O PrInt/UFPR em uma encruzilhada de discursos em políticas linguísticas, internacionalização e decolonialidade
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1884/69741 |
Resumo: | Orientadora: Prof.a Dra. Adriana Cristina Sambugaro de Mattos Brahim |
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Guth, AlencarBrahim, Adriana Cristina Sambugaro de Mattos, 1972-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras2021-03-10T22:58:50Z2021-03-10T22:58:50Z2020https://hdl.handle.net/1884/69741Orientadora: Prof.a Dra. Adriana Cristina Sambugaro de Mattos BrahimDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 17/12/2020Inclui referências: p. 106-113Área de concentração: Estudos LinguísticosResumo: Ao passo que são promovidas mais ações para institucionalização da internacionalização do ensino superior no Brasil, aumentam também pesquisas e críticas em torno desse tema e da sua relação com as políticas linguísticas (GUIMARÃES; FINARDI; CASOTTI, 2019; KNOBEL et al., 2020; MACEDO, 2020). As maiores críticas ao modo como a internacionalização tem sido realizada no Brasil e em outros países do Sul Global são a respeito do privilégio dado às mobilidades físicas de Sul a Norte (SOUSA SANTOS; MENESES, 2010), bem como o destaque à promoção do inglês como língua da internacionalização, o que tende a favorecer o Norte Global. É a partir desse contexto mais amplo que analiso, de forma localizada, o Projeto Institucional de Internacionalização da Universidade Federal do Paraná (PrInt/UFPR), um documento resultante do Programa Institucional de Internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PrInt/Capes). O PrInt/UFPR é o documento que guia a internacionalização de alguns programas de pós-graduação da universidade por um período de quatro anos e, por isso, carrega discursos institucionais em torno da temática. Sendo assim, partindo de alguns desses discursos, críticas e práticas que entendo a pesquisa como uma encruzilhada de possibilidades. Por meio de uma pesquisa documental, de caráter qualitativo, cujo método principal é a análise documental, a qual se valeu do uso de categorias de análise, proponho uma leitura do PrInt/UFPR, em diálogo com outros documentos, desde uma perspectiva decolonial, orientada pelo trabalho do Grupo Modernidade/Colonialidade (MIGNOLO, 2020a; 2010; QUIJANO, 2010; 1992; WALSH, 2010; GROSFOGUEL, 2016; MALDONADO-TORRES, 2007; CASTRO-GÓMEZ, 2007), que pressupõe uma crítica aos modelos de produção e entendimento do conhecimento moderno e euro-usa-cêntrico. Além disso, por entender a língua indissociável do processo de internacionalização de qualquer instituição, procuro entendê-la fora dos contornos disciplinares, como um fenômeno que se concretiza na internação verbal, como prática de criação de sentido e de se pensar entre línguas (BAKHTIN, 1981; BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 2006; MIGNOLO, 2020a; SHOHAMY, 2006). Por meio da crítica decolonial e dessa noção expandida da língua, não apenas analiso alguns discursos explícitos e implícitos no PrInt/UFPR, mas os inter-relaciono às práticas linguísticas e de internacionalização da universidade a fim de problematizar essas relações. Passam pela encruzilhada, também, algumas práticas de internacionalização e de línguas (JORDÃO, 2016; RODRIGUES, 2019; MARTINEZ; FOGAÇA; DINIZ DE FIGUEIREDO, 2016; GEDIEL; CASAGRANDE; KRAMER, 2016) que, ainda que no papel aparentem trazer uma herança moderna/colonial, na prática podem adotar opções decoloniais. A proposta de analisar algumas políticas na prática se inspira nas recomendações de alguns pressupostos teóricos da política linguística (SHOHAMY, 2006; SPOLSKY, 2004; MCCARTY, 2011; JOHNSON, 2013) e da linguística aplicada (MOITA LOPES, 2006a, 2006b, 2009, 2013; MOITA LOPES; FABRÍCIO; 2019; FABRÍCIO; 2006; CELANI, 1998; SIGNORINI; 1998; KLEIMAN, 1998), que recomendam o trabalho com as políticas e práticas cotidianas e não apenas com as que estão no papel. Assim, como considerações finais, apresento algumas ponderações sobre o PrInt/UFPR reproduzir pressupostos modernos/coloniais nas suas políticas, mas, analisando a prática, também há formas decoloniais