O papel das taxas de inundação na distribuição da vegetação e fauna em manguezais de um estuário subtropical
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Publication Date: | 2011 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UFPR |
Download full: | http://hdl.handle.net/1884/26380 |
Summary: | Resumo: A hidrodinâmica estuarina pode ser vista como um condicionador primário da sustentabilidade ecológica e econômica das regiões estuarinas. Ela condiciona os processos físico-químicos, geomorfológicos e biológicos nas áreas entremarés, que por sua vez, definem os padrões de ocorrência e abundância da biota aquática, sujeita a diferentes tempos de submersão e emersão. Este trabalho descreve os efeitos das taxas de inundação no padrão de distribuição da vegetação e de espécies bênticas de interesse comercial em manguezais do Complexo Estuarino de Paranaguá (Paraná, Brasil). A eclividade de 15 perfis transversais ao fluxo principal da maré foi determinada a partir de medidas de profundidade registradas por um CTD (Conductivity, Temperature and Depth) fundeado no início de cada perfil e de medidas da distância percorrida pela linha d’água a cada 15 minutos, durante enchentes de sizígia. Este método, associado com os dados históricos de três marégrafos localizados em diferentes pontos no CEP, possibilitou a estimativa das taxas anuais de inundação ao longo de cada perfil. As altitudes dos perfis, determinadas a partir de um nivelamento geodésico, foram transformadas em altitudes ortométricas paraidentificar suas posições em relação ao nível médio do mar. O Bostrychietum, associação de mac oalgas formada por espécies com diferentes níveis de tolerância, pode ser de fato utilizado como um indicador de níveis de maré, como já indicado, ainda que de forma qualitativa, pela literatura. Seu limite superior de ocorrência está entre os máximos de sizígia e quadratura, mas é afetado pelos regimes de salinidade prevalecentes. O limite inferior de distribuição de Avicennia schaueriana ocorre em elevações coincidentes com os máximos de quadratura, com taxas de inundação variando de aproximadamente 20 a 0% do tempo ao ano. Os limites inferiores de distribuição de Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa estão relacionados com taxas de inundação maiores, variando de 40% no setores mais internos do estuário a 80% na desembocadura. Os limites superiores de ocorrência das três espécies são condicionados por taxas de inundação de praticamente 0 a 20%, em altitudes próximas aos máximos de sizígia. Ucides ordatus ocorreu em praticamente toda a extensão dos manguezais e das zonas de transição, mas seu limite inferior de distribuição ocorreu logo após as altas declividades encontradas no limite inferior dos manguezais, em locais com taxas de inundação de 20 a 40% em todas as planícies entremarés estudadas, com exceção daquelas da desembocadura, com taxas de inundação de aproximadamente 70%. O limite inferior de distribuição de Mytella guyanensis correspondeu a taxas de inundação de aproximadamente 70%, e de Crassostrea spp, de aproximadamente 50%. Já o limite superior de distribuição dos bivalves é definido por 30% de tempo de inundação. Esses dados sugerem que as taxas de inundação são importantes para desenvolvimento dos bosques e da fauna associada, mas não determinam primariamente sua ocorrência. A distribuição do caranguejo-uçá está indiretamente relacionada com as taxas de inundação, à medida que estas influenciam a composição dos bosques. Já a distribuição dos bivalves está diretamente relacionada com as taxas de inundação, pois estes animais são mais sensíveis aos estresses de dessecação e só se alimentam quando submersos. |
