A concepção humeana de matéria : crítica do senso comum e experimentação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira dos Santos, Wesley Ribeiro
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/88006
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spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em FilosofiaEva, Luiz Antonio Alves, 1965-Ferreira dos Santos, Wesley Ribeiro2024-05-14T21:13:22Z2024-05-14T21:13:22Z2024https://hdl.handle.net/1884/88006Orientador: Dr. Luiz Antonio Alves EvaTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Defesa : Curitiba, 22/02/2024Inclui referênciasResumo: No presente trabalho, investigam os a noção humeana de corpo enquanto objeto externo à mente. Pretendemos responder duas perguntas: o que são os corpos e em que consiste a sua exterioridade? No Tratado da N atureza H um ana, Hume aborda o problema da existência externa dos corpos nas seções D a existência e da existência externa (T 1. 2. 6) e Do ceticismo quanto aos sentidos (T 1. 2. 4). Para o filósofo, não podemos conceber nada especificamente diferente das percepções — o que suscita a pergunta: se os corpos não podem ser concebidos como especificamente diferentes, em que consiste a sua exterioridade, então? A tese sustentada neste trabalho é que, para Hume, a exterioridade dos corpos consiste em sua suposta independência causal em relação à mente. Mas a própria noção humeana de corpo só aparece na seção D a im aterialidade da alm a (T 1. 4. 5), de modo tangencial à argumentação contra as teses da inerência da mente a algum tipo de substância, material ou imaterial. Defendemos, a respeito desse ponto, que os corpos são, para Hume, os objetos visíveis ou tangíveis a que se deve atribuir, além da cor ou da solidez, todas as qualidades descobertas através da experimentação; excluindo-se todas as qualidades incompatíveis com a noção de espaço. A suposta independência causal dos objetos significa que eles são concebidos de um modo tal que se supõe que a mente não é a causa que os produz. Mas a exterioridade não é a única qualidade dos corpos para Hume. A concepção humeana de corpo é construída a partir de uma crítica racional da opinião comum. Essa crítica se fundamenta na noção de espaço. Enquanto o senso comum toma todas as qualidades que se apresentam aos sentidos como pertencentes aos objetos externos, a crítica filosófica empreendida em meio à discussão sobre a imaterialidade da alma, em T 1. 4. 5, mostra que apenas as qualidades visíveis ou tangíveis podem ser atribuídas aos corpos. Além disso, Hume entende que a experimentação revela outras propriedades pertencentes aos objetos externos. Portanto, os corpos devem ser entendidos como coleções de percepções a que atribuímos identidade e independência e em que distinguimos as qualidades compatíveis com a noção de espaço das incompatíveis com essa noção: as primeiras devem ser tomadas como qualidades dos próprios objetos externos, as últim as não.Abstract: In this work, we examine Hume's concept of the body as an object distinct from the mind. We intend to answer two questions: what are bodies, and what constitutes their externality. In A Treatise of H um an Nature, Hume addresses the problem of the external existence of bodies in the sections Of the ideia of existence and external existence (T 1. 2. 6) and Of scepticism with regard to the senses (T 1. 2. 4). According to the philosopher, we cannot think of anything that is specifically different from perceptions, which begs the question: if bodies cannot be thought of as specifically different, what does their externality consist of? The thesis of this work is that, according to Hume, the exteriority of bodies is defined by their supposed causal independence from the mind. However, Hume's own concept of body appears only in the section Of the immateriality of the soul (T 1. 4. 5), where it is tangentially related to the argument against the thesis that the mind is inherent in some kind of substance, whether material or immaterial. On this point, we argue that bodies are, for Hume, the visible or tangible objects to which all qualities discovered through experimentation must be attributed, in addition to color or solidity, while excluding any qualities incompatible with the concept of space. The supposed causal independence of objects implies that they are conceived in such a way that it is assumed that the mind is not the cause of their creation. However, Hume does not regard exteriority as the only quality of bodies. Hume's understanding of the body is based on a rational critique of common sense. This critique is based on the concept of space. While common sense accepts all qualities that appear to the senses as belonging to external objects, the philosophical critique undertaken in the midst of the discussion on the immateriality of the soul in T 1. 4. 5 demonstrates that only visible or tangible qualities can be attributed to bodies. In addition, Hume believes that experimentation reveals other properties belonging to external objects. As a result, bodies should be understood as collections of perceptions to which we attribute identity and independence, and we should distinguish between qualities compatible with the concept of space and those incompatible with it: the former should be interpreted as properties of external objects themselves, while the latter should not.1 recurso online : PDF.application/pdfHume, David, 1711-1776MateriaEspaço e tempoFilosofia modernaFilosofiaA concepção humeana de matéria : crítica do senso comum e experimentaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - WESLEY RIBEIRO FERREIRA DOS SANTOS.pdfapplication/pdf7610229https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/88006/1/R%20-%20T%20-%20WESLEY%20RIBEIRO%20FERREIRA%20DOS%20SANTOS.pdf4728d68b6ddb1cd32ed5b39e307d92bfMD51open access1884/880062024-05-14 18:13:22.404open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/88006Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082024-05-14T21:13:22Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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