Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bueno, Raquel de Oliveira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/28427
Resumo: Orientadora : Profa. Dra. Isabela Galarda Varassin
id UFPR_cab13ea975ac70eedf1beffc9bf5882a
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/28427
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Varassin, Isabela GalardaUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e ConservaçãoBueno, Raquel de Oliveira2022-12-19T19:29:40Z2022-12-19T19:29:40Z2012https://hdl.handle.net/1884/28427Orientadora : Profa. Dra. Isabela Galarda VarassinTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservaçao. Defesa: Curitiba, 06/07/2012Bibliografia: fls. 86-89Resumo: As interações entre plantas e beija-flores podem ser influenciadas pela disponibilidade de néctar e morfologia floral, por características locais da rede de polinização e apresentar padrões de interações em um panorama mais geral. Este estudo tratou das interações entre plantas e beija-flores em diversas escalas, em busca de avaliar os determinantes das interações entre estes dois parceiros mutualísticos. Para este fim, foram propostas três questões centrais, abordadas em três capítulos. O primeiro capítulo objetivou verificar como ocorre a variação na produção de néctar ao longo da antese das flores ornitófilas e se a produção de néctar interfere na taxa de visitas dos beija-flores a essas flores, também se a produção de néctar é afetada pelo tamanho das flores ornitófilas e se o número de flores produzido pelas plantas interfere na taxa de visitação dos beija-flores. O segundo capítulo objetivou caracterizar a rede de interações beija-flor - planta deste estudo e verificar se as propriedades desta rede e das espécies desta rede estão relacionadas com comprimento das corolas das flores ornitófilas e com o comprimento do bico dos beija-flores visitantes destas flores. No terceiro capítulo procurou ainda numa área geográfica mais ampla da Mata Atlântica, verificar se os beija-flores visitam flores com tamanhos de corola compatíveis com os tamanhos de seus bicos e verificar qual morfologia de bico dos beija-flores está dirigindo a evolução desta interação. Este estudo foi conduzido no Parque Estadual Lago Azul (PELA), Campo Mourão, PR. No capítulo I, que tratou da disponibilidade de recursos em flores de plantas ornitófilas e a relação com as taxas de visitação dos beija-flores do PELA, foram feitas extrações de néctar nas flores a cada duas horas e a dinâmica de produção, volume e concentração foram medidos. As flores foram medidas e pesadas e a influência do tamanho da flor na produção do néctar foi verificada. O volume de néctar produzido variou, mas a concentração se manteve relativamente constante ao longo da manhã. Flores com maiores diâmetros do cálice e/ou biomassa produziram mais néctar em três das cinco espécies estudadas. Nove espécies de beija-flores visitaram as flores ornitófilas, sendo apenas uma espécie da subfamília Phaethornithinae. As espécies de Trochilinae foram as que tiveram maior taxa de visitação. A taxa de visitação dos beija-flores não variou nem teve relação com a dinâmica de produção do néctar. A atividade dos beija-flores nas plantas parece ser pouco relacionada com a quantidade e qualidade do néctar produzido ao longo do período, mas pode ser afetada pelo número de flores disponíveis na comunidade. No capítulo II foi discutido sobre as restrições fenotípicas da rede de interações beija-flor - planta do PELA e para isso observações focais foram realizadas em sete espécies de plantas ornitófilas e a partir de uma matriz de presença e ausência alguns parâmetros da rede de interações do PELA foram analisados. Medidas dos bicos dos beija-flores foram retiradas da literatura e comparadas com o comprimento das corolas (funcional e do tubo) e medidas de traços florais foram tomadas para análise de sinal filogenético. A rede do PELA foi pequena, composta de sete espécies de plantas e de nove espécies de beija-flores. A rede não foi aninhada, apresentou alta conectância, e, Hylocharis chrysura e Erythrina crista-galli foram as espécies mais centrais. As espécies com corolas funcionalmente pequenas receberam desde poucas a muitas visitas, enquanto espécies com corolas funcionalmente maiores tiveram menos visitas por hora. A relação entre o comprimento do bico dos beija-flores e tamanhos de corola foi ausente. Os beija-flores usaram flores mais aparentadas quando considerado o diâmetro da base do cálice da flor como um traço floral. E por fim, no capítulo III foi discutido sobre o efeito de traços correspondentes da interação beija-flor - planta na Mata Atlântica, onde foram utilizadas 11 redes de interação da Mata Atlântica. Para avaliar o efeito de traços correspondentes foi calculada a média da diferença entre o comprimento da corola de flores visitadas e o comprimento do bico dos beija-flores.As redes analisadas tiveram diferentes tamanhos, a maioria delas foi aninhada. A conectância e o aninhamento relativos não foram influenciados pelo o tamanho da rede, como esperado. Na maioria das redes, os graus médios das plantas foram maiores que dos beija-flores, indicando maior generalidade nas plantas. Os menores graus médios ocorreram