Paraíso imperfeito : a profanação decolonial ante a sacralidade jurídica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kosop, Roberto José Covaia
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/75728
Resumo: Orientador: Prof. Dr. José Edmilson de Souza Lima
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spelling Aymoré, D.Universidade Federal do Paraná. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e DesenvolvimentoSouza-Lima, José Edmilson deKosop, Roberto José Covaia2022-10-31T15:35:24Z2022-10-31T15:35:24Z2022https://hdl.handle.net/1884/75728Orientador: Prof. Dr. José Edmilson de Souza LimaCoorientadora: Profa. Dra. Débora de Sá Ribeiro AymoréTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Defesa : Curitiba, 15/03/2022Inclui referências: p. 325-369Resumo: A presente investigação, propondo-se a ser uma metanarrativa sobre o Direito como uma técnica de governamentalidade colocada em prática, inclusive medida troca simbólicas, questionou por quais maneiras a decolonialidade antropofágica emerge como manifestação profanatória de um cenário de sacralização do Direito dominante e eurocêntrico na sociedade. Utilizando-se do poema Paraíso Perdido de John Milton como uma aproximação metodológica e estética entre Direito e Literatura, a tese incorporou as personagens de Deus-Pai, Satanás, Lilith, Adão, Eva e os arcanjos para analisar o modelo de racionalidade jurídica dominante; as estruturas coloniais impostas; os operadores oficiais desses sistemas; os sujeitos inseridos nos ambientes; a tentação de libertação e a resposta anticolonial. A proposta metodologia individual se deu a partir de um enfoque interdisciplinar e antropofágica, ou seja, identificou-se as limitações da racionalidade instrumental ao reflexionar as alternatividades já investigadas em teses de doutorado e dissertações de mestrado oriundas do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná. A observação desses marcos anteriores foi fundamental para se verificar como é essencial a ancoragem da epistemologia ambiental e suas novas fronteiras pelo olhar autocrítico que esse campo do conhecimento pressupõe. No primeiro capítulo abordou-se como a racionalidade jurídica dominante se manifesta mediante uma dominação eurocêntrica, por sistemas de mitificação da lei e pela criação de liturgias direcionadas ao pensamento jurídico. Já no segundo, tratou-se da estrutura jurisdicional colonial, trazendo para o debate a opressão institucionalizada, a construção dos textos que refletem esse posicionamento, bem como as manifestações do projeto colonial. Em sequência, o terceiro capítulo enfrentou a construção sagrada da figura dos magistrados, vez que formam uma teia argumentativa de autoridade e opiniões capazes de influenciar diretamente no jogo democrático, o formalismo excludente e os processos de naturalização de discursos de violência simbólica. No quarto capítulo, foram expostos com mais veemência os discursos e práticas contra narrativas que identificam a abissalidade entre os sistemas dominante e de borda, e como se é importante o fortalecimento de um giro decolonial voltado ao campo jurídico. Por fim, o quinto capítulo sedimentou-se o espaço e posicionamento híbrido oriundo do entre lugar que os sujeitos latino-americanos se encontram, em especial, tencionando o debate para apresentar a antropofagia epistêmica como uma contra narrativa aos sistemas de produção de verdade, orientando-se pelas capilaridades e rachaduras da própria episteme dominante. Dessa maneira, conclui-se que a antropofagia decolonial é um meio de profanar o campo jurídico oficial, por intermédio não somente de sua aproximação das alternatividades, mas da ingestão de seus conceitos e fenômenos para se observar experiências pluriversais. Assim, o sagrado foi digerido.Abstract: The present investigation, proposing to be a metanarrative about Law as a technique of governmentality put into practice, including a measure of symbolic exchange, questioned in what ways anthropophagic decoloniality emerges as a profanatory manifestation of a scenario of sacralization of the dominant and Eurocentric Law in brazilian society. Using the poem Paradise Lost by John Milton as a methodological and aesthetic approach between Law and Literature, the thesis incorporated the characters of God the Father, Satan, Lilith, Adam, Eve and the archangels to analyze the dominant legal rationality model; the imposed colonial structures; the official operators of these systems; the subjects inserted in the environments; the temptation of liberation and the anti-colonial response. The proposed individual methodology was based on an interdisciplinary and anthropophagic approach, that is, the limitations of instrumental rationality were identified when reflecting on the alternatives already investigated in doctoral theses and master's dissertations from the Postgraduate Program in the Environment. and Development at the Federal University of Paraná. The observation of these previous milestones was fundamental to verify how essential it is to anchor environmental epistemology and its new frontiers through the self-critical gaze that this field of knowledge presupposes. In the first chapter, it was discussed how the dominant legal rationality manifests itself through a Eurocentric domination, by systems of mythification