Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/32308 |
Resumo: | Resumo: O fitoplâncton é de grande importância para a Baía de Guaratuba, um estuário parcialmente estratificado com hidrodinâmica complexa onde são desenvolvidas atividades de pesca e aquicultura. Apesar disso, não existem estudo acerca da dinâmica espaço-temporal do fitoplâncton nessa baía, incluindo aquelas espécies potencialmente nocivas. No presente estudo, foram feitas coletas com periodicidade aproximadamente mensal, entre Outubro de 2010 e Abril de 2012, em sete estações amostrais, em locais potencialmente favoráveis ao desenvolvimento da maricultura. Foram analisadas: a concentração de nutrientes, temperatura, salinidade, turbidez, transparência da água, clorofila-a e a abundância do fitoplâncton, enumerada em diferentes grupos taxonômicos, incluindo potencialmente nocivos. O conjunto de dados levantados no presente estudo e na bibliografia permitiu dividir a baía em quatro setores: Setor interno, com salinidades < 5,0; Setor médio, correspondente à zona de mistura (salinidade entre 0 e 25) do eixo leste-oeste e com os maiores valores de clorofila-a (em geral > 5,0 ?g.L-1); Setor externo, próximo à desembocadura do estuário e sob forte influência marinha (salinidade em geral > 25,0); E Setor norte, correspondente a zona de mistura do eixo norte-sul, com forte hidrodinâmica. A concentração de silicato na Baía de Guaratuba é bastante elevada, em poucas ocasiões há limitação por nitrogênio inorgânico dissolvido, e o fosfato pode ser limitante em condições de maior pluviosidade ou de aumento na abundância do fitoplâncton. Outros parâmetros como a estabilidade da coluna d'água, temperatura, pluviosidade e a incidência de luz também são relevantes para as microalgas da baía. O fitoplâncton foi sempre dominado por diatomáceas, sendo que a contribuição relativa de dinoflagelados foi maior em condições de baixa turbulência da água. As maiores abundâncias do fitoplâncton ocorreram na primavera e verão, até 1,4 x 106 cél.L- 1 para o microfitoplâncton e 2,2 x 107 cél.L-1 para o nanoplâncton. Espécies de crescimento rápido foram mais abundantes e frequentes na Baía de Guaratuba, formando uma comunidade típica. Foram identificadas nas amostras as espécies potencialmente tóxicas Dinophysis acuminata, Dinophysis caudata, Dinophysis tripos, Pseudo-nitzschia calliantha e Pseudo-nitzschia pungens. Dinophysis spp. ocorreu em todas as épocas amostradas e a formação de estratificação na coluna d'água favoreceu o crescimento das espécies desse gênero, sempre acima da haloclina. As abundâncias encontradas de D. acuminata (até 3,2 x 10³ cél.L-1) são suficientes para proporcionar a contaminação de moluscos bivalves cultivados nesse estuário. P. calliantha e P. pungens (abundâncias até 7,3 x 104 cél.L-1) foram favorecidas pelo aumento na temperatura (entre dezembro de abril), na salinidade (>20) e na concentração de silicato, entretanto, as concentrações baixas de fosfato limitaram o crescimento dessas espécies. Maiores densidades celulares de Pseudo-nitzschia spp. dentro da baía dependem da existência de um inoculo na região costeira, transportado para o estuário por correntes de maré. Com base em nossos resultados, e no fato dessas espécies serem potenciais produtoras de toxinas diarreicas - DSP e amnésicas - ASP, recomenda-se o inicio de um programa de monitoramento de algas nocivas na Baía de Guaratuba. |
id |
UFPR_70db640a2f0639894a2863fdb74f66d8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:acervodigital.ufpr.br:1884/32308 |
network_acronym_str |
UFPR |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPR |
repository_id_str |
308 |
spelling |
Tibiriça, Carlos Eduardo Junqueira de AzevedoUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em BotânicaMafra Junior, Luiz LaurenoFernandes, Luciano Felicio2013-10-15T13:49:38Z2013-10-15T13:49:38Z2013-10-15http://hdl.handle.net/1884/32308Resumo: O fitoplâncton é de grande importância para a Baía de Guaratuba, um estuário parcialmente estratificado com hidrodinâmica complexa onde são desenvolvidas atividades de pesca e aquicultura. Apesar disso, não existem estudo acerca da dinâmica espaço-temporal do fitoplâncton nessa baía, incluindo aquelas espécies potencialmente nocivas. No presente estudo, foram feitas coletas com periodicidade aproximadamente mensal, entre Outubro de 2010 e Abril de 2012, em sete estações amostrais, em locais potencialmente favoráveis ao desenvolvimento da maricultura. Foram analisadas: a concentração de nutrientes, temperatura, salinidade, turbidez, transparência da água, clorofila-a e a abundância do fitoplâncton, enumerada em diferentes grupos taxonômicos, incluindo potencialmente nocivos. O conjunto de dados levantados no presente estudo e na