nas menores redes, como esperado já que o tamanho da rede influencia o número de interações. Esse efeito não foi observado no grau médio dos beija-flores. As corolas menores foram visitadas por beija-flores com bicos maiores e menores que essas corolas. As corolas mais longas foram visitadas por beija-flores com bicos menores que as corolas. O número de parceiros de interações das plantas (grau) não foi relacionado ao comprimento das corolas, exceto em uma rede. O número de parceiros de interação dos beija-flores (grau) não foi relacionado aos comprimentos dos bicos na maioria das redes. O grau das plantas não foi relacionado à variação do bico do beija-flor bico, que significa que plantas com poucos ou muitos parceiros de interação (grau) foram visitadas por beija-flores com a mesma variação de comprimento bico. Em apenas uma rede, plantas com flores mais especializadas (espécies com menor grau) foram visitadas por beija-flores com comprimentos de bico mais variados. O grau dos beija-flores não foi relacionado à variação do comprimento da corola, o que significa que beija-flores com poucos ou muitos parceiros de interação (grau) visitaram corolas com a mesma variação de comprimento. O tamanho da corola parece não limitar o número de espécies de beija-flor interagindo.Abstract: The interactions between plants and hummingbirds can be influenced by the availability of nectar and floral morphology, by local features of network of pollination and present patterns of interactions in a more general view. This study dealt with the interactions between plants and hummingbirds in various scales, seeking to assess the determinants of the interactions between these two mutualistic partners. To this end, three key issues were propolsed and they were addressed in three chapters. The first chapter aimed at verifying how the variation in nectar production along the anthesis of ornithophilous flowers occurs and if the nectar production interferes with the rate of visits by hummingbirds to the flowers, also and if the nectar production is affected by the size of the ornithophilous flowers, and if the number of flowers produced by plants interferes with the visitation rate of hummingbirds. The second chapter aimed to characterize the network of the hummingbird - plant interactions in this study and to verify if the properties of this network and the species of this network are related to the length of the ornithophilous flower corollas and the length of the beak of the hummingbird visiting these flowers. The third chapter also sought a wider geographical area of the Atlantic Forest, to check if hummingbirds visit flowers with corolla sizes compatible with the sizes of their beaks and verify what beak morphology of hummingbirds are driving the evolution of this interaction. This study was conducted at Parque Estadual Lago Azul (PELA), Campo Mourão, PR. In Chapter I, which dealt with the availability of resources in flowers of Ornithophilous plants compared with the visitation rates of hummingbirds in PELA, extractions of nectar were made in the flowers every two hours and the dynamics of production, volume and concentration were measured. The flowers were measured and weighed and the influence of flower size in the production of nectar was checked. The volume of produced nectar varied, but the concentration remained relatively constant throughout the morning. Flowers with larger diameters of the calyx and / or biomass produced more nectar in three of the five species. Nine species of hummingbirds visited the ornithophilous flowers, being only one species of the subfamily Phaethornithinae. Trochilinae species were those that had the highest rate of visitation. The visitation rate of hummingbirds do not varied, nor was related to the dynamics of nectar production. The activity of hummingbirds in plants seems to be somewhat related to the quantity and quality of nectar produced over the period, but it may be affected by the number of flowers available in the community. In Chapter II the phenotypic constraints on the hummingbird - plant network interactions of PELA were discussed, and for this, focal observations were made in seven species of ornithophilous plants and from a presence and absence matrix some parameters of the network of interactions of PELA were analyzed. Measurements of the beaks of hummingbirds were taken from literature and compared with the length of the corolla (functional and tube) and measures of floral traits were taken for analysis of phylogenetic signal. PELA network was small, consisting of seven species of plants and nine species of hummingbirds. The network was not nestedness, it showed high connectance, and Hylocharis chrysura and Erythrina crista-galli were the most central species. The species with functionally small corollas received from a few to many visits, while species with functionally larger corollas had fewer visits per hour. The relation between the length of the beak of hummingbirds and the sizes of corolla was absent. The hummingbirds used flowers more closely related when considering the diameter of the base of the calyx of the flower as a floral trait. Finally, in Chapter III the effect of traces of the corresponding interaction