Taxonomia da diatomaceae potencialmente tóxica Pseudo-nitzschia Peragallo (Bacillariophyceae) em áreas de maricultura de Santa Catarina
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/25674 |
Resumo: | Resumo: Pseudo-nitzschia é um gênero de diatomáceas comum no fitoplâncton marinho, especialmente em regiões costeiras. A identificação das espécies é baseada na morfologia da frústula, e muitas de suas características são discerníveis apenas em microscopia eletrônica, dificultando a sua identificação precisa. Os registros de Pseudo-nitzschia no Brasil são limitados principalmente às regiões Sul e Sudeste, a maioria deles sem descrições e ilustrações das espécies. Algumas espécies p oduzem a toxina ácido domóico e podem causar eventos de intoxicação em humanos a partir da ingestão de moluscos contaminados. Adicionalmente, a maricultura tem crescido muito em áreas rasas de Santa Catarina, responsável por 95 % da produção nacional de mexilhões. Os objetivos do presente estudo foram realizar o estudo taxonômico das espécies de Pseudo-nitzschia presentes em áreas de cultivo do litoral de Santa Catarina, por meio de descrições, ilustrações, comparações com espécies próximas, uma chave de identificação e informações sobre a toxicidade das espécies. As amostras são provenientes do programa de monitoramento de algas nocivas e ficotoxinas em Santa Catarina. As coletas foram realizadas entre março de 2008 e março de 2009, complementadas por algumas amostras históricas, em seis fazendas de molusco ao longo da costa. Devido ao material pouco concentrado e à fraca silicificação das frústulas de Pseudo-nitzschia, resultando em problemas na identificação das espécies, métodos alternativos foram utilizados para a preparação de lâminas permanentes e observação de características diagnósticas em microscopia eletrônica. Dados de contagem de células e de toxicidade foram cedidos pelo Laboratório de Estudos sobre algas Nocivas da Univali. Foram identificados 11 táxons infragenéricos de Pseudonitzschia: P. calliantha, P. fraudulenta, P. cf. heimii, P. linea, P. multiseries, P. multistriata, P. pseudodelicatissima, P. pungens var. pungens, P. cf. subfraudulenta, P. subpacifica e Pseudo-nitzschia sp. Este número corresponde a 73% do total de espécies registradas em toda a costa brasileira, representando grande diversidade deste gênero, comparada a outros estudos regionais e internacionais similares. Além disso, ao menos dois morfótipos similares a P. caciantha e P. manii foram encontrados. P. calliantha, P. pseudodelicatissima e P. pungens ocorreram em todos os seis pontos. P. cf. heimii, P. cf. subfraudulenta e Pseudo-nitzschia sp. ocorreram exclusivamente em um ponto. Todas as espécies foram encontradas em maior abundânci no verão, com florações tóxicas simultâneas de P. pungens var. pungens, P. pseudodelicatissima e P. calliantha, em janeiro de 2009. A presença de P. pseudodelicatissima no Atlântico Sul-Ocidental foi discutida e registrada pela primeira vez a ocorrência de P. subpacifica em águas brasileiras. P. fraudulenta, P. cf. heimii, P. multistriata e P. cf. subfraudulenta, já registradas em trabalhos pretéritos foram confirmadas através de descrições e ilustrações. Dificuldades no preparo de amostras para identificação das espécies e lacunas no conhecimento sobre a distribuição deste gênero no país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste devem ser levadas em consideração no planejamento de futuros programas de monitoramento do fitoplâncton em áreas de maricultura. Finalmente, a detecção de seis espécies potencialmente tóxicas associadas a elevadas densidades e o registro de altos níveis de ácido domóico nos moluscos em Santa Catarina caracterizam a diatomácea Pseudo-nitzschia como um problema emergente nesta região. |
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Adicionalmente, a maricultura tem crescido muito em áreas rasas de Santa Catarina, responsável por 95 % da produção nacional de mexilhões. Os objetivos do presente estudo foram realizar o estudo taxonômico das espécies de Pseudo-nitzschia presentes em áreas de cultivo do litoral de Santa Catarina, por meio de descrições, ilustrações, comparações com espécies próximas, uma chave de identificação e informações sobre a toxicidade das espécies. As amostras são provenientes do programa de monitoramento de algas nocivas e ficotoxinas em Santa Catarina. As coletas foram realizadas entre março de 2008 e março de 2009, complementadas por algumas amostras históricas, em seis fazendas de molusco ao longo da costa. Devido ao material pouco concentrado e à fraca silicificação