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Alves, Daphne Spier MoreiraUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em ZoologiaLana, Paulo da Cunha, 1956-2011-12-09T09:49:48Z2011-12-09T09:49:48Z2011-12-09http://hdl.handle.net/1884/26380Resumo: A hidrodinâmica estuarina pode ser vista como um condicionador primário da sustentabilidade ecológica e econômica das regiões estuarinas. Ela condiciona os processos físico-químicos, geomorfológicos e biológicos nas áreas entremarés, que por sua vez, definem os padrões de ocorrência e abundância da biota aquática, sujeita a diferentes tempos de submersão e emersão. Este trabalho descreve os efeitos das taxas de inundação no padrão de distribuição da vegetação e de espécies bênticas de interesse comercial em manguezais do Complexo Estuarino de Paranaguá (Paraná, Brasil). A eclividade de 15 perfis transversais ao fluxo principal da maré foi determinada a partir de medidas de profundidade registradas por um CTD (Conductivity, Temperature and Depth) fundeado no início de cada perfil e de medidas da distância percorrida pela linha d’água a cada 15 minutos, durante enchentes de sizígia. Este método, associado com os dados históricos de três marégrafos localizados em diferentes pontos no CEP, possibilitou a estimativa das taxas anuais de inundação ao longo de cada perfil. As altitudes dos perfis, determinadas a partir de um nivelamento geodésico, foram transformadas em altitudes ortométricas paraidentificar suas posições em relação ao nível médio do mar. O Bostrychietum, associação de mac oalgas formada por espécies com diferentes níveis de tolerância, pode ser de fato utilizado como um indicador de níveis de maré, como já indicado, ainda que de forma qualitativa, pela literatura. Seu limite superior de ocorrência está entre os máximos de sizígia e quadratura, mas é afetado pelos regimes de salinidade prevalecentes. O limite inferior de distribuição de Avicennia schaueriana ocorre em elevações coincidentes com os máximos de quadratura, com taxas de inundação variando de aproximadamente 20 a 0% do tempo ao ano. Os limites inferiores de distribuição de Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa estão relacionados com taxas de inundação maiores, variando de 40% no setores mais internos do estuário a 80% na desembocadura. Os limites superiores de ocorrência das três espécies são condicionados por taxas de inundação de praticamente 0 a 20%, em altitudes próximas aos máximos de sizígia. Ucides ordatus ocorreu em praticamente toda a extensão dos manguezais e das zonas de transição, mas seu limite inferior de distribuição ocorreu logo após as altas declividades encontradas no limite inferior dos manguezais, em locais com taxas de inundação de 20 a 40% em todas as planícies entremarés estudadas, com exceção daquelas da desembocadura, com taxas de inundação de aproximadamente 70%. O limite inferior de distribuição de Mytella guyanensis correspondeu a taxas de inundação de aproximadamente 70%, e de Crassostrea spp, de aproximadamente 50%. Já o limite superior de distribuição dos bivalves é definido por 30% de tempo de inundação. Esses dados sugerem que as taxas de inundação são importantes para desenvolvimento dos bosques e da fauna associada, mas não determinam primariamente sua ocorrência. A distribuição do caranguejo-uçá está indiretamente relacionada com as taxas de inundação, à medida que estas influenciam a composição dos bosques. Já a distribuição dos bivalves está diretamente relacionada com as taxas de inundação, pois estes animais são mais sensíveis aos estresses de dessecação e só se alimentam quando submersos.application/pdfTesesSolos - InundaçãoManguezaisBiogeografiaO papel das taxas de inundação na distribuição da vegetação e fauna em manguezais de um estuário subtropicalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALDAPHNE S.M. ALVES.pdfapplication/pdf6230034https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26380/1/DAPHNE%20S.M.%20ALVES.pdfbf1afd7b7379920ce1068a1ebd91b0d7MD51open accessTEXTDAPHNE S.M. ALVES.pdf.txtDAPHNE S.M. ALVES.pdf.txtExtracted Texttext/plain119730https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26380/2/DAPHNE%20S.M.%20ALVES.pdf.txt113f05ab1e6647f07e896f1895e89004MD52open accessTHUMBNAILDAPHNE S.M. ALVES.pdf.jpgDAPHNE S.M. ALVES.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1111https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/26380/3/DAPHNE%20S.M.%20ALVES.pdf.jpg3ae3c42df82325ecee9d14b1490588d6MD53open access1884/263802016-04-07 06:58:58.232open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/26380Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T09:58:58Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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