hummingbird - plant in the Atlantic Forest was discussed, where they 11 networks of interaction of the Atlantic Forest were used. To evaluate the effect of the corresponding traces the normalized average of the difference between the length of the corolla of flowers was calculated of the visited flowers and the length of the beak of the hummingbird. The analyzed networks had different sizes, most of them were nestedness. Relative connectance and the nestedness were not influenced by network size. In most networks, the average degrees of the plants were higher than the hummingbirds, indicating higher generality in plants. The lowest average degrees occurred in smaller networks, as expected since the network size influences the number of interactions. This effect was not observed in the average degree of hummingbirds. The smaller corollas were visited by hummingbirds with larger and smaller beaks than those corollas. The longer corollas were visited by hummingbirds with beaks smaller than the corollas. As the corollas increased in size, the differences between corolla and beak reduced indicating that there was a morphological fit between the beak and the corolla. The size of the corolla does not seem to limit the number of hummingbird species interacting. The number of interacting partners of a plant (degree) was not related to corolla length, except in one network. The number of interacting partners of a hummingbird (degree) was not related to beak length in most networks. Plant degree was not related to the variation of hummingbird beaks that is the plants with many or few interaction partners (degree) were visited by hummingbirds with the same variation in beak length. Hummingbird degree was not related to the variation of corolla length that is hummingbirds with many or few interaction partners (degree) visited by hummingbirds with the same variation in corolla length.107f. : grafs., tabs.application/pdfDisponível em formato digitalTesesBeija-florBotânica - Mata AtlânticaInteração animal-planta - Mata AtlânticaEcologiaFatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - RAQUEL DE OLIVEIRA BUENO.pdfapplication/pdf1016147https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/1/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdfd6e550a1f6a95f2545aee4cbcd5ddc7fMD51open accessTEXTR - T - RAQUEL DE OLIVEIRA BUENO.pdf.txtExtracted Texttext/plain151985https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/2/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdf.txt70ab0a57c4f4c28f697fe5bcdbd85733MD52open accessTHUMBNAILR - T - RAQUEL DE OLIVEIRA BUENO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1488https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/3/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdf.jpg879d5d8a0c879de08d1c30a42fabb30dMD53open access1884/284272022-12-19 16:29:40.387open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/28427Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-12-19T19:29:40Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
title Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
spellingShingle Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
Bueno, Raquel de Oliveira
Teses
Beija-flor
Botânica - Mata Atlântica
Interação animal-planta - Mata Atlântica
Ecologia
title_short Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
title_full Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
title_fullStr Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
title_full_unstemmed Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
title_sort Fatores que influenciam interações entre beija-flores e plantas em Mata Atântica : disponibilidade de recursos e ajustes morfológicos
author Bueno, Raquel de Oliveira
author_facet Bueno, Raquel de Oliveira
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Varassin, Isabela Galarda
Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação
dc.contributor.author.fl_str_mv Bueno, Raquel de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Teses
Beija-flor
Botânica - Mata Atlântica
Interação animal-planta - Mata Atlântica
Ecologia
topic Teses
Beija-flor
Botânica - Mata Atlântica
Interação animal-planta - Mata Atlântica
Ecologia
description Orientadora : Profa. Dra. Isabela Galarda Varassin
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-12-19T19:29:40Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-12-19T19:29:40Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/28427
url https://hdl.handle.net/1884/28427
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.pt_BR.fl_str_mv Disponível em formato digital
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 107f. : grafs., tabs.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/1/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdf
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/2/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdf.txt
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/28427/3/R%20-%20T%20-%20RAQUEL%20DE%20OLIVEIRA%20BUENO.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv d6e550a1f6a95f2545aee4cbcd5ddc7f
70ab0a57c4f4c28f697fe5bcdbd85733
879d5d8a0c879de08d1c30a42fabb30d
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1813898916144349184