Caracterização morfológica e anatômica do caule subterrâneo de Cyperus articulatus L. e C. prolixus H. B. K. (Cyperaceae) em desenvolvimento vegetativo.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/824 |
Resumo: | Cyperus articulatus L. e C. prolixas H.B.K. são espécies aromáticas, conhecidas vernaculamente por priprioca e pripriocão, respectivamente, das quais são extraídas essências dos caules subterrâneos e utilizadas no perfume cheiro-do-Pará. Para esses taxa, não há trabalhos que descrevam a formação dos órgãos subterrâneos. Diante disso, este estudo propôs-se caracterizar a morfologia e a anatomia dos caules subterrâneos dessas espécies em diferentes fases do desenvolvimento vegetativo, identificando a ocorrência de estruturas secretoras. O material botânico foi coletado no Campo Experimental da Universidade Federal Rural da Amazônia (Belém) e fixados em FAA 50. Os métodos usados foram secções histológicas, testes histoquímicos, inclusão em parafina, maceração e coloração com azul de astra e fucsina básica. O caule mostrou-se complexo, sendo constituído de rizoma e cormo envolvidos por catafilos e oriundos de um ápice caulinar vegetativo. Os cormos têm formas que variam de esférica a elíptica e os rizomas são cilíndricos. O primeiro órgão origina raízes adventícias e o escapo aéreo. Esses dois caules se alternam, dando crescimento plagiotrópico para a estrutura subterrânea. Anatomicamente, o ápice caulinar em secção transversal apresenta um meristema apical que se diferencia em protoderme, meristema fundamental e cordões procambias. Próximo a estes, encontra-se o meristema de espessamento primário (MEP) ativo e idioblastos de compostos fenólicos e oleíferos. Em secção transversal, este último meristema forma feixes vasculares anfivasais e parênquima para o interior e exterior, delimitando uma região cortical e outra medular. Posteriormente, a endoderme diferencia-se, sendo possível reconhecer o periciclo. Nos rizomas em secção transversal, ocorre a formação de cordões celulares esclerenquimáticos no córtex externo e, em C. articulatus, em volta da endoderme. Ainda no córtex interno desta espécie, as células sofrem um processo esquisolisígeno, originando um aerênquima. No rizoma de C. prolixas, o córtex interno é constituído de parênquima amilífero. Subseqüentemente, em ambas espécies, o MEP torna-se um meristema pericíclico persistente. Nos cormos em secção transversal, o MEP também produz raízes adventícias e depois da diferenciação da endoderme e das células circunvizinhas, tornase inativo. Entretanto, o periciclo mantem-se formando raízes e um sistema vascular secundário (SVS), sendo assim, denominado de meristema de espessamento secundário (MES), caracterizando um crescimento em espessura tardio para este órgão. Conclui-se que o cormo está relacionado com a reserva de nutrientes e propagação e o rizoma à expansão e que o MEP e MES são fundamentais na formação desses órgãos. Além disso, idioblastos oleíferos são a fonte do aroma encontrado nesses caules subterrâneos. |
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Caracterização morfológica e anatômica do caule subterrâneo de Cyperus articulatus L. e C. prolixus H. B. K. (Cyperaceae) em desenvolvimento vegetativo.Cyperus articulatus L.C. prolixus H. B. K.CyperaceaeCyperus articulatus L. - Caracterização morfológicaCyperus articulatus L. - Caule - anatomiaPripriocaPripriocãoRizomaMeristemaCyperus articulatus L. e C. prolixas H.B.K. são espécies aromáticas, conhecidas vernaculamente por priprioca e pripriocão, respectivamente, das quais são extraídas essências dos caules subterrâneos e utilizadas no perfume cheiro-do-Pará. Para esses taxa, não há trabalhos que descrevam a formação dos órgãos subterrâneos. Diante disso, este estudo propôs-se caracterizar a morfologia e a anatomia dos caules subterrâneos dessas espécies em diferentes fases do desenvolvimento vegetativo, identificando a ocorrência de estruturas secretoras. O material botânico foi coletado no Campo Experimental da Universidade Federal Rural da Amazônia (Belém) e fixados em FAA 50. Os métodos usados foram secções histológicas, testes histoquímicos, inclusão em parafina, maceração e coloração com azul de astra e fucsina básica. O caule mostrou-se complexo, sendo constituído de rizoma e cormo envolvidos por catafilos e oriundos de um ápice caulinar vegetativo. Os cormos têm formas que variam de esférica a elíptica e os rizomas são cilíndricos. O primeiro órgão origina raízes adventícias e o escapo aéreo. Esses dois caules se alternam, dando crescimento plagiotrópico para a estrutura subterrânea. Anatomicamente, o ápice caulinar em secção transversal apresenta um meristema apical que se diferencia em protoderme, meristema fundamental e cordões procambias. Próximo a estes, encontra-se o meristema de espessamento primário (MEP) ativo e idioblastos de compostos fenólicos e oleíferos. Em secção transversal, este último meristema forma feixes