Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/30126 |
Resumo: | Resumo: A teoria sugere que espécies que ocupam o mesmo nicho não devem ser simpátricas devido a exclusão competitiva. Como consequência disso, para que espécies potencialmente competidoras coexistam e partilhem o recurso disponível, é necessário que separem-se temporalmente ou espacialmente. Este processo propõe explicar vários componentes da estrutura das assembleias de beija-flores, devido à importância e à especialização em um recurso (néctar). Para testarmos se a sobreposição de nicho alimentar está relacionada com a distribuição temporal e a diferença morfológica das espécies de beija-flores, fizemos uma análise em duas partes. Primeiro (capítulo 1), propomos uma metodologia para a identificação das plantas pelas caraterísticas dos grãos de pólen obtidos de várias espécies de plantas, incluindo algumas potencialmente visitadas pelas aves. Na segunda parte (capítulo 2), capturamos beija-flores para coletar grãos de pólen aderidos ao corpo das aves. Ambas as etapas ocorreram no período de setembro de 2011 a outubro de 2012. Os grãos coletados foram fixados em lâminas, fotografados ao microscópio ótico, medidos e classificados com base em suas características morfológicas. Um total de 84 espécies de plantas foram identificadas, e seus grãos de pólen medidos e classificadas segundo sete grupos de características (formato, secção transversal, superfície, eixos de simetria, adornos, contorno e formato das extremidades). Obtivemos uma diferenciação total (100%) em 45 espécies (54%), entre 80 e 99% em 20 espécies (24%) e abaixo de 80% em 19 espécies (22%). Porém, neste ultimo grupo, dividimos as espécies em subgrupos por mês de floração e que compartilhavam das mesmas características morfológicas e reaplicamos funções discriminantes. Como resultado, todas aumentaram o seu percentual de diferenciação, sendo que em 53% obtiveram mais de 80% de discriminação. Por fim, vimos que a utilização desta metodologia mostrou-se eficaz no grupo de espécies analisadas (acima de 80% de classificação correta em 77% das espécies coletadas) e, diante disso, aplicamos o mesmo método ao pólen coletado de 1431 beija-flores capturados. A partir das espécies de plantas identificadas nas aves, calculamos índices de similaridade (grau de sobreposição de nicho alimentar). Também estimamos similaridade morfológica entre pares de espécie pelo comprimento do bico e peso. Dados adicionais de capturas de beija-flores dos anos de 2004 a 2012, foram utilizados para calcular o índice de similaridade da sobreposição de tempo em que as espécies compartilham a área. Regressões lineares foram aplicadas para testar se a sobreposição de nicho alimentar é menor em espécies mais semelhantes e cuja sobreposição temporal é maior. A ocorrência de pólen nos beija-flores foi relativamente baixa, sugerindo que estas aves podem não ser tão eficientes como polinizadores ou que algum fator comportamental pode estar interferindo neste percentual. Os resultados apontam para uma grande sobreposição de uso de recursos florais utilizados como alimento pelas aves, o que mostrou-se independente da morfologia e da sobreposição temporal das espécies. Portanto, propomos que pela natureza e disponibilidade dos recursos alimentares, este não é limitante no sentido comum e as espécies de beija-flores podem sobrepôr na sua exploração. |
id |
UFPR_a60c350d4072405316da7019163f270c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:acervodigital.ufpr.br:1884/30126 |
network_acronym_str |
UFPR |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPR |
repository_id_str |
308 |
spelling |
Chupil, HenriqueUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ecologia e ConservaçaoRoper, James Joseph2013-08-06T18:40:06Z2013-08-06T18:40:06Z2013-08-06http://hdl.handle.net/1884/30126Resumo: A teoria sugere que espécies que ocupam o mesmo nicho não devem ser simpátricas devido a exclusão competitiva. Como consequência disso, para que espécies potencialmente competidoras coexistam e partilhem o recurso disponível, é necessário que separem-se temporalmente ou espacialmente. Este processo propõe explicar vários componentes da estrutura das assembleias de beija-flores, devido à importância e à especialização em um recurso (néctar). Para testarmos se a sobreposição de nicho alimentar está relacionada com a distribuição temporal e a diferença morfológica das espécies de beija-flores, fizemos uma análise em duas partes. Primeiro (capítulo 1), propomos uma metodologia para a identificação das plantas pelas caraterísticas dos grãos de pólen obtidos de várias espécies de