Comunidade tradicional de pescadores e pescadoras artesanais da Vila do Superagüi - PR na disputa pela vida : conflitos e resistências territoriais frente à implantação de políticas públicas de desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Solá Pérez, Mercedes
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/28454
Resumo: Orientador : Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro Gómez
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spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em GeografiaMontenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-Solá Pérez, Mercedes2024-03-28T20:06:08Z2024-03-28T20:06:08Z2012https://hdl.handle.net/1884/28454Orientador : Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro GómezDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Defesa: Curitiba, 02/03/2012Bibliografia: fls. 125-135Resumo: A pesquisa trata sobre os conflitos e as resistências que geram a aplicação de políticas públicas de desenvolvimento na vida dos pescadores e pescadoras artesanais da Vila do Superagüi. As políticas de desenvolvimento analisadas são de desenvolvimento sustentável - a instalação do Parque Nacional do Superagüi - e modernização da pesca e da aquicultura. Para a análise se prioriza o olhar dos sujeitos afetados - os pescadores e pescadoras artesanais -, a partir dos diálogos estabelecidos nas saídas de campo, nas diversas atividades do MOPEAR e no acompanhamento do mapeamento da nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais, seguindo a metodologia da pesquisa participante. Estes pescadores artesanais, antes da instalação do Parque Nacional em seu território, tinham atividades com uma relação estreita entre natureza e cultura, um modo específico de reproduzir a vida baseado na caça, pesca, agricultura itinerante e coleta de plantas medicinais, lenha, cipó, etc.. A política de desenvolvimento sustentável, através do Parque Nacional, implica em proibições de uso da natureza não permitindo mais a caça, a agricultura, nem a coleta. Assim, os pescadores e pescadoras artesanais passam a se especializar na pesca. Essa política inserida no paradigma da sustentabilidade consiste em uma política de conservação que significa a privação de uso por parte dos pescadores artesanais e a mercantilização da natureza. Por outra parte, a política de modernização da pesca e da aquicultura incentiva a pesca industrial, a incorporação de equipamentos modernos e estabelece áreas aquícolas para criação de ostras, camarões, ou peixes. Em função desses desdobramentos que provocam endividamento, assalariamento e falta de autonomia, identifica-se que esta política gera a exclusão dos pescadores artesanais e os priva do uso do seu território. Esta leitura dos conflitos e resistências no território é realizada a partir do pós-desenvolvimento, da justiça ambiental, da decolonialidade e considerando a conjuntura atual caracterizada pela acumulação por espoliação. Estas perspectivas, junto à vivência em campo, permitem identificar que ambas as políticas públicas trabalhadas respondem a interesses externos, excluindo os pescadores, negando seus modos tradicionais de reproduzir a vida e expropriando-os dos territórios que tradicionalmente ocupam. Em função desses conflitos, a comunidade cria resistências organizando-se como movimento social - MOPEAR - e se auto-reconhecendo como comunidade tradicional. Percebe-se com base na pesquisa que o desenvolvimento como base para a reprodução atual do capitalismo é opressor e mercantilizador da natureza e da vida dos pescadores artesanais da Vila do Superagüi.Abstract: La investigación trata sobre los conflictos y las resistencias que generan la aplicación de políticas públicas de desarrollo en la vida de los pescadores y pescadoras artesanales de la Vila do Superagüi. Las políticas de desarrollo analizadas son de desarrollo sostenible - la instalación del Parque Nacional do Superagüi - y modernización de la pesca y de la acuicultura. Para el análisis se prioriza la visión de los sujetos afectados - los pescadores y pescadoras artesanales -, a partir de los diálogos establecidos en las salidas de campo, en las diversas actividades del MOPEAR y en el acompañamiento del mapeamento del proyecto de la nueva cartografía social de los pueblos y comunidades tradicionales, siguiendo la metodología de la investigación participativa. Estos pescadores artesanales, antes de la instalación del Parque Nacional en su território, tenían actividades con una relación estrecha entre naturaleza y cultura, un modo específico de reproducir la vida basado en la caza, pesca, agricultura itinerante y colecta de plantas medicinales, leña, lianas, etc. La política de desarrollo sostenible, a través del Parque Nacional, implica en prohibiciones de uso de la naturaleza no permitiendo más la caza, la agricultura, ni la colecta. De esta manera, los pescadores y pescadoras artesanales pasan a especializarse en la pesca. Esta política dentro del paradigma de la sustentabilidad consiste en un política de conservación que significa la privación de uso por parte de los pescadores artesanales y la mercantilización de la naturaleza. Por otra parte, la política de modernización de la pesca y de la acuicultura incentiva la pesca industrial, la incorporación de equipos modernos y establece áreas acuícolas para cría de ostras, camarón, o pescados. En función de estas cuestiones que provocan endeudamento, salarios y falta de autonomía, se identifica que esta política genera la exclusión de los pescadores artesanales y los priva del uso de su território. Esta lectura de los conflictos y resistencias en el território es realizada a partir del postdesarrollo, la justicia ambienta, la decolonialidad y considerando la coyuntura actual caracterizada por la acumulación por desposesión. Estas perspectivas, junto a la vivencia en campo, permiten identificar que las dos políticas públicas trabajadas responden a intereses externos, excluyendo a los pescadores, negando sus modos tradicionales de reproducir la vida y desapropiándolos de los territórios que tradicionalmente ocupan. En función de esos conflictos, la comunidad crea resistencias organizándose como movimiento social - MOPEAR - y autorreconociéndose como comunidad tradicional. Se percibe con base en la investigación que el desarrollo como base para la reproducción actual del capitalismo es opresor y mercantilizador de la naturaleza y de la vida de los pescadores artesanales de la Vila do Superagüi.149f. : il. 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