Ciclo ovariano e comunicação sexual em bugios ruivos (Alouatta clamitans Cabrera 1940) (Primates, Atelidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silvestre, Thiago
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/29043
Resumo: Orientador : Prof. Dr. Fernando de Camargo Passos
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spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em ZoologiaPassos, Fernando de Camargo, 1964-Silvestre, Thiago2022-12-06T19:57:06Z2022-12-06T19:57:06Z2012https://hdl.handle.net/1884/29043Orientador : Prof. Dr. Fernando de Camargo PassosDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia. Defesa: Curitiba, 11/05/2012Bibliografia: fls. 88-104Area de concentração: ZoologiaResumo: Os hormônios sexuais são metabolizados e excretados nas fezes, o que permite acessar com confiabilidade a atividade ovariana através de seus metabólitos. Em primatas, a atividade sexual pode ser influenciada por alterações nos níveis destes hormônios e por fatores sócio-ambientais. Este estudo investigou em fêmeas cativas de Alouatta clamitans: (1) a descrição do ciclo ovariano por meio dos perfis de concentrações progestinas fecais, (2) a influência do ciclo ovariano no comportamento sócio-sexual e noutras atividades motoras e (3) se a atividade sexual influencia outros comportamentos. Para descrição do ciclo ovariano foram coletadas amostras fecais de oito fêmeas adultas de A. clamitans. As coletas ocorreram ao amanhecer, cinco dias por semana, durante 20 semanas (entre fevereiro e junho de 2011). As amostras foram secas, pulverizadas, extraídas e em seguida foram dosadas as progestinas (enzimoimunoensaio). Para o estudo da comunicação sexual, seis fêmeas (duas sozinhas em seus recintos e quatro em duas díades) e sete machos de recintos vizinhos (todos adultos, sozinhos), foram acompanhados durante quinze semanas (entre março e julho de 2011; 240 horas; 74 dias). Foram registradas interações sócio-sexuais e outras atividades motoras (todas as ocorrências). O comportamento sexual foi definido quanto à sua natureza (atrativo ou proceptivo) e quanto sua intensidade (atravidade não-intensa: ANI; atratividade intensa: AI; proceptividade não-intensa: PNI; proceptividade intensa: PI). De acordo com o perfil das progestinas fecais os ciclos ovarianos foram divididos em fases interluteal e luteal, e períodos periovulatórios (PPO) e não-periovulatórios (PNPO). Foram observados 35 ciclos que apresentaram duração média de 16 ± 0,52 dias (mínimo: 10; máximo: 22). A fase interluteal durou em média 4 ± 0,37 dias (mínimo: 1; máximo: 10) com concentração média de progestinas fecais de 467,98 ± 29,12 ng/g de fezes secas. Já a fase luteal durou 11 ± 0,50 dias (mínimo: 7; máximo: 17) com concentrações médias de 4283,27 ± 193,31 ng/g de fezes secas. A proceptividade dominou a atividade sexual e o comportamento sexual não se restringiu a nenhuma fase/período do ciclo ovariano, contudo o PPO se caracterizou por atividade sexual intensa (AI e PI), recepção de comportamentos afiliativos dos machos e masturbação feminina. Os machos morderam/lamberam o substrato e as fêmeas realizaram mais autocatação durante os dias de ANI e PNI respectivamente. Os períodos com presença de atividade sexual se associaram aos comportamentos de esfregação hiomandibular e emissão de comportamentos afiliativos não-sexuais para o sexo oposto em machos e fêmeas. O método não-invasivo de dosagem de progestinas fecais através do enzimoimunoensaio demonstrou ser eficaz para acessar o ciclo ovariano em fêmeas de Alouatta clamitans. Durante o período de maior fertilidade houve aumento na intensidade da atividade sexual, e a masturbação esteve ligada à libido sexual. As fêmeas foram atrativas em todas as fases de seu ciclo ovariano e alertaram comportamentalmente os machos em relação ao seu estado reprodutivo, contudo a atratividade só é intensificada em associação ao aumento da proceptividade, que por sua por sua vez esteve associada ao estado reprodutivo das fêmeas. A atividade sexual esteve associada à maior interação social.Abstract: Sexual hormones are metabolized and excreted in feces, allowing a reliable assessment of the ovarian activity by these metabolites. In primates, sexual activity could be influenced by changes in the levels of these