Perfil epidemiológico da violência contra a mulher em Guarapuava, Paraná
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/25683 |
Resumo: | Resumo: Trata-se de pesquisa quantitativa retrospectiva, inspirada na epidemiologia social, com objetivo de delinear o perfil da violência perpetrada contra a mulher no município de Guarapuava. A coleta dos dados se deu através da consulta aos Boletins de Ocorrência registrados na Delegacia da Mulher de Guarapuava, de 2005 a 2009, mediante instrumento fechado e previamente testado. Os resultados mostraram que no período estudado foram registrados 4.478 casos de violência contra a mulher no município, com uma média anual de 895 casos. 627 mulheres foram vítimas de mais de um episódio de violência durante os cinco anos estudados. Do total 93,4% residiam na zona urbana e 6,6% na rural. Os bairros de maior prevalência em relação à população feminina residente foram: Centro (9,8%), Alto Cascavel (8,2%) e Morro Alto (7,7%). Um total de 82,8% das vítimas encontravam-se na faixa etária entre 20 e 59 anos; 69,4% possuíam ensino fundamental completo ou incompleto; 65,2% desenvolviam atividades não remuneradas ou informal de baixa remuneração, como estudantes, do lar e domésticas. 54,2% mantinham relacionamentos estáveis. Os meses em que houve maior número de casos de violência foram janeiro, março, novembro e dezembro. O horário em que as mulheres mais sofreram violência foi das 18h01 à meia noite. 70,1% das violências foram praticadas dentro da casa da vítima. Os tipos de violência mais registrados foram: psicológica (43,9%), física (38,2%) e moral (13,4%). Em 64% dos casos a violência foi praticada por familiares ou pessoas de convívio doméstico e os principais agressores foram os maridos/companheiros ou ex-maridos/companheiros. A verbalização de palavrões, xingamentos, ameaças e injúrias, foram os meios mais utilizados pelos agressores na prática da violência (45,4%), seguidos da força corporal (25,5%). Os motivos para o desfecho da violência foram: discussão (26,4%), comportamento violento do agressor (15,5%). Em relação ao serviço procurado pelas mulheres após sofrer a violência, 84,7% dirigiram-se à Delegacia da Mulher, 14,5% à Policia Militar, e 0,4% aos serviços de saúde. 64,4% dos Boletins de Ocorrência lavrados na Delegacia da Mulher no período estudado foram arquivados, por não comparecimento ou solicitação da vítima. Destarte, a pesquisa evidenciou que a violência é um problema presente no cotidiano das mulheres de Guarapuava, independentemente da idade, situação conjugal, escolaridade e profissão, que pode afetá-las dentro e fora dos lares, motivo pelo qual é considerada um fenômeno sociocultural que afeta a multidimensionalidade feminina. |
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