Flutuação populacional de Plutella xylostella (L., 1758) (Lepidoptera : Yponomeutidae) e seus parasitóides larvais no sudeste do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marchioro, Cesar Augusto
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/25569
Resumo: Resumo: A traça-das-crucíferas, Plutella xylostella L., é a principal praga de brássicas em todo o mundo. A sua grande capacidade de desenvolver resistência a inseticidas e a ocorrência em elevadas densidades populacionais tem tornado a produção econômica de brássicas praticamente impossível em certas regiões do mundo. Nesse contexto, a adoção de métodos de controle alternativos é importante para a elaboração de um plano de manejo integrado para a espécie. Para isso, faz-se necessário o conhecimento da dinâmica entre insetos herbívoros, planta hospedeira e inimigos naturais. Desta forma, a presente tese teve por objetivo avaliar os fatores que afetam a biologia, sobrevivência, reprodução e dinâmica populacional de P. xylostella na Região Metropolitana de Curitiba. O estudo realizado em cultivos comerciais orgânicos demonstrou que apesar da contínua e abundante disponibilidade de plantas hospedeiras durante todo o ano, a ocorrência de P. xylostella se restringiu entre Junho e Novembro. Quatro espécies de parasitóides larvais foram identificadas associadas a P. xylostella, das quais Diadegma leontiniae (Brèthes) (Hymenoptera: Ichneumonidae), Apanteles piceotrichosus Blanchard (Hymenoptera: Braconidae) e Siphona sp. Meigen (Diptera: Tachinidae) foram freqüentes, enquanto Oomyzus sokolowskii (Kurdjumov) (Hymenoptera: Eulophidae) foi raramente encontrada. O parasitismo foi o principal fator que influenciou a abundância de P. xylostella na região, evidenciando o importante papel do complexo de inimigos naturais na regulação populacional da praga. A abundância de P. xylostella na área de estudo foi baixa em comparação com a registrada em regiões tropicais do Brasil e do mundo. Os parâmetros demográficos estimados para diferentes temperaturas evidenciam que médias mais elevadas de temperatura proporcionam uma maior capacidade de aumento da população. Este fato pode explicar a maior abundância de P. xylostella em regiões tropicais, que apresentam médias de temperaturas maiores que as registradas na região subtropical. O estudo também demonstrou que P. xylostella é capaz de completar o ciclo biológico utilizando brássicas silvestres como hospedeiro. Além disso, foi comprovado que as fêmeas ovipositam em brássicas silvestres mesmo na presença de hospedeiros cultivados. Em teste de preferência alimentar, foi demonstrado que lagartas de primeiro e terceiro instares aceitam folhas de brássicas silvestres como hospedeiro. Estes resultados evidenciam que brássicas silvestres podem ser utilizadas por P. xylostella como refúgio, favorecendo as chances de sobrevivência da praga em campo quando espécies cultivadas não estão disponíveis, ou quando o cultivo é afetado pela aplicação de inseticidas ou irrigação. Ademais, as brássicas silvestres em floração também podem fornecer alimento para os adultos. Foi comprovado que o acesso a fontes de carboidrato influencia significativamente a duração do período de oviposição, a fecundidade e, conseqüentemente, os parâmetros demográficos de P. xylostella. Existe atualmente uma crescente demanda por métodos de controle alternativos, que sejam efetivos em regular a população de P. xylostella e minimizem o efeito negativo sobre o meio ambiente. Nesse contexto, as informações contidas na tese a respeito da biologia e ecologia de P. xylostella e de seus parasitóides larvais são úteis para a elaboração de planos de manejo da espécie, principalmente no que diz respeito ao controle biológico.
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Desta forma, a presente tese teve por objetivo avaliar os fatores que afetam a biologia, sobrevivência, reprodução e dinâmica populacional de P. xylostella na Região Metropolitana de Curitiba. O estudo realizado em cultivos comerciais orgânicos demonstrou que apesar da contínua e abundante disponibilidade de plantas hospedeiras durante todo o ano, a ocorrência de P. xylostella se restringiu entre Junho e Novembro. Quatro espécies de parasitóides larvais foram identificadas associadas a P. xylostella, das quais Diadegma leontiniae (Brèthes) (Hymenoptera: Ichneumonidae), Apanteles piceotrichosus Blanchard (Hymenoptera: Braconidae) e Siphona sp. Meigen (Diptera: Tachinidae) foram freqüentes, enquanto Oomyzus sokolowskii (Kurdjumov) (Hymenoptera: Eulophidae) foi raramente encontrada. O parasitismo foi o principal fator que influenciou a abundância de P. xylostella na região, evidenciando o importante papel do complexo de inimigos naturais na regulação populacional da praga. A abundância de P. xylostella na área de estudo foi baixa em comparação com a registrada em regiões tropicais do Brasil e do mundo. Os parâmetros demográficos estimados para diferentes temperaturas evidenciam que médias mais elevadas de temperatura proporcionam uma maior capacidade de aumento da população. Este fato pode explicar a maior abundância de P. xylostella em regiões tropicais, que apresentam médias de temperaturas maiores que as registradas na região subtropical. O estudo também demonstrou que P. xylostella é capaz de completar o ciclo biológico utilizando brássicas silvestres como hospedeiro. Além disso, foi comprovado que as fêmeas ovipositam em brássicas silvestres mesmo na presença de hospedeiros cultivados. Em teste de preferência alimentar, foi demonstrado que lagartas de primeiro e terceiro instares aceitam folhas de brássicas silvestres como hospedeiro. Estes resultados evidenciam que brássicas silvestres podem ser utilizadas por P. xylostella como refúgio, favorecendo as chances de sobrevivência da praga em campo quando espécies cultivadas não estão disponíveis, ou quando o cultivo é afetado pela aplicação de inseticidas ou irrigação. Ademais, as brássicas silvestres em floração também podem fornecer alimento para os adultos. Foi comprovado que o acesso a fontes de carboidrato influencia significativamente a duração do período de oviposição, a fecundidade e, conseqüentemente, os parâmetros demográficos de P. xylostella. Existe atualmente uma crescente demanda por métodos de controle alternativos, que sejam efetivos em regular a população de P. xylostella e minimizem o efeito negativo sobre o meio ambiente. 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