de se entender língua, internacionalização e produção de conhecimento nesse contexto. Palavras-chave: PrInt. Internacionalização. Políticas linguísticas. Decolonialidade.While more actions are promoted to institutionalize the internationalization of higher education in Brazil, research and criticism around this theme and its relationship with linguistic policies are also increasing (GUIMARÃES; FINARDI; CASOTTI, 2019; KNOBEL et al., 2020; MACEDO, 2020). The biggest criticisms to the way internationalization has been carried out in Brazil and in other countries of the Global South are regarding the privilege given to physical mobility from South to North (SOUSA SANTOS; MENESES, 2010), as well as the emphasis on the promotion of English as a language of internationalization, which tends to favor the Global North. It is from this broader context that I analyze, in a localized way, the Institutional Project of Internationalization of the Federal University of Paraná (PrInt / UFPR), a document resulting from the Institutional Program of Internationalization of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (PrInt / Capes). The PrInt / UFPR is the document that guides the internationalization of some graduate programs of the university for a period of four years and, therefore, carries institutional speeches around the theme. Therefore, starting from some of these speeches, criticisms and practices, I understand research as a crossroads of possibilities. Through a documentary research, of qualitative character, whose main method is the documentary analysis, which used the use of categories of analysis, I propose a reading of PrInt / UFPR, in dialogue with other documents, from a decolonial perspective, oriented for the work of the Modernity / Coloniality Group (MIGNOLO, 2020a; 2010; QUIJANO, 2010; 1992; WALSH, 2010; GROSFOGUEL, 2016; MALDONADO-TORRES, 2007; CASTRO-GÓMEZ, 2007), which presupposes a critique of the models of production and understanding of modern and euro-centric-use knowledge. In addition, because I understand the inseparable language of the internationalization process of any institution, I try to understand it outside of disciplinary boundaries, as a phenomenon that materializes in verbal hospitalization, as a practice of creating meaning and thinking between languages (BAKHTIN, 1981; BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 2006; MIGNOLO, 2020a; SHOHAMY, 2006). Through decolonial criticism and this expanded notion of language, I not only analyze some explicit and implicit speeches in PrInt / UFPR, but interrelate them with the university's linguistic and internationalization practices in order to problematize these relations. Some internationalization and language practices also pass through the crossroads (JORDÃO, 2016; RODRIGUES, 2019; MARTINEZ; FOGAÇA; DINIZ DE FIGUEIREDO, 2016; GEDIEL; CASAGRANDE; KRAMER, 2016) which, although on paper, appear to bring a heritage modern / colonial, in practice they can adopt decolonial options. The proposal to analyze some policies in practice is inspired by the recommendations of some theoretical assumptions of linguistic policy (SHOHAMY, 2006; SPOLSKY, 2004; MCCARTY, 2011; JOHNSON, 2013) and applied linguistics (MOITA LOPES, 2006a, 2006b, 2009, 2013; MOITA LOPES; FABRÍCIO; 2019; FABRÍCIO; 2006; CELANI, 1998; SIGNORINI; 1998; KLEIMAN, 1998), who recommend working with daily policies and practices and not just those on paper. Thus, as final considerations, I present some considerations about the PrInt / UFPR reproducing modern / colonial assumptions in its policies, but, analyzing the practice, there are also decolonial ways of understanding language, internationalization and knowledge production in this context. Keywords: PrInt. Internationalization. Linguistic policies. Decoloniality.Resumen: Mientras se promocionan más acciones de institucionalización de la internacionalización de la educación superior en Brasil, aumentan también investigaciones y críticas sobre el tema y su relación con las políticas lingüísticas (GUIMARÃES; FINARDI; CASOTTI, 2019; KNOBEL et al., 2020; MACEDO, 2020). Las críticas más expresivas al modo como