plantas, incluindo algumas potencialmente visitadas pelas aves. Na segunda parte (capítulo 2), capturamos beija-flores para coletar grãos de pólen aderidos ao corpo das aves. Ambas as etapas ocorreram no período de setembro de 2011 a outubro de 2012. Os grãos coletados foram fixados em lâminas, fotografados ao microscópio ótico, medidos e classificados com base em suas características morfológicas. Um total de 84 espécies de plantas foram identificadas, e seus grãos de pólen medidos e classificadas segundo sete grupos de características (formato, secção transversal, superfície, eixos de simetria, adornos, contorno e formato das extremidades). Obtivemos uma diferenciação total (100%) em 45 espécies (54%), entre 80 e 99% em 20 espécies (24%) e abaixo de 80% em 19 espécies (22%). Porém, neste ultimo grupo, dividimos as espécies em subgrupos por mês de floração e que compartilhavam das mesmas características morfológicas e reaplicamos funções discriminantes. Como resultado, todas aumentaram o seu percentual de diferenciação, sendo que em 53% obtiveram mais de 80% de discriminação. Por fim, vimos que a utilização desta metodologia mostrou-se eficaz no grupo de espécies analisadas (acima de 80% de classificação correta em 77% das espécies coletadas) e, diante disso, aplicamos o mesmo método ao pólen coletado de 1431 beija-flores capturados. A partir das espécies de plantas identificadas nas aves, calculamos índices de similaridade (grau de sobreposição de nicho alimentar). Também estimamos similaridade morfológica entre pares de espécie pelo comprimento do bico e peso. Dados adicionais de capturas de beija-flores dos anos de 2004 a 2012, foram utilizados para calcular o índice de similaridade da sobreposição de tempo em que as espécies compartilham a área. Regressões lineares foram aplicadas para testar se a sobreposição de nicho alimentar é menor em espécies mais semelhantes e cuja sobreposição temporal é maior. A ocorrência de pólen nos beija-flores foi relativamente baixa, sugerindo que estas aves podem não ser tão eficientes como polinizadores ou que algum fator comportamental pode estar interferindo neste percentual. Os resultados apontam para uma grande sobreposição de uso de recursos florais utilizados como alimento pelas aves, o que mostrou-se independente da morfologia e da sobreposição temporal das espécies. Portanto, propomos que pela natureza e disponibilidade dos recursos alimentares, este não é limitante no sentido comum e as espécies de beija-flores podem sobrepôr na sua exploração.application/pdfDissertaçõesPolenPlantas - IdentificaçãoBeija-florUso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - HENRIQUE CHUPIL.pdfapplication/pdf8051245https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/1/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf1778d88ad0681b2d622d276a2099f448MD51open accessTEXTR - D - HENRIQUE CHUPIL.pdf.txtR - D - HENRIQUE CHUPIL.pdf.txtExtracted Texttext/plain106812https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/2/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf.txtb716956f61b36d728fb842ffd87a2b9bMD52open accessTHUMBNAILR - D - HENRIQUE CHUPIL.pdf.jpgR - D - HENRIQUE CHUPIL.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1116https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/3/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf.jpg1800942c36cfe9a9c6cef43971dee09dMD53open access1884/301262016-04-13 03:20:07.574open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/30126Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-13T06:20:07Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
title |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
spellingShingle |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil Chupil, Henrique Dissertações Polen Plantas - Identificação Beija-flor |
title_short |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
title_full |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
title_fullStr |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
title_full_unstemmed |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
title_sort |
Uso de grãos de pólen na identificação de plantas e para examinar a participação de nicho alimentar entre beija-flores no Sul do Brasil |
author |
Chupil, Henrique |
author_facet |
Chupil, Henrique |
author_role |
author |
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv |
Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ecologia e Conservaçao |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Chupil, Henrique |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Roper, James Joseph |
contributor_str_mv |