das frústulas de Pseudo-nitzschia, resultando em problemas na identificação das espécies, métodos alternativos foram utilizados para a preparação de lâminas permanentes e observação de características diagnósticas em microscopia eletrônica. Dados de contagem de células e de toxicidade foram cedidos pelo Laboratório de Estudos sobre algas Nocivas da Univali. Foram identificados 11 táxons infragenéricos de Pseudonitzschia: P. calliantha, P. fraudulenta, P. cf. heimii, P. linea, P. multiseries, P. multistriata, P. pseudodelicatissima, P. pungens var. pungens, P. cf. subfraudulenta, P. subpacifica e Pseudo-nitzschia sp. Este número corresponde a 73% do total de espécies registradas em toda a costa brasileira, representando grande diversidade deste gênero, comparada a outros estudos regionais e internacionais similares. Além disso, ao menos dois morfótipos similares a P. caciantha e P. manii foram encontrados. 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Resumo: Pseudo-nitzschia é um gênero de diatomáceas comum no fitoplâncton marinho, especialmente em regiões costeiras. A identificação das espécies é baseada na morfologia da frústula, e muitas de suas características são discerníveis apenas em microscopia eletrônica, dificultando a sua identificação precisa. Os registros de Pseudo-nitzschia no Brasil são limitados principalmente às regiões Sul e Sudeste, a maioria deles sem descrições e ilustrações das espécies. Algumas espécies p oduzem a toxina ácido domóico e podem causar eventos de intoxicação em humanos a partir da ingestão de moluscos contaminados. Adicionalmente, a maricultura tem crescido muito em áreas rasas de Santa Catarina, responsável por 95 % da produção nacional de mexilhões. Os objetivos do presente estudo foram realizar o estudo taxonômico das espécies de Pseudo-nitzschia presentes em áreas de cultivo do litoral de Santa Catarina, por meio de descrições, ilustrações, comparações com espécies próximas, uma chave de identificação e informações sobre a toxicidade das espécies. As amostras são provenientes do programa de monitoramento de algas nocivas e ficotoxinas em Santa Catarina. As coletas foram realizadas entre março de 2008 e março de 2009, complementadas por algumas amostras históricas, em seis fazendas de molusco ao longo da costa. Devido ao material pouco concentrado e à fraca silicificação das frústulas de Pseudo-nitzschia, resultando em problemas na identificação das espécies, métodos alternativos foram utilizados para a preparação de lâminas permanentes e observação de características diagnósticas em microscopia eletrônica. Dados de contagem de células e de toxicidade foram cedidos pelo Laboratório de Estudos sobre algas Nocivas da Univali. Foram identificados 11 táxons infragenéricos de Pseudonitzschia: P. calliantha, P. fraudulenta, P. cf. heimii, P. linea, P. multiseries, P. multistriata, P. pseudodelicatissima, P. pungens var. pungens, P. cf. subfraudulenta, P. subpacifica e Pseudo-nitzschia sp. Este número corresponde a 73% do total de espécies registradas em toda a costa brasileira, representando grande diversidade deste gênero, comparada a outros estudos regionais e internacionais similares. Além disso, ao menos dois morfótipos similares a P. caciantha e P. manii foram encontrados. P. calliantha, P. pseudodelicatissima e P. pungens ocorreram em todos os seis pontos. P. cf. heimii, P. cf. subfraudulenta e Pseudo-nitzschia sp. ocorreram exclusivamente em um ponto. Todas as espécies foram encontradas em maior abundânci no verão, com florações tóxicas simultâneas de P. pungens var. pungens, P. pseudodelicatissima e P. calliantha, em janeiro de 2009. A presença de P. pseudodelicatissima no Atlântico Sul-Ocidental foi discutida e registrada pela primeira vez a ocorrência de P. subpacifica em águas brasileiras. P. fraudulenta, P. cf. heimii, P. multistriata e P. cf. subfraudulenta, já registradas em trabalhos pretéritos foram confirmadas através de descrições e ilustrações. Dificuldades no preparo de amostras para identificação das espécies e lacunas no conhecimento sobre a distribuição deste gênero no país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste devem ser levadas em consideração no planejamento de futuros programas de monitoramento do fitoplâncton em áreas de maricultura. Finalmente, a detecção de seis espécies potencialmente tóxicas associadas a elevadas densidades e o registro de altos níveis de ácido domóico nos moluscos em Santa Catarina caracterizam a diatomácea Pseudo-nitzschia como um problema emergente nesta região. |
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