Riscos de contaminação pela disposição de resíduos dos serviços de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Erbe, Margarete Casagrande Lass, 1957-
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26085
Resumo: Resumo: A vala séptica de Curitiba iniciou seu funcionamento em 1988 estando prevista a ocupação de 10.000m2, com operação somente até o final de julho de 1989. Nos anos seguintes ocorreram expansões da área ocupada. As atividades foram encerradas em abril de 2005. Durante sua operação ocorreu a disposição de mais de 62.000 toneladas de resíduos oriundos dos serviços de saúde em um sítio cujo substrato é formado por argilitos, arcóseos e caliche da Formação Guabirotuba, bem como migmatitos intemperizados do Complexo Atuba. Foram depositados materiais contaminados com microorganismos patogênicos e quimicamente ativos. Cientes da possibilidade de muitos destes contaminantes se encontrarem dissolvidos nas águas do entorno da vala séptica e pela mesma estar situada a menos de 2 km da represa do Passaúna, que é responsável por 30% do abastecimento de água de Curitiba, a pesquisa avaliou a qualidade das águas superficiais e subterrâneas do entorno do empreendimento. Foram analisados parâmetros físico-químicos e realizados bioensaios de ecotoxicidade utilizando Vibrio fischeri e Daphnia magna, que são espécies comumente utilizadas para avaliar a toxicidade da água, em um córrego e uma lagoa localizados perto do depósito. Também foi avaliado os danos ao material genético de peixes (Astyanax sp. B) que foram expostos (96h) a estas águas, empregando Alkaline comet assay e Piscine Micronucleus Test. Parâmetros, incluindo alumínio, manganês, demanda bioquímica de oxigênio, sulfeto, condutividade, fenol, coliformes totais e contagem de Escherichia coli, estavam acima dos níveis aceitáveis pela legislação ambiental. No entanto, os bioensaios de toxicidade em Vibrio fischeri, Daphnia magna e Piscine Micronucleus Test não indicaram risco imediato. Com base nos resultados do Alkaline comet assay foi possível detectar danos ao material genético em peixes que foram expostos a estas águas. Este resultado sugere que, além dos testes normalmente utilizados para avaliar a toxicidade da água, o emprego do Alkaline comet assay é necessáriopara uma análise com maior precisão. Foi constatada a persistência de coliformes totais, Escherichia coli, enterococos, clostridios sulfito redutores e Pseudomonas aeruginosa nas águas superficiais e nascentes a menos de 500m do empreendimento. Estes resultados, confrontados com os critérios adotados pelas legislações alemã e austríaca, possibilitaram sugerir a inclusão na legislação brasileira de parâmetros mais restritivos para a avaliação de microorganismos patogênicos. Na pesquisa em amostras de águas superficiais e de dois poços de monitoramento do freático, realizada pela autora no Departamento de Hidrogeologia da Universidade Técnica de Berlim, foi constatada a persistência dos fármacos: ácido clofíbrico, carbamazepina e primidona. A presença destes materiais e o estudo das legislações alemãs e brasileiras possibilitaram sugerir limites máximos para a quantidade de fármacos em águas. O ensaio geofísico pelo método da eletrorresistividade possibilitou um melhor entendimento da geologia e da estratigrafia da área, bem como suas implicações na localização e profundidade dos poços de monitoramento a serem implantados.
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