Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de Matos
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/35659
Resumo: Resumo: A Araucaria angustifolia é classificada como criticamente em perigo de extinção pela União internacional de conservação da natureza (IUCN) lista vermelha de espécies ameaçadas. O desenvolvimento e propagação desta espécie são influenciados por situações de estresse abiótico, como a variação de temperatura. Estudos anteriores evidenciaram a ativação da proteína desacopladora de mitocôndrias de plantas (PUMP) em células embriogênicas de A. angustifolia submetidas ao estresse pelo frio, um efeito associado ao estresse oxidativo. No presente estudo, buscou-se avançar no conhecimento da resposta desta conífera ao estresse pelo frio, com enfoque particular no estresse oxidativo. Desta forma, células embriogênicas de A. angustifolia foram submetidas ao estresse pelo frio (4 ± 1 ° C por 24h ou 48h) e foram avaliados a viabilidade e morfologia celulares, os níveis de H2O2, a lipoperoxidação e a atividade de enzimas antioxidantes. Em mitocôndrias isoladas destas células foram determinadas a atividade das NAD(P)H desidrogenases alternativas e a transição de permeabilidade mitocondrial (TPM). O estresse causado pelo frio não foi capaz afetar a morfologia e a viabilidade das células embriogênicas de A. angustifolia, no entanto, promoveu o aumento dos níveis de H2O2 em ~ 35% (em 24 e 48h). A lipoperoxidação também foi aumentada em ~ 15% e 30% após 24h e 48h de stress, respectivamente. A atividade da catalase foi reduzida em cerca de 20% após 48h de estresse, enquanto a ascorbato peroxidase (APx) e a dehidroascorbato redutase (DHAR) tiveram suas atividades aumentadas em ~ 100% e ~ 64%, respectivamente. Somente a atividade da monodehidroascorbate redutase (MDHAR) foi aumentada (~172%) no menor tempo de estresse (24h). As atividades das enzimas Glutationa redutase (GR) e superóxido oxidase (SOD) não foram alteradas pelas condições de estresse. Nas mitocôndrias, o estresse induzido pelo frio promoveu uma inibição significativa das NAD(P)H desidrogenases alternativas externas (~40% em 24 horas do stress e ~ 65% em 48 horas do stress), enquanto a transição de permeabilidade mitocondrial (MPT) foi discretamente inibida (em 24h e 48h de stress). Estes resultados mostram que o estresse por baixa temperatura foi capaz de induzir o estresse oxidativo nas células embriogênicas de A. angustifolia, o que resultou na ativação das enzimas antioxidantes, em especial as do ciclo glutationa-ascorbato. Esta ativação parece compensar a inibição da catalase e das NAD(P)H desidrogenases externas, uma vez que a viabilidade e morfologia das células não foram alteradas. Este estudo contribui para o esclarecimento da resposta desta gimnosperma a condição de estresse por baixa temperatura e, assim, também para o desenvolvimento de métodos de conservação desta espécie, como a micropropagação in vitro.
