A vegetação de campos de altitude (áreas de refúgio) no maciço Ibitiraquiri - Serra do Mar no Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tramujas, Alvaro de Paola
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/25245
Resumo: Foram estudados aspectos florísticos e fisionômicos de áreas de Refúgio Altomontano Herbáceo-Arbustivo. Ocorrem sobre montanhas do estado do Paraná, ao longo da Costa Atlântica - Serra do Mar - do sul do Brasil. A vegetação de Campos de Altitude cobre cerca de 500 hectares acima de 1300 m s.n.m. em elevações graníticas do maciço Ibitiraquiri e no pico Capivari Grande, onde está a maior altitude do Brasil meridional, o Pico Paraná (1887 m; 25°15'S; 48°48'W). A flora e a estrutura deste tipo de vegetação é de natureza pouco conhecida, encontrado-se em estado primitivo de conservação. Foram obtidas informações entre os anos de 1990 a 1999. O maciço Ibitiraquiri foi dividido em 6 setores, compartimentados por aspectos geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e de acesso. Desenvolveram-se fichas específicas para coleta botânica e caracterização fitofisionômica dos conjuntos vegetacionais (comunidades relíquias). Realizaram-se 19 amostras de 1 x 1 m, nas seguintes elevações: Itapiroca (1805 m), Capivari (1667 m), Camapuã (1713 m), Ciririca (1724 m), Agudos (1352 m), Cutia (1464 m), Taipabuçu (1734 m), Pico Paraná (abrigo de pedra, 1600 m) e Tucum (1731 m). Estas amostras localizaram-se em cumes, cristas, vertentes e restos de planalto dissecado das montanhas que são cobertas por dois diferentes tipos de solo: Organossolo Háplico e Neossolo Litólico. A abundância das espécies coletadas nas amostras foi calculada e as associações de plantas foram descritas e localizadas em mapa (1:100.000). Anotaram-se informações de aspectos do relevo, exposição, declividade, profundidade e condições de umidade do solo. Coletas de plantas com flores e/ou frutos, possibilitaram a identificação de 140 espécies de arbustos, ervas e árvores anãs, distribuídas em 46 famílias de angiospermas. Aspectos do relevo e do solo permitiram a descrição microambiental deste tipo de vegetação em 3 sub-tipos: xérico, mésico e hídrico. Ocorrem áreas de Refúgio Arbustivo Mésico, na zona de transição com a Floresta Ombrófila Densa Altomontana, com as espécies: Chusquea pinifolia (caratuva), Baccharis platypoda, Leandra reitzii, Tibouchina hospita, Senna organensis var. extratropica, Weinmannia humilis e Tabebuia catarinensis. Ocorrem áreas de Refúgio Herbáceo Xérico, nas encostas e topos ensolarados, e, sobre afloramentos rochosos, com: Polygala subverticilita, Tricocline catharinensis e Escallonia laevis, e a muito típica bromeliácea Dyckia reitzii. Predominam áreas de Refúgio Herbáceo Hídrico, com comunidades de Machaerina austrobrasilensis ( = Cladium ficticium), Eriocaulon ligulatum e Xyris sp, nos abaciados orgânicos encharcados. Outras espécies importantes são: Galianthe gertii, Eryngium koehneanum, Leucothoe organensis, Gautheria itatiaie, Griselinia ruscifolia, Mimosa congestifolia, M. prionopus, a orquidácea Sophronites coccínea, uma espécie nova do gênero Valeriana, gramíneas (Poaceae) e Ciperacea. Esta caracterização resultou em um mapa fitogeográfico das áreas de Refúgio Vegetacional, incluindo caminhos de acesso (1:10.000) e vistas topográficas do maciço Ibitiraquiri (1:25.000). Atividades de pesquisa e desenvolvimento foram propostas ao Parque Estadual Agudo da Cotia que possui 10,9 km2 e foi inserido no maciço Ibitiraquiri em 1994. Levantaram-se hipóteses sobre a biogeografia das áreas de Refúgio Vegetacional Altomontano.
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