Alimentaçao como forma de mediaçao da relaçao sociedade natureza : um estudo de caso sobre a agricultura ecológica e o autoconsumo em Turvo - PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rigon, Silvia do Amaral
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/33706
Resumo: Orientador: Luis Lopes Diniz Filho
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spelling Brandenburg, Alfio, 1949-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em GeografiaDiniz Filho, Luis Lopes, 1966-Rigon, Silvia do Amaral2024-02-05T16:51:00Z2024-02-05T16:51:00Z2005https://hdl.handle.net/1884/33706Orientador: Luis Lopes Diniz FilhoCoorientador: Alfio BrandenburgDissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias da Terra, Programa de Pós-Graduaçao em Geografia. Defesa: Curitiba, 2005Inclui bibliografia e anexosResumo: O processo de modernização da agricultura provocou mudanças no modo de vida no campo com repercussões de caráter social e ambiental, abandono de certas práticas tradicionais e em muitas situações a desestruturação de propriedades e o êxodo rural. Em contraposição, outros modelos de produção de alimentos, baseados em paradigmas que consideram a ecologia como referencial, passaram por um processo de fortalecimento e expansão nas últimas três décadas. No município de Turvo, na região centro do Paraná, a Associação de Grupos de Agricultura Ecológica (AGAECO) tem se dedicado à prática da agricultura ecológica e buscado desenvolver alternativas para a comercialização solidária de seus produtos. O processo histórico de ocupação e formação do Paraná Tradicional caracteriza a região, bem como a evidência de situações de pobreza e de insegurança alimentar. A pesquisa realizada com as famílias vinculadas à associação, procurou verificar de que forma os princípios inerentes à agricultura ecológica têm contribuído para o fortalecimento e/ou resgate de práticas tradicionais do modo de vida no campo, historicamente marcadas por uma forte integração do ser humano com a natureza, definindo-se "a alimentação" das famílias como categoria a ser estudada. Os resultados apontaram que a prática da produção para autoconsumo, considerada estratégia tradicional de reprodução dos agricultores familiares está sendo realizada por todas as famílias dos agricultores ecologistas. A disponibilidade de uma quantidade pequena de terra para a produção e de mão-de-obra familiar reduzida consiste num desafio a ser equacionado pela maioria das famílias juntamente com a visão ecológica, que necessita permear todo o processo de produção. O esforço realizado pelas famílias para produzir, consumir e vender um alimento sem veneno, incorporando novas metodologias que demandam tempo, força de trabalho e formas de organização e gestão do espaço diferenciadas constitui-se num exemplo de adesão a idéias de caráter transformador. Tais motivações apontam por sua vez a emergência de movimentos que buscam novas relações entre os seres humanos e a natureza. O processo vem promovendo o consumo de um alimento mais seguro, sem agrotóxicos, uma maior diversificação dos alimentos produzidos e consumidos, um aumento da variedade do consumo de hortaliças e uma redução no consumo de alimentos industrializados pelas famílias da AGAECO. Os agricultores consideram a produção ecológica de alimentos como uma "missão de vida." A mística presente juntamente com a cosmovisão que permeia a cultura cabocla e camponesa da região, conferem uma sacralidade ao processo de trabalho como um todo. O fato dos agricultores considerarem o alimento que produzem sem agrotóxico "sagrado" é uma evidência da presença dessa concepção. A vinculação que os agricultores demonstram pela terra e pela natureza, reforçada pelos princípios da agroecologia, confirma os aspectos já comentados. O trabalho desenvolvido pela AGAECO apresenta resultados significativos em relação à melhoria da segurança alimentar das famílias envolvidas porque conta com a incorporação de novos referenciais e ao mesmo tempo com a valorização pelas famílias ecologistas de conhecimentos camponeses ancestrais, fortalecendo a identidade e o papel dos agricultores e apontando a importância do rural enquanto espaço de convivência e interdependência do social e do natural.Abstract: The agricultural modernization process has lead to social and environmental changes to the rural life style, discontinuation of certain traditional practices and, in many a case, to the disappearance of properties and rural exodus. Nevertheless, in the last three decades, other food production processes, based on ecological paradigms, were strengthened and expanded. In the Turvo county, located in the center of Paraná State, The Associação de Grupos de Agricultura Ecológica (Association of Ecological Agriculture Groups) AGAECO - has been fostering ecological agriculture practices, and has sought to develop alternative ways for the solidary commercialization of its products. The historical process of occupation and formation of Traditional Paraná characterizes this region, also beset by poverty and food insecurities. The research, having defined "eating practices" of the families as the category to be studied, was carried out among families bound to the Association, and sought to verify how the principles inherent to ecological agriculture have contributed to the strengthening and/or recovery of traditional rural practices, which are historically marked by a strong integration between human beings and nature. The results point out that the production for domestic consumption, regarded as the traditional reproduction strategy among peasant families, is being practiced by all the ecological agriculturists' families. The availability of small plots for production and reduced family labor force present a challenge to be coped with by the majority of the families, topped off by the ecological viewpoint, which must permeate the whole production process. The effort generated by the families to produce, consume and sell pesticide-free produce, incorporating new methodologies which demand time, labor force and specialized forms of spatial organization and management, exemplify an embracement of ground braking ideas. Such motivations indicate the emergence of movements that seek to establish new relationships between man and nature. The process, in its turn, has lead to the consumption of safer, pesticide-free foods, to a larger variety of consumed and produced foods, to an increase in the variety of vegetables, a reduction in the consumption of industrialized products by the families integrated to AGAECO. Agriculturists consider the ecological food production as a "life-mission." The mystical character and the cosmic vision that permeate the peasant culture in the region lend the process a sacred character. The fact that the agriculturists regard the food they produce as "sacred" is an evidence that this conception is present. Furthermore, the ties binding these agriculturists to the Earth and nature, strengthened by the agro-ecology principles, confirm the aspects already mentioned. The work developed by AGAECO yields significant results concerning an improvement in the food security of the families involved, embedding new referential values while all the same stressing the importance of ancestral knowledge, empowering the identity and the role played by agriculturists, and highlighting the importance of the countryside as living space and as a crossroads for social and natural interdependence.xiii, 321f. : il., mapas.application/pdfDisponível em formato digitalGeografia agricola - Turvo (PR)AgriculturaSegurança alimentarProjetos de desenvolvimento agricolaGeografiaAlimentaçao como forma de mediaçao da relaçao sociedade natureza : um estudo de caso sobre a agricultura ecológica e o autoconsumo em Turvo - PRinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - SILVIA DO AMARAL RIGON.pdfapplication/pdf3702801https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/33706/1/R%20-%20D%20-%20SILVIA%20DO%20AMARAL%20RIGON.pdf9278f0c8b892163b8cc5155cf0299fb1MD51open accessTEXTR - D - SILVIA DO AMARAL RIGON.pdf.txtExtracted Texttext/plain817867https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/33706/2/R%20-%20D%20-%20SILVIA%20DO%20AMARAL%20RIGON.pdf.txt8a6de948aa7efc20a32a3b1527b1fe3cMD52open accessTHUMBNAILR - D - SILVIA DO AMARAL RIGON.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1317https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/33706/3/R%20-%20D%20-%20SILVIA%20DO%20AMARAL%20RIGON.pdf.jpge101ffc56b1e6f6198732a95183f465eMD53open access1884/337062024-02-05 13:51:00.371open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/33706Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082024-02-05T16:51Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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