vasculares anfivasais e parênquima para o interior e exterior, delimitando uma região cortical e outra medular. Posteriormente, a endoderme diferencia-se, sendo possível reconhecer o periciclo. Nos rizomas em secção transversal, ocorre a formação de cordões celulares esclerenquimáticos no córtex externo e, em C. articulatus, em volta da endoderme. Ainda no córtex interno desta espécie, as células sofrem um processo esquisolisígeno, originando um aerênquima. No rizoma de C. prolixas, o córtex interno é constituído de parênquima amilífero. Subseqüentemente, em ambas espécies, o MEP torna-se um meristema pericíclico persistente. Nos cormos em secção transversal, o MEP também produz raízes adventícias e depois da diferenciação da endoderme e das células circunvizinhas, tornase inativo. Entretanto, o periciclo mantem-se formando raízes e um sistema vascular secundário (SVS), sendo assim, denominado de meristema de espessamento secundário (MES), caracterizando um crescimento em espessura tardio para este órgão. Conclui-se que o cormo está relacionado com a reserva de nutrientes e propagação e o rizoma à expansão e que o MEP e MES são fundamentais na formação desses órgãos. Além disso, idioblastos oleíferos são a fonte do aroma encontrado nesses caules subterrâneos.The aromatic species Cyperus articulatus L. and C. prolixas H.B.K., by whom underground stems is extract an essence used at cheiro-do-Pará perfume, are popularly known as priprioca and pripriocão respectively. For these species, there are no studies about underground stems development. The purpose this study was to characterize the morphology and anatomy of underground stems at different vegetative development stages, as well as to identify the secretory structures. The botanical vouchers were collected from test area of the Federal Rural University of Amazônia (Belém city) and fixed in FAA 50. Histological sections, histochemical testes, parafin inclusion, maceration and coloration to astra blue and basic fucsin were used. The complex stems is composed of rhizome and corm overlaing to cataphylls and produced from vegetative shoot apex. The corms are spherical to elliptical, and rhizomes are cylindrical. Adventitious roots and aerial scape are origined from corms. These two stems are alternated with plagiotropic growth. As regard to anatomy, in cross sections, protoderm, procambium, fundamental meristem and primary thickening meristem (PTM) are differentiated from the apical meristem of the shoot apex. Phenolic idioblast and other with oil occur among the ground meristematics cells. PTM produced amphivasal vascular bundles and parenchyma to inner and to outer, origining cortical and medullar regions. After, endodermis and pericycle are differentiated. In rhizomes cross sections, sclerenchyma bundle are formed in the outer cortex and at C. articulatus around the endodermis. Schizo-lysigenous aerenchyma occurs in the inner cortex of C. articulatus rhizome. In C. prolixas, starch parenchyma are observed in the inner cortex. Afterward PTM becomes a pericycle later meristem. In corms cross sections, PTM produced adventitious roots too. The PTM stopped when the endodermis and derivated cells of inner cortex were differentiated. However, the pericycle continues active producing roots and secondary vascular system (SVS), for this it's called of secondary thickening meristem (STM), what characterize a thicken growth later for the corm. Concluded that corms are reserve and propagation organs and rhizomes to expansion, while PTM and STM are very important to development of the underground stems. In addition, secretory idioblasts containing oil are connected to smell present on two stems.UFRA/MPEGhttp://lattes.cnpq.br/9793762450140441POTIGUARA, Raimunda Conceição de VilhenaSANTOS, Pedro Paulo dos2019-08-06T16:59:05Z2019-08-06T16:59:05Z2009-03-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTOS, Pedro Paulo dos. Caracterização morfológica e anatômica do caule subterrâneo de Cyperus articulatus L. e C. prolixus H. B. K. (Cyperaceae) em desenvolvimento vegetativo. Orientadora: Raimunda Conceição de Vilhena Potiguara. 2009. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas/Botânica Tropical) - Universidade Federal Rural da Amazônia/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2009.http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/824Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United Stateshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRAinstname:Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)instacron:UFRA2020-03-23T19:56:51Zoai:repositorio.ufra.edu.br:123456789/824Repositório Institucionalhttp://repositorio.ufra.edu.br/jspui/PUBhttp://repositorio.ufra.edu.br/oai/requestrepositorio@ufra.edu.br || riufra2018@gmail.comopendoar:2020-03-23T19:56:51Repositório Institucional da UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)false |
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