transmit Polish to their children is strong indication that the language under study is at an advanced stage of language shift. The main reasons for the language abandonment mentioned by the respondents were lack of utility of Polish in and outside the community, as well as increasing exogamy index and ethnic heterogeneity of Dom Pedro II. The importance of the civilizational transformations (urbanization and industrialization) in the surrounding area, especially since 1970s, is noticeable. Nevertheless, it is worth highlighting that the language shift process appears to have started in the fourth generation born in Brazil, meaning that the ancestor language had been maintained in the community for over 100 years. This maintenance was possible because of the socio-economic conditions and some isolation of the community during that period, but also due to efforts and engagement of its inhabitants. Keywords: Polish language in Brazil. Polish-Brazilian dialect. Languages in contact.STRESZCZENIE STRESZCZENIE J?zyk polski jest jednym z j?zyków imigranckich obecnych w dzisiejszej Brazylii, który dotar? do tego kraju wraz z ogromn? fal? imigrantów z Europy, maj?c? miejsce g?ównie mi?dzy po?ow? XIX wieku i wybuchem II Wojny ?wiatowej. G?ównym celem niniejszego badania jest analiza obecno?ci j?zyka polskiego w ma?ej miejscowo?ci wiejskiej, Kolonii Dom Pedro II w Campo Largo w stanie Paraná, oraz okre?lenie poziomów kompetencji jej mieszka?ców w tym j?zyku. Za baz? teoretyczn? pracy pos?u?y?y badania z zakresu socjolingwistyki, bilingwizmu, kompetencji osób dwuj?zycznych, kontaktu j?zykowego oraz zachowania i przesuni?cia j?zykowego. G?ównym narz?dziem metodologicznym badania by?y socjolingwistyczne wywiady pó?ustrukturyzowane realizowane w?ród mieszka?ców miejscowo?ci o polskich korzeniach. Wywiady zosta?y przeprowadzone na próbie sk?adaj?cej si? z 48 respondentów (24 kobiet i 24 m??czyzn) podzielonych na trzy grupy wiekowe (18-35 lat, 36-55 i powy?ej 55 lat), po polsku lub po portugalsku. Dane uzyskane podczas wywiadów zosta?y poddane analizie ilo?ciowej i jako?ciowej. Samoocena poziomów kompetencji w j?zyku polskim wykaza?a, ?e 56% respondentów mówi w tym j?zyku i rozumie go dobrze lub bardzo dobrze (poziom 3); 27% rozumie dobrze lub bardzo dobrze i mówi troch? lub wcale (poziom 2); a 17% rozumie j?zyk polski i mówi w nim troch? lub nie mówi (poziom 1). 31% badanych rozmawia w j?zyku polskim na co dzie?, podczas gdy 36% nigdy z niego nie korzysta. Wybór j?zyka w sytuacjach komunikacyjnych jest uzale?niony od osoby interlokutora, przy czym s?siedzi i krewni w podesz?ym wieku, rodzice i te?ciowie s? rozmówcami, którzy najbardziej motywuj? do u?ywania j?zyka polskiego. Nie stwierdzono istnienia dyglosji w badanej miejscowo?ci, gdzie wszystkie dziedziny ?ycia, w??czaj?c te zwi?zane z ko?cio?em i z domem, s? zdominowane przez j?zyk portugalski. Stwierdzono, ?e czynnikiem maj?cym najwi?kszy wp?yw na zachowanie j?zyka jest wiek badanych. By?a to jedyna zmienna wybrana przez program GoldVarb w wyniku analizy wieloczynnikowej: starsi mieszka?cy Kolonii s? znacznie bardziej kompetentnymi u?ytkownikami j?zyka polskiego ni? m?odsi. Niski wspó?czynnik m?odych respondentów o wysokim poziomie kompetencji (zaledwie 13% w porównaniu z 94% w najstarszej grupie wiekowej) wynika ze spadku poziomu transmisji j?zyka polskiego. Brak przekazywania j?zyka polskiego dzieciom w?ród rodziców poni?ej 35. roku ?ycia wyra?nie wskazuje, i? badany j?zyk znajduje si? w zaawansowanym stadium przesuni?cia j?zykowego. W?ród g?ównych powodów zaniechania mówienia w j?zyku polskim wymienianych przez badanych znajduj? si?: brak u?yteczno?ci tego j?zyka w Kolonii i poza ni?, rosn?ca liczba ma??e?stw mi?dzyetnicznych oraz heterogeniczno?? etniczna miejscowo?ci. Stwierdzono równie?, ?e zmiany cywilizacyjne (urbanizacja i industrializacja) zachodz?ce w okolicach Kolonii pocz?wszy od lat 70. XX wieku odegra?y wa?n? rol? w tym procesie. Nale?y jednak zauwa?y?, ?e proces przesuni?cia j?zykowego w Dom Pedro II rozpocz?? si? prawdopodobnie dopiero przy czwartym pokoleniu urodzonym w Brazylii, co oznacza zachowanie j?zyka przodków przez ponad 100 lat. Sta?o si? tak dzi?ki warunkom socjoekonomicznym oraz pewnej izolacji spo?eczno?ci w tym okresie, lecz równie? dzi?ki wysi?kom i zaanga?owaniu mieszka?ców Kolonii. S?owa kluczowe: J?zyk polski w Brazylii. Dialekt polsko-brazylijski. J?zyki kontaktowe.216 p. : il. (algumas color.).application/pdfLingua polonesa - HistóriaImigrantes poloneses - Campo Largo (PR)BilinguismoLetrasA Presença da língua polonesa na Colônia Dom Pedro II em Campo Largo, Paranáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - ALICJA MARIA GOCZYLA FERREIRA.pdfapplication/pdf4030651https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/62369/1/R%20-%20D%20-%20ALICJA%20MARIA%20GOCZYLA%20FERREIRA.pdfc8b8a2c624ff0488e6e4f04e3829a7ecMD51open access1884/623692019-10-19 13:34:12.549open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/62369Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082019-10-19T16:34:12Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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