id UFPR_e58ad055dec1437e595f15bbfd0c5a1e
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/35659
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de MatosUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências (Bioquímica)Cadena, Silvia Maria Suter CorreiaMartinez, Glaucia ReginaMaurer, Juliana Bello Baron2014-07-31T12:57:51Z2014-07-31T12:57:51Z2014http://hdl.handle.net/1884/35659Resumo: A Araucaria angustifolia é classificada como criticamente em perigo de extinção pela União internacional de conservação da natureza (IUCN) lista vermelha de espécies ameaçadas. O desenvolvimento e propagação desta espécie são influenciados por situações de estresse abiótico, como a variação de temperatura. Estudos anteriores evidenciaram a ativação da proteína desacopladora de mitocôndrias de plantas (PUMP) em células embriogênicas de A. angustifolia submetidas ao estresse pelo frio, um efeito associado ao estresse oxidativo. No presente estudo, buscou-se avançar no conhecimento da resposta desta conífera ao estresse pelo frio, com enfoque particular no estresse oxidativo. Desta forma, células embriogênicas de A. angustifolia foram submetidas ao estresse pelo frio (4 ± 1 ° C por 24h ou 48h) e foram avaliados a viabilidade e morfologia celulares, os níveis de H2O2, a lipoperoxidação e a atividade de enzimas antioxidantes. Em mitocôndrias isoladas destas células foram determinadas a atividade das NAD(P)H desidrogenases alternativas e a transição de permeabilidade mitocondrial (TPM). O estresse causado pelo frio não foi capaz afetar a morfologia e a viabilidade das células embriogênicas de A. angustifolia, no entanto, promoveu o aumento dos níveis de H2O2 em ~ 35% (em 24 e 48h). A lipoperoxidação também foi aumentada em ~ 15% e 30% após 24h e 48h de stress, respectivamente. A atividade da catalase foi reduzida em cerca de 20% após 48h de estresse, enquanto a ascorbato peroxidase (APx) e a dehidroascorbato redutase (DHAR) tiveram suas atividades aumentadas em ~ 100% e ~ 64%, respectivamente. Somente a atividade da monodehidroascorbate redutase (MDHAR) foi aumentada (~172%) no menor tempo de estresse (24h). As atividades das enzimas Glutationa redutase (GR) e superóxido oxidase (SOD) não foram alteradas pelas condições de estresse. Nas mitocôndrias, o estresse induzido pelo frio promoveu uma inibição significativa das NAD(P)H desidrogenases alternativas externas (~40% em 24 horas do stress e ~ 65% em 48 horas do stress), enquanto a transição de permeabilidade mitocondrial (MPT) foi discretamente inibida (em 24h e 48h de stress). Estes resultados mostram que o estresse por baixa temperatura foi capaz de induzir o estresse oxidativo nas células embriogênicas de A. angustifolia, o que resultou na ativação das enzimas antioxidantes, em especial as do ciclo glutationa-ascorbato. Esta ativação parece compensar a inibição da catalase e das NAD(P)H desidrogenases externas, uma vez que a viabilidade e morfologia das células não foram alteradas. Este estudo contribui para o esclarecimento da resposta desta gimnosperma a condição de estresse por baixa temperatura e, assim, também para o desenvolvimento de métodos de conservação desta espécie, como a micropropagação in vitro.application/pdfDissertaçõesPlantas - Efeito do frioPinheiro-do-paranaStress oxidativoEstresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - ANA LUIZA DORIGAN DE MATOS FURLANETTO.pdfapplication/pdf1450907https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/1/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf1885ff7d67ee12e07472bb58a72226eaMD51open accessTEXTR - D - ANA LUIZA DORIGAN DE MATOS FURLANETTO.pdf.txtR - D - ANA LUIZA DORIGAN DE MATOS FURLANETTO.pdf.txtExtracted Texttext/plain98000https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/2/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf.txte1a4bea3c30e5a1b575535a91a83b416MD52open accessTHUMBNAILR - D - ANA LUIZA DORIGAN DE MATOS FURLANETTO.pdf.jpgR - D - ANA LUIZA DORIGAN DE MATOS FURLANETTO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1190https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/3/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf.jpg611dc303a11a867f2f69fcfe534890cbMD53open access1884/356592016-04-07 07:48:08.942open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/35659Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T10:48:08Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
title Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
spellingShingle Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de Matos
Dissertações
Plantas - Efeito do frio