of the law and by the creation of liturgies directed to legal thought. In the second, it was about the colonial jurisdictional structure, bringing to the debate institutionalized oppression, the construction of texts that reflect this position, as well as the manifestations of the colonial project. Subsequently, the third chapter faced the sacred construction of the figure of the magistrates, since they form an argumentative web of authority and opinions capable of directly influencing the democratic game, the excluding formalism and the processes of naturalization of discourses of symbolic violence. In the fourth chapter, the discourses and practices against narratives that identify the abyssality between the dominant and border systems were more vehemently exposed, and how it is important to strengthen a decolonial turn aimed at the legal field. Finally, the fifth chapter sedimented the space and hybrid positioning arising from the in-between place that Latin American subjects find themselves, in particular, intending the debate to present epistemic anthropophagy as a counter-narrative to the systems of production of truth, guiding through the capillaries and cracks of the dominant episteme itself. In this way, it is concluded that decolonial anthropophagy is a means of desecrating the official legal field, through not only its approach to alternatives, but the ingestion of its concepts and phenomena to observe pluriversal experiences. So the sacred was digested.Resumen: La presente investigación, proponiendo ser una metanarrativa sobre el Derecho como técnica de gubernamentalidad puesta en práctica, incluyendo una medida de intercambio simbólico, cuestionó de qué manera la decolonialidad antropofágica emerge como manifestación profanadora de un escenario de sacralización del Derecho dominante y eurocéntrico en Brasil sociedad. Utilizando el poema El Paraíso Perdido de John Milton como aproximación metodológica y estética entre el Derecho y la Literatura, la tesis incorporó los personajes de Dios Padre, Satanás, Lilith, Adán, Eva y los arcángeles para analizar el modelo de racionalidad jurídica dominante; las estructuras coloniales impuestas; los operadores oficiales de estos sistemas; los sujetos insertos en los ambientes; la tentación de la liberación y la respuesta anticolonial. La metodología individual propuesta se basó en un enfoque interdisciplinario y antropofágico, es decir, se identificaron las limitaciones de la racionalidad instrumental al reflexionar sobre las alternativas ya investigadas en tesis de doctorado y disertaciones de maestría del Programa de Posgrado en Medio Ambiente y Desarrollo de la Universidad Federal. de Parana. La observación de estos hitos previos fue fundamental para constatar cuán imprescindible es anclar la epistemología ambiental y sus nuevas fronteras a través de la mirada autocrítica que presupone este campo del saber. En el primer capítulo, se discutió cómo la racionalidad jurídica dominante se manifiesta a través de una dominación eurocéntrica, por sistemas de mitificación del derecho y por la creación de liturgias dirigidas al pensamiento jurídico. En el segundo, se trató de la estructura jurisdiccional colonial, trayendo al debate la opresión institucionalizada, la construcción de textos que reflejen esta posición, así como las manifestaciones del proyecto colonial. Posteriormente, el tercer capítulo abordó la construcción sagrada de la figura de los magistrados, ya que estos conforman un entramado argumentativo de autoridad y opiniones capaces de incidir directamente en el juego democrático, el formalismo excluyente y los procesos de naturalización de los discursos de violencia simbólica. En el cuarto capítulo se expusieron con mayor vehemencia los discursos y prácticas frente a las narrativas que identifican el abismo entre los sistemas dominante y fronterizo, y cómo es importante fortalecer un giro decolonial dirigido al campo jurídico. Finalmente, el quinto capítulo sedimentó el espacio y los posicionamientos híbridos que surgen del lugar intermedio en que se encuentran los sujetos latinoamericanos, en particular, pretendiendo el debate para presentar la antropofagia epistémica como una contra-narrativa a los sistemas de producción de verdad, guiando a través de los capilares y grietas de la propia episteme dominante. De esta forma, se concluye que la antropofagia decolonial es un medio de profanación del campo jurídico oficial, a través no solo de su acercamiento a las alternativas, sino de la ingestión de sus conceptos y fenómenos para observar experiencias pluriversales. Así, lo sagrado fue digerido.1 recurso online : PDF.application/pdfEpistemologiaAntropofagiaDireitoCiências AmbientaisParaíso imperfeito : a profanação decolonial ante a sacralidade jurídicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - ROBERTO JOSE COVAIA KOSOP.pdfapplication/pdf3512762https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/75728/1/R%20-%20T%20-%20ROBERTO%20JOSE%20COVAIA%20KOSOP.pdf0795e1b0aca2e4f6223d92e0d952b3a4MD51open access1884/757282022-10-31 12:35:24.544open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/75728Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-10-31T15:35:24Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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