hormones as well by social-environmental factors. This study investigated in captive females of Alouatta clamitans: (1) the description of the ovarian cycle by fecal progestins concentration profiles, (2) the influence of the ovarian cycle over social-sexual behaviors and other motor activities and (3) whether the sexual activity could influence others behaviors. For the description of the ovarian cycle fecal samples were collected from eight adult A. clamitans females. Sampling occurred at dawn, five days a week throughout 20 weeks (between February and June 2011). The samples were dried, pulverized, extracted and then the progestins were dosed (enzymeimmunoassay). For the sexual communication study six females (two alone in their enclosure and four slip in two dyads) and seven males from neighbor enclosures (all of them alone adults) were watched over fifteen weeks (between March and July 2011; 240 hours; 74 days). Socio-sexual interactions and other motor activities were registered (all occurrences sampling). Sexual behaviors were defined as to its nature (receptive or proceptive) and intensity (non-intense attractivity: ANI; intense attractivity: AI; non-intense proceptivity: PNI; intense proceptivity: PI). According to the fecal progestins profile the ovarian cycles were classified in luteal and interluteal phases, and in periovulatory period (PPO) and non-periovulatory period (PNPO). 35 cycles were observed and the mean cycle length was 16 ± 0.52 days (minimum: 10; maximum: 22). The interluteal phase lasted on average 4 ± 0.37 days (minimum: 1; maximum: 10) with fecal progestins average concentration of 467.98 ± 29.12 ng/g of dry feces. On the other hand, the luteal phase lasted 11 ± 0.50 days days (minimum: 7; maximum: 17) with average concentration of 4283,27 ± 193,31 ng/g of dry feces. Procepivity dominated sexual activity and the sexual behavior was not restricted to any phase/period of the ovarian cycle, although PPO was characterized by intense sexual activity (AI and PI), receipt of affiliative behaviors from males and female masturbation. Males bite/licked the substrate and females performed more self-grooming during ANI and PNI day, respectively. Periods with sexual activity were associated with hyomandibular rubbing behaviors and the emission of non-sexual affiliative behaviors to the opposite sex in males and females. The non-invasive method for measurement of fecal progestins trough enzymeimmunoassay proved being efficient to assess the ovarian cycle in females of Alouatta clamitans. During the period of high fertility there was an increment on the intensity of sexual activity, and the masturbation was linked to sexual libido. The females were attractive in all phases of their ovarian cycle and warned males behaviorally about their reproductive status, but the attractivity only enhanced in association with increased proceptivity, which in turn was associated with the reproductive status of females. The sexual activity is associated to increased social interaction.104f. : il. [algumas colors.], grafs., tabs.application/pdfDisponível em formato digitalTesesReprodução animal - Aspectos endocrinosGuariba (Macaco)Hormonios sexuaisZoologiaCiclo ovariano e comunicação sexual em bugios ruivos (Alouatta clamitans Cabrera 1940) (Primates, Atelidae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - THIAGO SILVESTRE.pdfapplication/pdf2255894https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29043/1/R%20-%20D%20-%20THIAGO%20SILVESTRE.pdf95673cd3b0268528c4d6c9abea8d77b7MD51open accessTEXTR - D - THIAGO SILVESTRE.pdf.txtExtracted Texttext/plain160468https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29043/2/R%20-%20D%20-%20THIAGO%20SILVESTRE.pdf.txt3a4eb869ad57a740243d02cb226a45a2MD52open accessTHUMBNAILR - D - THIAGO SILVESTRE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1368https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29043/3/R%20-%20D%20-%20THIAGO%20SILVESTRE.pdf.jpg158c1098b1bb07babd73f171b9b7aa71MD53open access1884/290432022-12-06 16:57:06.732open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/29043Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-12-06T19:57:06Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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