bibliografia permitiu dividir a baía em quatro setores: Setor interno, com salinidades < 5,0; Setor médio, correspondente à zona de mistura (salinidade entre 0 e 25) do eixo leste-oeste e com os maiores valores de clorofila-a (em geral > 5,0 ?g.L-1); Setor externo, próximo à desembocadura do estuário e sob forte influência marinha (salinidade em geral > 25,0); E Setor norte, correspondente a zona de mistura do eixo norte-sul, com forte hidrodinâmica. A concentração de silicato na Baía de Guaratuba é bastante elevada, em poucas ocasiões há limitação por nitrogênio inorgânico dissolvido, e o fosfato pode ser limitante em condições de maior pluviosidade ou de aumento na abundância do fitoplâncton. Outros parâmetros como a estabilidade da coluna d'água, temperatura, pluviosidade e a incidência de luz também são relevantes para as microalgas da baía. O fitoplâncton foi sempre dominado por diatomáceas, sendo que a contribuição relativa de dinoflagelados foi maior em condições de baixa turbulência da água. As maiores abundâncias do fitoplâncton ocorreram na primavera e verão, até 1,4 x 106 cél.L- 1 para o microfitoplâncton e 2,2 x 107 cél.L-1 para o nanoplâncton. Espécies de crescimento rápido foram mais abundantes e frequentes na Baía de Guaratuba, formando uma comunidade típica. Foram identificadas nas amostras as espécies potencialmente tóxicas Dinophysis acuminata, Dinophysis caudata, Dinophysis tripos, Pseudo-nitzschia calliantha e Pseudo-nitzschia pungens. Dinophysis spp. ocorreu em todas as épocas amostradas e a formação de estratificação na coluna d'água favoreceu o crescimento das espécies desse gênero, sempre acima da haloclina. As abundâncias encontradas de D. acuminata (até 3,2 x 10³ cél.L-1) são suficientes para proporcionar a contaminação de moluscos bivalves cultivados nesse estuário. P. calliantha e P. pungens (abundâncias até 7,3 x 104 cél.L-1) foram favorecidas pelo aumento na temperatura (entre dezembro de abril), na salinidade (>20) e na concentração de silicato, entretanto, as concentrações baixas de fosfato limitaram o crescimento dessas espécies. Maiores densidades celulares de Pseudo-nitzschia spp. dentro da baía dependem da existência de um inoculo na região costeira, transportado para o estuário por correntes de maré. Com base em nossos resultados, e no fato dessas espécies serem potenciais produtoras de toxinas diarreicas - DSP e amnésicas - ASP, recomenda-se o inicio de um programa de monitoramento de algas nocivas na Baía de Guaratuba.application/pdfDissertaçõesFitoplancto marinhoMicroalgaMicroalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paranáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - CARLOS EDUARDO JUNQUEIRA DE AZEVEDO TIBIRICA.pdfapplication/pdf5590974https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/1/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf4504fbfeaf57322dcdea8b9a97aea7adMD51open accessTEXTR - D - CARLOS EDUARDO JUNQUEIRA DE AZEVEDO TIBIRICA.pdf.txtR - D - CARLOS EDUARDO JUNQUEIRA DE AZEVEDO TIBIRICA.pdf.txtExtracted Texttext/plain298536https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/2/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf.txta896f645d7dcdfec8bf92addbfada4b5MD52open accessTHUMBNAILR - D - CARLOS EDUARDO JUNQUEIRA DE AZEVEDO TIBIRICA.pdf.jpgR - D - CARLOS EDUARDO JUNQUEIRA DE AZEVEDO TIBIRICA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1211https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/3/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf.jpg16f1bb125a3238f006fc5064abeb5e5eMD53open access1884/323082016-04-07 04:08:04.318open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/32308Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T07:08:04Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
title |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
spellingShingle |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná Tibiriça, Carlos Eduardo Junqueira de Azevedo Dissertações Fitoplancto marinho Microalga |
title_short |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
title_full |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
title_fullStr |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
title_full_unstemmed |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
title_sort |
Microalgas potencialmente nocivas na Baía de Guaratuba, Paraná |
author |
Tibiriça, Carlos Eduardo Junqueira de Azevedo |
author_facet |
Tibiriça, Carlos Eduardo Junqueira de Azevedo |
author_role |
author |
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv |
Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Botânica Mafra Junior, Luiz Laureno |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Tibiriça, Carlos Eduardo Junqueira de Azevedo |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Fernandes, Luciano Felicio |
