Toxicidade do óleo diesel para o peixe Astyanax Altiparanae
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/27857 |
Resumo: | Resumo: A intensificação das atividades humanas, tanto urbanas quanto industriais, vem ocasionando o aumento dos aportes dos mais diferentes tipos de contaminantes químicos nos ambientes aquáticos continentais. Nesse contexto, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), constituintes do etróleo que apresentam maior potencial tóxico, e os hidrocarbonetos voláteis (BTEX) são exemplos de substâncias que podem afetar os corpos de água, prejudicando o funcionamento desses ecossistemas e comprometendo os serviços ambientais associados. O estado do Paraná, localizado na região Sul do Brasil, apresenta histórico de acidentes envolvendo derramamentos de óleo combustível que atingiram ambientes aquáticos. Apesar disso, pouco se sabe sobre os efeitos tóxicos desses compostos sobre a ictiofauna nativa. Por esse motivo, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica (capítulo 1) sobre os efeitos do petróleo e seus subprodutos em peixes e avaliar a resposta toxicológica e histopatológica de uma espécie de peixe endêmica da região (Astyanax altiparanae) exposta, em laboratório, ao óleo diesel, a fração solúvel em água do óleo diesel (FSD) (capítulo 2 e 3) e a amônia (capítulo 4). Na revisão, foram abordados vários fatores que interferem na toxicidade do petróleo e seus derivados no ambiente aquático e porque as ferramentas histopatológicas vêm ganhando espaço em uma área que possui grande variedade de biomarcadores que podem demonstrar os efeitos de contaminantes ambientais. Nos capítulos 2 e 3 foi demostrado que apesar da grande resistência dos exemplares de A. altiparanae frente às altas concentrações do óleo diesel e da FSD, os resultados sugerem uma maior toxicidade do óleo diesel. Além disso, o índice de Impacto nas Brânquias (IIBr) calculado para cada alteração histopatológica revelou que na exposição aguda houve uma relação direta entre a concentração de diesel e FSD e a indução de necrose, descamação do epitélio e hipertrofia celular. Para as demais alterações, o IIBr não apresentou qualquer relação com as concentrações do diesel e da FSD a que os peixes foram expostos. Após a exposição subcrônica o IIBr calculado para as diferentes alterações não apresentou uma relação dose/efeito com as concentrações de diesel e FSD. Frente ao teste de sensibilidade à amônia, a espécie A. altiparanae apresentou-se muito sensível ao composto. Entretanto, embora várias alterações histopatológicas tenham sido identificadas, o IIBr calculado para cada alteração demostrou que apenas o descolamento epitelial apresentou uma relação direta com as concentrações de amônia testadas. O IIBr total calculado para cada concentração não apresentou qualquer relação com o aumento das concentrações de amônia. Os resultados obtidos no presente trabalho evidenciam que apesar dos efeitos tóxicos causados pelo óleo diesel, FSD e pela amônia, à espécie A. altiparanae as alterações histopatológicas avaliadas pelo IIBr não apresentaram-se como um indicador satisfatório de exposição a contaminantes ambientais. |
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