Descrição histológica de imaturos de Chironomus sancticaroli Strixino e Strixino, 1981 (Diptera: Chironomidae) e efeitos histopatológicos e biológicos após a exposição ao fenatreno

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Richardi, Vinicius Sobrinho
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/32973
Resumo: Resumo: Imaturos de Chironomidae são considerados bioindicadores de qualidade de sedimentos em ecossistemas aquáticos. A utilização de biomarcadores histopatológicos para compreender os efeitos de xenobióticos nestes organismos pode nos fornecer indícios da qualidade ambiental, porém não existem descrições histológicas recentes do grupo, o que enfatiza também a necessidade de estudos histológicos. O objetivo do trabalho foi descrever a histologia da larva de Chironomus sancticaroli e avaliar alterações na estrutura histológica e no desenvolvimento causadas pela exposição ao hidrocarboneto fenantreno. Os organismos utilizados foram provenientes de colônia matriz do Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária da Universidade Federal do Paraná mantida em sala de criação com controle de temperatura (25ºC ±2), fotoperíodo (12h claro:12h escuro) e umidade (80%). Para o padrão histológico foram utilizadas 30 larvas da colônia que foram fixadas em solução Dubosq para insetos a 56ºC, seguido de processamento histológico de rotina com emblocagem em parafina, obtendo-se cortes que foram corados com Hematoxilina-Eosina. A sensibilidade dos organismos da colônia foi avaliada através de testes de sensibilidade ao KCl e o sedimento utilizado nos bioensaios passou por análises químicas e mineralógicas. Foram realizados bioensaios de toxicidade aguda com fenantreno utilizando 10 larvas de 3º ínstar final/4º ínstar inicial nas quatro réplicas de cada concentração, com duração de 96h em câmaras tipo BOD, com as concentrações letais (CLs) calibradas anteriormente CENO (concentração de efeito não observado) de (0,12 mg/L), CL2 (0,6 mg/L), CL10 (0,78 mg/L), CL30 (1,01 mg/L) e CL50 (1,2 mg/L). Os bioensaios de toxicidade crônica foram conduzidos com as concentrações CENO, CL2 e CL10 iniciando com 20 larvas de 1º ínstar por réplica sendo quatro por concentração alimentadas com ração Tetramin®, sob aeração constante, com duração de oito dias, período em que as larvas do controle atingiram o 4ºínstar final, com renovação da água e contaminante a cada 48 horas, utilizando areia como sedimento em ambos ensaios. Nas larvas sobreviventes foram realizadas análises histológicas, segundo protocolo descrito anteriormente, utilizando 10 exemplares por concentração, e nos bioensaios de toxicidade crônica o desenvolvimento larval foi avaliado medindo o tamanho do corpo e da antena da larva. Foi descrito a histologia dos principais sistemas: digestório e glândulas anexas, excretor, circulatório, nervoso e tegumentar. Nos bioensaios de toxicidade aguda foram observadas alterações teciduais nas concentrações CL2, CL10, CL30 e CL50 e nos bioensaios de toxicidade crônica ocorreram alterações em todas as concentrações. As principais modificações observadas ocorreram em células da região III do intestino médio e células de Cuénot como a diminuição da borda em escova e rompimento da região apical das células; nos túbulos de Malpighi foi possível observar diminuição da borda em escova e nos trofócitos do corpo gorduroso observaram-se alterações nucleares, as alterações mostraram-se dose-dependentes. Foram também observados efeitos na exposição crônica no tamanho do corpo e da antena, demonstrando que ocorreram alterações no desenvolvimento larval. O hidrocarboneto fenantreno causou alterações teciduais mesmo em baixas concentrações em C. sancticaroli em exposição aguda e crônica. Estas modificações provavelmente alteram a fisiologia do organismo que a longo prazo podem refletir na dinâmica populacional da espécie.
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Os organismos utilizados foram provenientes de colônia matriz do Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária da Universidade Federal do Paraná mantida em sala de criação com controle de temperatura (25ºC ±2), fotoperíodo (12h claro:12h escuro) e umidade (80%). Para o padrão histológico foram utilizadas 30 larvas da colônia que foram fixadas em solução Dubosq para insetos a 56ºC, seguido de processamento histológico de rotina com emblocagem em parafina, obtendo-se cortes que foram corados com Hematoxilina-Eosina. A sensibilidade dos organismos da colônia foi avaliada através de testes de sensibilidade ao KCl e o sedimento utilizado nos bioensaios passou por análises químicas e mineralógicas. Foram realizados bioensaios de toxicidade aguda com fenantreno utilizando 10 larvas de 3º ínstar final/4º ínstar inicial nas quatro réplicas de cada concentração, com duração de 96h em câmaras tipo BOD, com as concentrações letais (CLs) calibradas anteriormente CENO (concentração de efeito não observado) de (0,12 mg/L), CL2 (0,6 mg/L), CL10 (0,78 mg/L), CL30 (1,01 mg/L) e CL50 (1,2 mg/L). Os bioensaios de toxicidade crônica foram conduzidos com as concentrações CENO, CL2 e CL10 iniciando com 20 larvas de 1º ínstar por réplica sendo quatro por concentração alimentadas com ração Tetramin®, sob aeração constante, com duração de oito dias, período em que as larvas do controle atingiram o 4ºínstar final, com renovação da água e contaminante a cada 48 horas, utilizando areia como sedimento em ambos ensaios. Nas larvas sobreviventes foram realizadas análises histológicas, segundo protocolo descrito anteriormente, utilizando 10 exemplares por concentração, e nos bioensaios de toxicidade crônica o desenvolvimento larval foi avaliado medindo o tamanho do corpo e da antena da larva. Foi descrito a histologia dos principais sistemas: digestório e glândulas anexas, excretor, circulatório, nervoso e tegumentar. Nos bioensaios de toxicidade aguda foram observadas alterações teciduais nas concentrações CL2, CL10, CL30 e CL50 e nos bioensaios de toxicidade crônica ocorreram alterações em todas as concentrações. As principais modificações observadas ocorreram em células da região III do intestino médio e células de Cuénot como a diminuição da borda em escova e rompimento da região apical das células; nos túbulos de Malpighi foi possível observar diminuição da borda em escova e nos trofócitos do corpo gorduroso observaram-se alterações nucleares, as alterações mostraram-se dose-dependentes. 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