contributor_str_mv |
Fernandes, Luciano Felicio |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Dissertações Fitoplancto marinho Microalga |
topic |
Dissertações Fitoplancto marinho Microalga |
description |
Resumo: O fitoplâncton é de grande importância para a Baía de Guaratuba, um estuário parcialmente estratificado com hidrodinâmica complexa onde são desenvolvidas atividades de pesca e aquicultura. Apesar disso, não existem estudo acerca da dinâmica espaço-temporal do fitoplâncton nessa baía, incluindo aquelas espécies potencialmente nocivas. No presente estudo, foram feitas coletas com periodicidade aproximadamente mensal, entre Outubro de 2010 e Abril de 2012, em sete estações amostrais, em locais potencialmente favoráveis ao desenvolvimento da maricultura. Foram analisadas: a concentração de nutrientes, temperatura, salinidade, turbidez, transparência da água, clorofila-a e a abundância do fitoplâncton, enumerada em diferentes grupos taxonômicos, incluindo potencialmente nocivos. O conjunto de dados levantados no presente estudo e na bibliografia permitiu dividir a baía em quatro setores: Setor interno, com salinidades < 5,0; Setor médio, correspondente à zona de mistura (salinidade entre 0 e 25) do eixo leste-oeste e com os maiores valores de clorofila-a (em geral > 5,0 ?g.L-1); Setor externo, próximo à desembocadura do estuário e sob forte influência marinha (salinidade em geral > 25,0); E Setor norte, correspondente a zona de mistura do eixo norte-sul, com forte hidrodinâmica. A concentração de silicato na Baía de Guaratuba é bastante elevada, em poucas ocasiões há limitação por nitrogênio inorgânico dissolvido, e o fosfato pode ser limitante em condições de maior pluviosidade ou de aumento na abundância do fitoplâncton. Outros parâmetros como a estabilidade da coluna d'água, temperatura, pluviosidade e a incidência de luz também são relevantes para as microalgas da baía. O fitoplâncton foi sempre dominado por diatomáceas, sendo que a contribuição relativa de dinoflagelados foi maior em condições de baixa turbulência da água. As maiores abundâncias do fitoplâncton ocorreram na primavera e verão, até 1,4 x 106 cél.L- 1 para o microfitoplâncton e 2,2 x 107 cél.L-1 para o nanoplâncton. Espécies de crescimento rápido foram mais abundantes e frequentes na Baía de Guaratuba, formando uma comunidade típica. Foram identificadas nas amostras as espécies potencialmente tóxicas Dinophysis acuminata, Dinophysis caudata, Dinophysis tripos, Pseudo-nitzschia calliantha e Pseudo-nitzschia pungens. Dinophysis spp. ocorreu em todas as épocas amostradas e a formação de estratificação na coluna d'água favoreceu o crescimento das espécies desse gênero, sempre acima da haloclina. As abundâncias encontradas de D. acuminata (até 3,2 x 10³ cél.L-1) são suficientes para proporcionar a contaminação de moluscos bivalves cultivados nesse estuário. P. calliantha e P. pungens (abundâncias até 7,3 x 104 cél.L-1) foram favorecidas pelo aumento na temperatura (entre dezembro de abril), na salinidade (>20) e na concentração de silicato, entretanto, as concentrações baixas de fosfato limitaram o crescimento dessas espécies. Maiores densidades celulares de Pseudo-nitzschia spp. dentro da baía dependem da existência de um inoculo na região costeira, transportado para o estuário por correntes de maré. Com base em nossos resultados, e no fato dessas espécies serem potenciais produtoras de toxinas diarreicas - DSP e amnésicas - ASP, recomenda-se o inicio de um programa de monitoramento de algas nocivas na Baía de Guaratuba. |
publishDate |
2013 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-10-15T13:49:38Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2013-10-15T13:49:38Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013-10-15 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1884/32308 |
url |
http://hdl.handle.net/1884/32308 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR) instacron:UFPR |
instname_str |
Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
instacron_str |
UFPR |
institution |
UFPR |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPR |
collection |
Repositório Institucional da UFPR |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/1/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/2/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf.txt https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/32308/3/R%20-%20D%20-%20CARLOS%20EDUARDO%20JUNQUEIRA%20DE%20AZEVEDO%20TIBIRICA.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
4504fbfeaf57322dcdea8b9a97aea7ad a896f645d7dcdfec8bf92addbfada4b5 16f1bb125a3238f006fc5064abeb5e5e |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801860529123229696 |