Composição, migração vertical e distribuição espaço-temporal do zooplâncton gelatinoso (Cnidaria, Ctenophora e thaliacea) da Plataforma Sudeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira Júnior, Miodeli
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26605
Resumo: Resumo: As intrusões ortogonais de águas subtropicais oceânicas (Água Central do Atlântico Sul; ACAS) sobre a Plataforma Continental Sudeste do Brasil (PCSE) aumentam consideravelmente a produtividade do ecossistema influenciando sobremaneira as comunidades planctônicas regionais. A presente tese obj tivou avaliar (i) a diversidade dos gelatinosos da PCSE, (ii) a influência das intrusões da ACAS na dinâmica vertical diária e (iii) na distribuição sazonal e costa-oceano desses organismos. (i) A análise de 285 amostras de plâncton da PCSE (~22,5-26,5°S), coletadas em 11 cruzeiros oceanográficos entre 2001 e 2007 resultou em >55.000 organismos examinados e 83 taxa: 47 medusas, 25 sifonóforos e 11 taliáceos. Aequorea macrodactyla, Aglauropsis kawari, Cordagalma ordinata, Protiaropsis minor, Pseudotiara tropica e Sphaeronectes köllikeri são novas ocorrências para a PCSE. (ii) Em outubro de 2007 um sistema de três camadas estava ocorrendo na isóbata de 100 m, com a fria (<16.5°C) ACAS na camada inferior (~70-100 m), influência da quente (>20°C) e oligotrófica Água Tropical (AT) nos 40 m superficiais e uma termoclina intermediária (~40-70 m) com máximos de clorofila (0,3-0,6 mg.m-³). A análise da distribuição vertical dos gelatinosos ao longo de dois dias consecutivos nesse local (26°45’S; 47°33’W) apontou duas características marcantes na distribuição dos organismos: (i) tendência de estarem mais agregados na AT à noite e mais amplamente distribuídos ao longo da coluna d’água durante o dia, num padrão migratório - ainda que realizado apenas por parte de muitas das populações - que pode ser explicado com base na idéia de “comer e correr” (“the hungersatiation hypothesis”); (ii) grande influência da estratificação vertical da coluna d’água, com a maior parte do zooplâncton ausente ou pouco abundante em águas frias da ACAS. Mesmo entre as formas migradoras apenas Aglaura hemistoma, eudóxias de Abylopsis tetragona, Beroe sp., Thalia democratica e Salpa fusiformis estavam atravessando a termoclina, com a ACAS na camada de fundo aparentemente restringindo a ocupação vertical da maioria das espécies, tipicamente de águas quentes. (iii) Foi acompanhado um evento de intrusão sazonal da ACAS sob a plataforma (26°46’S) com cinco cruzeiros oceanográficos entre novembro de 2005 e junho de 2006. Na primavera a ACAS estava afastada da costa, abaixo da zona eufótica, com sua intrusão (até a isóbata de 20 m em janeiro), ubsequente mistura (março/abril) e novamente sua presença afastada da costa, abaixo da zona eufótica, no início do inverno. A maioria dos gelatinosos estiveram associados a temperaturas elevadas (>20°C), exceto por Abylopsis tetragona, Beroe sp., Solmaris corona e Salpa fusiformis, relacionados a águas mais frias (<19 C). Mudanças sazonais na abrangência e dominância das massas d’água são refletidas nos gelatinosos e três padrões gerais são percebidos: (i) actínulas, L. tetraphylla, M. kochi, Doliolum nationalis (forozoóides), Dolioletta gegenbauri, são em geral costeiras e mais abundantes na primavera e/ou outono/inverno e associadas a salinidades menores (<35); (ii) Diphyes bojani, Brooksia rostrata e T. democratica têm pulsos populacionais no verão e tipicamente são da plataforma intermediária/externa, associadas a águas quentes (>25°C) e provavelmente indicam influência da AT. (iii) Grandes agregados de Salpa fusiformis e Solmaris corona ocorrem exclusivamente no verão em águas sob ampla influência da ACAS, sugerindo que sejam indicadoras dessa massa d’água sobre a plataforma.
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