Diversidade, estrutura, dinâmica e prognose do crescimento de um cerrado sensu stricto submetido a diferentes distúrbios por desmatamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rezende, Alba Valéria
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26755
Resumo: Avaliou-se o efeito do corte raso na composição florística, estrutura, dinâmica e no estoque de carbono da vegetação lenhosa arbórea-arbustiva de um Cerrado sensu stricto, localizado na Fazenda Água Limpa, DF. A prognose do crescimento e produção das populações estabelecidas nas áreas submetidas a cada tratamento foi realizada usando a técnica de matriz de transição. O experimento foi instalado em 1988, com dezoito parcelas de 20x50 m submetidas a seis diferentes tratamentos: Corte com motosserra e retirada da lenha; Corte com motosserra e retirada da lenha e fogo; Desmatamento com lâmina, retirada da lenha; Desmatamento com lâmina, retirada da lenha e fogo; Desmatamento com lâmina, retirada da lenha e 2 gradagens (24") e Corte com motosserra e retirada da lenha, fogo, destaca com lâmina, 2 gradagens (24"). Antes da implantação dos tratamentos foram registrados, em cada parcela, todos os indivíduos com diâmetro a 0,30 m do solo (Db) igualou superior a 5 cm. Em 1995 foi realizada a primeira avaliação dos indivíduos estabelecidos nas áreas. Outras avaliações foram feitas em 1998 e 2000. Indivíduos com Db<5 cm foram amostrados em parcelas de 10x10 m, instaladas dentro das parcelas de 20x50 m. A curto prazo, os impactos dos tratamentos sobre a vegetação lenhosa variaram com a sua intensidade, promovendo menor similaridade florística entre áreas. A longo prazo, a similaridade tende a aumentar. Nos primeiros sete anos da sucessão, os tratamentos que utilizaram apenas motosserra propiciaram maior recuperação da flora original, mas, a longo prazo, as áreas dos demais tratamentos tendem a recuperar a estrutura e riqueza da flora original, a um nível igualou superior ao encontrado nas áreas desmatadas apenas com motosserra. Os diferentes tratamentos favoreceram, principalmente, o estabelecimento das espécies Mimosa claussenii, Eremanthus glomerulatus, Mieonia pohliana e Eriotheca pubescens, com densidades variáveis em função da sua intensidade, contudo, a longo prazo, outras espécies abundantes na flora original passaram a colonizar a área e isto sugere que as quatro espécies citadas acima são colonizadoras iniciais. Somente onze anos após a ocorrência dos distúrbios foi possível encontrar em algumas áreas, altas densidades de algumas espécies de interesse econômico para produção de energia, como por exemplo, Caryocar brasiliense, Kielmeyera coriacea, Ouratea hexasperma e Qualea grandiflora. A regeneração natural apresentou uma flora mais rica e diversa do que a população adulta, com alta similaridade florística entre as áreas, podendo assegurar a flora original do Cerrado. Em onze anos de monitoramento, o IPA em diâmetro observado nas diferentes áreas (0,39 a 0,49 cm.ano-1) foi superior aos encontrados em ambientes naturais. O estoque de carbono da biomassa viva (troncos e galhos), estimado em 4,64 t.ha·1, não foi recuperado nesses onze anos. A maior recuperação (cerca de 23%), foi observada nas áreas submetidas aos desmatamentos realizados sem lâmina e gradagem. A recuperação ocorre a medida que indivíduos já estabelecidos crescem e novas espécies são recrutadas (espécies com alto IVC e com madeiras com alta densidade básica). O período de monitoramento não foi suficiente para um estudo preciso sobre a prognose do crescimento do Cerrado.
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A longo prazo, a similaridade tende a aumentar. Nos primeiros sete anos da sucessão, os tratamentos que utilizaram apenas motosserra propiciaram maior recuperação da flora original, mas, a longo prazo, as áreas dos demais tratamentos tendem a recuperar a estrutura e riqueza da flora original, a um nível igualou superior ao encontrado nas áreas desmatadas apenas com motosserra. Os diferentes tratamentos favoreceram, principalmente, o estabelecimento das espécies Mimosa claussenii, Eremanthus glomerulatus, Mieonia pohliana e Eriotheca pubescens, com densidades variáveis em função da sua intensidade, contudo, a longo prazo, outras espécies abundantes na flora original passaram a colonizar a área e isto sugere que as quatro espécies citadas acima são colonizadoras iniciais. 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A recuperação ocorre a medida que indivíduos já estabelecidos crescem e novas espécies são recrutadas (espécies com alto IVC e com madeiras com alta densidade básica). 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