Avaliação do efeito tipo antidepressivo e antimaníaco da miricitrina em testes animais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Marcela
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/33905
Resumo: Resumo: O transtorno de humor bipolar (THB) é composto de três fases: depressiva, maníaca/hipomaníaca e eutímica (remissão de sintomologia). Tem sido proposto que a inibição da PKC seja o mecanismo de ação comum de drogas estabilizadoras de humor e antimaníacas, dados estes observados em estudos com animais e na clínica. Por sua vez, tem sido proposto que a inibição do NO apresente efeito antidepressivo. Interessante notar que a inibição de NO tem sido associada a efeito antidepressivo em modelos animais, em que a diminuição da atividade nitrérgica no hipocampo se mostrou efetiva na reversão do comportamento depressivo. Por último é importante citar que em ambas as fases do THB, estudos têm mostrado um aumento do estresse oxidativo nos cérebros de animais após estes serem submetidos à indução de comportamento tipo maníaco ou depressivo e que o tratamento com fármacos diminui o estresse oxidativo. A miricitrina é um flavonóide extraído de várias plantas (p.ex.: gênero Eugênia), que apresenta efeito antinociceptivo, de inibição da proteína quinase C (PKC) e a síntese da NO, além de um possível efeito antioxidante. Portanto, baseado nestas ações neuroquímicas da miricitrina, pode-se propor que esta possui potencial antimaníaco, antidepressivo e antioxidante. Diante dos fatos acima citados, o presente estudo teve como objetivo principal avaliar o efeito da miricitrina em modelos animais de mania (hiperlocomoção induzida por anfetamina ou por privação de sono e aumento no número de vocalizações de alta frequência pelo tratamento com anfetamina) e depressão (anedonia induzida por estresse brando e analisada por teste de preferência de sacarose, nado forçado e suspensão pela cauda). Inicialmente foi avaliado o efeito da administração de miricitrina nos testes comportamentais de mania e depressão e posteriormente, a partir dos resultados iniciais, buscou-se avaliar as alterações neuroquímicas decorrentes do tratamento com miricitrina, como: os níveis de monoaminas (e seus metabólitos), alterações nos níveis de IL-6, TNF-? e estresse oxidativo nos animais. Nossos dados sugerem que a miricitrina apresenta: (a) Efeito tipo antimaníaco (redução de hiperlocomoção induzida pela privação de sono e anfetaminas; redução de vocalizações ultrassônicas de alta frequência induzida por anfetamina e da latência do sono após a privação de sono), (b) antidepressivo (reversão da anedonia e diminuição de imobilidade no teste de natação forçada e a suspensão da cauda induzidas por estresse crônico e repetido), (c) efeito antioxidante (d) reversão do aumento na expressão de IL-6 induzida por estresse crônico e repetido (e) reversão da hipertrofia das adrenais induzido por repetido estresse. Portanto, a miricitrina mostrou efeitos comportamentais e neuroquímicos similares às drogas antimaníacas e antidepressivas, o que indica um bom potencial para o desenvolvimento de um novo tratamento para do transtorno bipolar.
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