Pinheiro-do-parana
Stress oxidativo
title_short Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
title_full Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
title_fullStr Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
title_full_unstemmed Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
title_sort Estresse oxidativo e transição de permeabilidade mitocondrial em células embriogênicas somáticas de Auraucária angustifolia estressadas pelo frio
author Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de Matos
author_facet Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de Matos
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências (Bioquímica)
Cadena, Silvia Maria Suter Correia
Martinez, Glaucia Regina
Maurer, Juliana Bello Baron
dc.contributor.author.fl_str_mv Furlanetto, Ana Luiza Dorigan de Matos
dc.subject.por.fl_str_mv Dissertações
Plantas - Efeito do frio
Pinheiro-do-parana
Stress oxidativo
topic Dissertações
Plantas - Efeito do frio
Pinheiro-do-parana
Stress oxidativo
description Resumo: A Araucaria angustifolia é classificada como criticamente em perigo de extinção pela União internacional de conservação da natureza (IUCN) lista vermelha de espécies ameaçadas. O desenvolvimento e propagação desta espécie são influenciados por situações de estresse abiótico, como a variação de temperatura. Estudos anteriores evidenciaram a ativação da proteína desacopladora de mitocôndrias de plantas (PUMP) em células embriogênicas de A. angustifolia submetidas ao estresse pelo frio, um efeito associado ao estresse oxidativo. No presente estudo, buscou-se avançar no conhecimento da resposta desta conífera ao estresse pelo frio, com enfoque particular no estresse oxidativo. Desta forma, células embriogênicas de A. angustifolia foram submetidas ao estresse pelo frio (4 ± 1 ° C por 24h ou 48h) e foram avaliados a viabilidade e morfologia celulares, os níveis de H2O2, a lipoperoxidação e a atividade de enzimas antioxidantes. Em mitocôndrias isoladas destas células foram determinadas a atividade das NAD(P)H desidrogenases alternativas e a transição de permeabilidade mitocondrial (TPM). O estresse causado pelo frio não foi capaz afetar a morfologia e a viabilidade das células embriogênicas de A. angustifolia, no entanto, promoveu o aumento dos níveis de H2O2 em ~ 35% (em 24 e 48h). A lipoperoxidação também foi aumentada em ~ 15% e 30% após 24h e 48h de stress, respectivamente. A atividade da catalase foi reduzida em cerca de 20% após 48h de estresse, enquanto a ascorbato peroxidase (APx) e a dehidroascorbato redutase (DHAR) tiveram suas atividades aumentadas em ~ 100% e ~ 64%, respectivamente. Somente a atividade da monodehidroascorbate redutase (MDHAR) foi aumentada (~172%) no menor tempo de estresse (24h). As atividades das enzimas Glutationa redutase (GR) e superóxido oxidase (SOD) não foram alteradas pelas condições de estresse. Nas mitocôndrias, o estresse induzido pelo frio promoveu uma inibição significativa das NAD(P)H desidrogenases alternativas externas (~40% em 24 horas do stress e ~ 65% em 48 horas do stress), enquanto a transição de permeabilidade mitocondrial (MPT) foi discretamente inibida (em 24h e 48h de stress). Estes resultados mostram que o estresse por baixa temperatura foi capaz de induzir o estresse oxidativo nas células embriogênicas de A. angustifolia, o que resultou na ativação das enzimas antioxidantes, em especial as do ciclo glutationa-ascorbato. Esta ativação parece compensar a inibição da catalase e das NAD(P)H desidrogenases externas, uma vez que a viabilidade e morfologia das células não foram alteradas. Este estudo contribui para o esclarecimento da resposta desta gimnosperma a condição de estresse por baixa temperatura e, assim, também para o desenvolvimento de métodos de conservação desta espécie, como a micropropagação in vitro.
publishDate 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-07-31T12:57:51Z
dc.date.available.fl_str_mv 2014-07-31T12:57:51Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1884/35659
url http://hdl.handle.net/1884/35659
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/1/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/2/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf.txt
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/35659/3/R%20-%20D%20-%20ANA%20LUIZA%20DORIGAN%20DE%20MATOS%20FURLANETTO.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 1885ff7d67ee12e07472bb58a72226ea
e1a4bea3c30e5a1b575535a91a83b416
611dc303a11a867f2f69fcfe534890cb
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801860763175878656