Os manguezais do complexo estuarino de Paranaguá
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/31853 |
Resumo: | Resumo: Os manguezais são considerados Áreas de Preservação Permanente (APP) pelo Código Florestal Brasileiro (Lei 12651/2012). Esta normativa restringe o uso de recursos madeireiros dos manguezais. Tais restrições conflitam com as demandas e necessidades de populações costeiras que dependem tradicionalmente destas florestas ao longo do litoral brasileiro. Assim, as formas de uso praticadas há centenas de anos se tornam ilegais. Visando proporcionar melhores bases científicas para uma análise da disponibilidade da madeira de manguezais ao longo do espaço e do tempo, este trabalho tem os objetivos de: avaliar a dinâmica espaço-temporal dos manguezais do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) entre 1986 e 2011; estimar a biomassa de madeira dos manguezais regionais combinando técnicas de campo e de sensoriamento remoto; descrever os usos atuais e pretéritos da madeira dos manguezais pelas comunidades pesqueiras da região. A área total de manguezais no complexo estuarino permaneceu estável ao longo dos últimos 25 anos. O processo natural de expansão foi contrabalançado por processos pontuais de retração da área de cobertura, principalmente devido à expansão urbana. A integração de técnicas de campo com técnicas do sensoriamento remoto evidenciou que a distribuição da biomassa aérea é heterogênea entre os tipos fisiográficos de franja, bacia e ribeirinho. Os manguezais de franja e de bacia próximo à desembocadura possuem menor biomassa do que os manguezais de rios e de bacia das regiões internas com menor energia do CEP. A diferença na biomassa é um resultado a própria variabilidade estrutural das florestas. Os manguezais ribeirinhos possuem maior biomassa de madeira, maior desenvolvimento estrutural, ocorrência das três espécies e fácil acesso para os usuários, e hipotetiza-se que podem ser locais mais adequados para extração da madeira. Os principais usos pretéritos da madeira eram o corte para lenha e extração de tanino, com episódica comercialização, além do uso de subsistência. Os usos atuais estão mais relacionados com as demandas da pesca, incluindo varas para amarrar redes e construção de ranchos para embarcações. Essa redução dos usos tradicionais está associada à disponibilidade de novas fontes de energia, como o gás de cozinha e a eletricidade e redes de náilon. As restrições legais e a implantação de unidades de conservação também contribuíram para que o corte de árvores diminuísse ao longo do tempo. |
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Santos, Nathália Moreira dosLana, Paulo da Cunha, 1956-Noernberg, Mauricio AlmeidaUniversidade Federal do Paraná. Centro de Estudos do Mar. Programa de Pos-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceanicos2013-11-27T17:39:40Z2013-11-27T17:39:40Z2013-11-27http://hdl.handle.net/1884/31853Resumo: Os manguezais são considerados Áreas de Preservação Permanente (APP) pelo Código Florestal Brasileiro (Lei 12651/2012). Esta normativa restringe o uso de recursos madeireiros dos manguezais. Tais restrições conflitam com as demandas e necessidades de populações costeiras que dependem tradicionalmente destas florestas ao longo do litoral brasileiro. Assim, as formas de uso praticadas há centenas de anos se tornam ilegais. Visando proporcionar melhores bases científicas para uma análise da disponibilidade da madeira de manguezais ao longo do espaço e do tempo, este trabalho tem os objetivos de: avaliar a dinâmica espaço-temporal dos manguezais do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) entre 1986 e 2011; estimar a biomassa de madeira dos manguezais regionais combinando técnicas de campo e de sensoriamento remoto; descrever os usos atuais e pretéritos da madeira dos manguezais pelas comunidades pesqueiras da região. A área total de manguezais no complexo estuarino permaneceu estável ao longo dos últimos 25 anos. O processo natural de expansão foi contrabalançado por processos pontuais de retração da área de cobertura, principalmente devido à expansão urbana. A integração de técnicas de campo com técnicas do sensoriamento remoto evidenciou que a distribuição da biomassa aérea é heterogênea entre os tipos fisiográficos de franja, bacia e ribeirinho. Os manguezais de franja e de bacia próximo à desembocadura possuem menor biomassa do que os manguezais de rios e de bacia das regiões internas com menor energia do CEP. A diferença na biomassa é um resultado a própria variabilidade estrutural das florestas. Os manguezais ribeirinhos possuem maior biomassa de madeira, maior desenvolvimento estrutural, ocorrência das três espécies e fácil acesso para os usuários, e hipotetiza-se que podem ser locais mais adequados para extração da madeira. Os principais usos pretéritos da madeira eram o corte para lenha e extração de tanino, com episódica comercialização, além do uso de subsistência. Os usos atuais estão mais relacionados com as demandas da pesca, incluindo varas para amarrar redes e construção de ranchos para embarcações. Essa redução dos usos tradicionais está associada à disponibilidade de novas fontes de energia, como o gás de cozinha e a eletricidade e redes de náilon. As restrições legais e a implantação de unidades de conservação também contribuíram para que o corte de árvores diminuísse ao longo do tempo.application/pdfDissertaçõesOs manguezais do complexo estuarino de Paranaguáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - NATHALIA MOREIRA DOS SANTOS.pdfapplication/pdf4109288https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31853/1/R%20-%20D%20-%20NATHALIA%20MOREIRA%20DOS%20SANTOS.pdf8f8f67f8b85ba3c950768331e15d99d4MD51open accessTEXTR - D - NATHALIA MOREIRA DOS SANTOS.pdf.txtR - D - NATHALIA MOREIRA DOS SANTOS.pdf.txtExtracted Texttext/plain216263https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31853/2/R%20-%20D%20-%20NATHALIA%20MOREIRA%20DOS%20SANTOS.pdf.txt0eeccf5f6732e43b9e7e87d23a14b8beMD52open accessTHUMBNAILR - D - NATHALIA MOREIRA DOS SANTOS.pdf.jpgR - D - NATHALIA MOREIRA DOS SANTOS.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1264https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31853/3/R%20-%20D%20-%20NATHALIA%20MOREIRA%20DOS%20SANTOS.pdf.jpg374ede8eafaf4a67adc17c44b26d4406MD53open access1884/318532016-04-08 03:02:14.8open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/31853Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-08T06:02:14Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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