Influência de diferentes veículos oleosos na toxicidade reprodutiva do Di-Butil Ftalato (DBP)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lourenço, Ana Carolina dos Santos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26189
Resumo: Resumo: Alguns esteres de ftalatos podem alterar o desenvolvimento do trato reprodutivo masculino quando administrados a ratos in utero, induzindo efeitos similares aos disturbios que fazem parte da Sindrome da Disgenesia Testicular humana (TDS). A incidencia e severidade das respostas toxicas induzidas pelos ftalatos durante o periodo pre-natal se mostram significativamente variaveis entre diferentes laboratorios, o que poderia ser explicado por diversos fatores, incluindo linhagem de ratos, condicoes laboratoriais, dieta e tipo de veiculo oleoso utilizado. Assim, tem sido proposto que a suplementacao com oleos contendo altos niveis de acidos graxos Omega-3 (encontrados em oleo de peixe e canola) poderia reverter alguns dos efeitos reprodutivos adversos induzidos por ftalatos. Para determinar o possivel efeito dos veiculos oleosos na toxicidade dos ftalatos, ratas Wistar prenhes foram tratadas com di-butil ftalato (DBP) diluido em tres diferentes veiculos: oleo de milho, canola ou peixe. Tres grupos controle receberam somente veiculos, e tres grupos foram expostos a 500 mg/kg/dia, diluido em oleo de milho, canola ou peixe. O tratamento se deu via oral (gavage) dos dias 13 a 20 de gestacao e o volume administrado foi de 5 mL/kg/dia para todos os grupos. As femeas foram pesadas durante a gestacao e eutanasiadas no dia 20 de gestacao, duas horas apos a ultima administracao de DBP ou veiculos. A distancia anogenital (AGD) foi medida em fetos machos e femeas. Apos serem decapitados, tres fetos machos por ninhada tiveram seus testiculos coletados para imunohistoquimica, histologia e dosagem de testosterona testicular e de lipideos. A exposicao ao DBP reduziu significativamente os niveis de testosterona testicular e a distancia anogenital em fetos machos, independente do veiculo utilizado. Foi observado um aumento no percentual de cordoes seminiferos contendo gonocitos multinucleados (MNGs) e no diametro dos cordoes seminiferos em grupos expostos ao DBP, sem haver diferenca entre esses grupos. No entanto, nao houve diferenca significativa entre o grupo tratado com DBP diluido em oleo de canola e seu respectivo controle em relacao a presenca de MNGs. Alem disso, o grupo tratado com DBP diluido em oleo de peixe nao diferiu do seu grupo controle na analise de diametro de cordoes seminiferos. Para avaliacao dos clusters de celulas de Leydig, foi realizada imunohistoquimica com anti-3ƒÀ-HSD. Houve significativa diminuicao na contribuicao de clusters pequenos para a area total de clusters em todos os grupos expostos ao DBP. No entanto, nao houve influencia do veiculo oleoso nesse parametro. O perfil lipidico determinado por HPLC indicou que a administracao dos oleos de peixe e canola foi capaz de aumentar a quantidade de acidos graxos Omega-3 no testiculo fetal. No entanto, a incorporacao de Omega-3 foi reduzida em grupos tratados com DBP, quando comparados aos controles. Juntos, esses resultados indicam que mesmo os oleos de canola e peixe tendo sido incapazes de alterar a deficiencia de testosterona induzida por DBP ou a diminuicao da distancia anogenital, mudancas sutis na histologia testicular puderam ser observadas. Os efeitos de uma suplementacao mais prolongada com oleos ricos em Omega-3 ainda precisam ser determinados.
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