Roper, James Joseph |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Dissertações Polen Plantas - Identificação Beija-flor |
topic |
Dissertações Polen Plantas - Identificação Beija-flor |
description |
Resumo: A teoria sugere que espécies que ocupam o mesmo nicho não devem ser simpátricas devido a exclusão competitiva. Como consequência disso, para que espécies potencialmente competidoras coexistam e partilhem o recurso disponível, é necessário que separem-se temporalmente ou espacialmente. Este processo propõe explicar vários componentes da estrutura das assembleias de beija-flores, devido à importância e à especialização em um recurso (néctar). Para testarmos se a sobreposição de nicho alimentar está relacionada com a distribuição temporal e a diferença morfológica das espécies de beija-flores, fizemos uma análise em duas partes. Primeiro (capítulo 1), propomos uma metodologia para a identificação das plantas pelas caraterísticas dos grãos de pólen obtidos de várias espécies de plantas, incluindo algumas potencialmente visitadas pelas aves. Na segunda parte (capítulo 2), capturamos beija-flores para coletar grãos de pólen aderidos ao corpo das aves. Ambas as etapas ocorreram no período de setembro de 2011 a outubro de 2012. Os grãos coletados foram fixados em lâminas, fotografados ao microscópio ótico, medidos e classificados com base em suas características morfológicas. Um total de 84 espécies de plantas foram identificadas, e seus grãos de pólen medidos e classificadas segundo sete grupos de características (formato, secção transversal, superfície, eixos de simetria, adornos, contorno e formato das extremidades). Obtivemos uma diferenciação total (100%) em 45 espécies (54%), entre 80 e 99% em 20 espécies (24%) e abaixo de 80% em 19 espécies (22%). Porém, neste ultimo grupo, dividimos as espécies em subgrupos por mês de floração e que compartilhavam das mesmas características morfológicas e reaplicamos funções discriminantes. Como resultado, todas aumentaram o seu percentual de diferenciação, sendo que em 53% obtiveram mais de 80% de discriminação. Por fim, vimos que a utilização desta metodologia mostrou-se eficaz no grupo de espécies analisadas (acima de 80% de classificação correta em 77% das espécies coletadas) e, diante disso, aplicamos o mesmo método ao pólen coletado de 1431 beija-flores capturados. A partir das espécies de plantas identificadas nas aves, calculamos índices de similaridade (grau de sobreposição de nicho alimentar). Também estimamos similaridade morfológica entre pares de espécie pelo comprimento do bico e peso. Dados adicionais de capturas de beija-flores dos anos de 2004 a 2012, foram utilizados para calcular o índice de similaridade da sobreposição de tempo em que as espécies compartilham a área. Regressões lineares foram aplicadas para testar se a sobreposição de nicho alimentar é menor em espécies mais semelhantes e cuja sobreposição temporal é maior. A ocorrência de pólen nos beija-flores foi relativamente baixa, sugerindo que estas aves podem não ser tão eficientes como polinizadores ou que algum fator comportamental pode estar interferindo neste percentual. Os resultados apontam para uma grande sobreposição de uso de recursos florais utilizados como alimento pelas aves, o que mostrou-se independente da morfologia e da sobreposição temporal das espécies. Portanto, propomos que pela natureza e disponibilidade dos recursos alimentares, este não é limitante no sentido comum e as espécies de beija-flores podem sobrepôr na sua exploração. |
publishDate |
2013 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-08-06T18:40:06Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2013-08-06T18:40:06Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013-08-06 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1884/30126 |
url |
http://hdl.handle.net/1884/30126 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR) instacron:UFPR |
instname_str |
Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
instacron_str |
UFPR |
institution |
UFPR |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPR |
collection |
Repositório Institucional da UFPR |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/1/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/2/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf.txt https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/30126/3/R%20-%20D%20-%20HENRIQUE%20CHUPIL.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
1778d88ad0681b2d622d276a2099f448 b716956f61b36d728fb842ffd87a2b9b 1800942c36cfe9a9c6cef43971dee09d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1813898862512832512 |