la internacionalización ha sido realizada em Brasil y en otros países del Sur Global son acerca del privilegio dado a las movilidades físicas desde el Sur hacia el Norte (SOUSA SANTOS; MENESES, 2010), así como sobre el énfasis a la promoción del inglés como lengua de la internacionalización, que tiende a favorecer el Norte Global. Es a partir de ese contexto más amplio que analizo, de manera ubicada, el Proyecto Institucional de Internacionalización de la Universidad Federal de Paraná (PrInt/UFPR), un documento resultante del Programa Institucional de Internacionalización de la Coordinación de Perfeccionamiento de Personal de Nivel Superior (PrInt/Capes). El PrInt/UFPR es el documento que guía la internacionalización de algunos programas de posgrado de la universidad por un período de cuatro años y, por ello, lleva discursos institucionales acerca de la temática. Por lo tanto, es desde algunos de esos discursos, críticas y prácticas que entiendo la investigación como una encrucijada de posibilidades. Por medio de una investigación documental, de carácter cualitativo, cuyo método principal es el análisis documental, el que se valió del uso de categorías de análisis, propongo una lectura del PrInt/UFPR, en diálogo con otros documentos, a partir de una perspectiva decolonial, orientada por el trabajo del Grupo Modernidad/Colonialidad (MIGNOLO, 2020a; 2010; QUIJANO, 2010; 1992; WALSH, 2010; GROSFOGUEL, 2016; MALDONADO TORRES, 2007; CASTRO-GÓMEZ, 2007), que presupone una crítica a los modelos de producción y entendimiento del conocimiento moderno y euro-usa-céntrico. Además, por comprender la lengua como indisociable del proceso de internacionalización de cualquier institución, busco entenderla fuera de los contornos disciplinares, como un fenómeno que se concretiza en la interacción verbal, como práctica de creación de sentido y de pensarse entre lenguas (BAKHTIN, 1981; BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 2006; MIGNOLO, 2020a; SHOHAMY, 2006). Mediante la crítica decolonial y esa noción expandida de la lengua, no solo analizo algunos discursos explícitos e implícitos en el PrInt/UFPR, sino los interrelaciono a las practicas lingüísticas y de internacionalización de la universidad para problematizar esas relaciones. También pasan por la encrucijada algunas prácticas de internacionalización y de lenguas (JORDÃO, 2016; RODRIGUES, 2019; MARTINEZ; FOGAÇA; DINIZ DE FIGUEIREDO, 2016; GEDIEL; CASAGRANDE; KRAMER, 2016) que, aún que en el papel aparenten traer una herencia moderna/colonial, en la práctica pueden adoptar opciones decoloniales. La propuesta de analizar algunas prácticas se inspira en las recomendaciones de algunos presupuestos teóricas de la política lingüística (SHOHAMY, 2006; SPOLSKY, 2004; MCCARTY, 2011; JOHNSON, 2013) y de la lingüística aplicada (MOITA LOPES, 2006a, 2006b, 2009, 2013; MOITA LOPES; FABRÍCIO; 2019; FABRÍCIO; 2006; CELANI, 1998; SIGNORINI; 1998; KLEIMAN, 1998), que recomiendan el trabajo con las políticas y prácticas cotidianas y no solamente con las que se encuentran en el papel. Así, como consideraciones finales, presento algunas ponderaciones sobre el PrInt/UFPR reproducir presupuestos modernos/coloniales en sus políticas, pero, analizando la práctica, también hay formas decoloniales de entenderse lengua, internacionalización y producción del conocimiento en ese contexto. Palabras clave: PrInt. Internacionalización. Políticas lingüísticas. Decolonialidad115 p. : il.application/pdfGlobalizaçãoLetrasLinguisticaUniversidade e faculdades - ProjetosO PrInt/UFPR em uma encruzilhada de discursos em políticas linguísticas, internacionalização e decolonialidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - ALENCAR GUTH.pdfapplication/pdf1365181https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/69741/1/R%20-%20D%20-%20ALENCAR%20GUTH.pdffb5377d2dd762333a3fbbabfcaf38f64MD51open access1884/697412021-03-10 19:58:50.945open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/69741Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082021-03-10T22:58:50Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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