Impacto do El Niño na Amazônia: influência no crescimento da ostra-do-manguae cultivada no litoral Paraense, Norte do Brasil.
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRA | Resumo: | As anomalias climáticas, tais como o fenômeno El Niño, causam impactos socioeconômicos e ambientais imensuráveis em todo o globo, principalmente na produção de alimentos. Embora o Brasil não esteja incluso entre os países em situação de risco, influências dos El Niños passados na Amazônia e em outras regiões do país são documentadas em literatura. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência do El Niño no crescimento da ostra-do-mangue Crassostrea tulipa, cultivada no litoral amazônico. Para o experimento, utilizou-se o método de marcação utilizando fluorocromo calceína, que é recomendado na literatura para estudos de crescimento de moluscos bivalves tropicais. O experimento iniciou-se em abril de 2016 (durante o auge do El Niño 2015/16) e perpetuou por um período de um ano. Todas as condições experimentais foram baseadas em um estudo anterior, realizado (em 2013) em ano sem presença de anomalia climática. A cada coleta, amostrou-se 30 ostras, realizando (in locu) a retirada da epifauna bentônica associada a concha, posteriormente mensurando as medidas morfométricas e, por fim, codificados e transportados ao laboratório para o procedimento seguinte. Em laboratório, após lavadas e secas, as conchas das ostras foram emblocadas em resina cristal e cortados longitudinalmente, usando uma serra diamantada. Depois do polimento dos cortes resultantes com diferentes graus de pó de carboneto e óxido de alumínio, determinou-se a taxa de crescimento absoluto, detectando as marcas da calceína com um microscópio de fluorescência, que emite luz azul. Para estimar dos parâmetros de crescimento (K e L∞) utilizou-se a função de crescimento de von Bertalanffy, ajustada aos dados de tamanho de incremento (modelo de Appeldoorn). Avaliou-se a influência do El Niño no crescimento de C. tulipa por meio da comparação dos parâmetros de crescimento, utilizando o Overall Growth Performance – OGP. O OGP analisa os parâmetros de crescimento das espécies e ordena os dados em uma grade auximétrica. Os resultados deste estudo apresentam distinção nos parâmetros de crescimento das ostras sob influência do El Niño. Essa influência ocorre de modo distinto, correlacionada com a força da anomalia climática. Neste estudo, evidenciou-se uma influência negativa no crescimento das ostras C. tulipa cultivada no litoral amazônico, quando comparadas ao crescimento em anos normais. Além disso, estima-se que as ostras cultivadas em ano de El Niño, demora aproximadamente três meses a mais para atingir seu tamanho comercial. Deste modo, recomenda-se que, em anos de El Niño, aumente os cuidados no manejo do cultivo (e.g. retirada do biofouling, diminuir a densidade estocada) para reduzir os fatores ambientais adicionais que, também, influenciam no crescimento das ostras. |
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Impacto do El Niño na Amazônia: influência no crescimento da ostra-do-manguae cultivada no litoral Paraense, Norte do Brasil.Aquicultura - ParáOstreicultura - ParáPiscicultura – ParáPiscicultura - Molusco bivalvePiscicultura - Marcação fluorescente in situPiscicultura - CalceínaAnomalias climáticasEl NiñoOstra-do-mangue - AmazôniaAs anomalias climáticas, tais como o fenômeno El Niño, causam impactos socioeconômicos e ambientais imensuráveis em todo o globo, principalmente na produção de alimentos. Embora o Brasil não esteja incluso entre os países em situação de risco, influências dos El Niños passados na Amazônia e em outras regiões do país são documentadas em literatura. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência do El Niño no crescimento da ostra-do-mangue Crassostrea tulipa, cultivada no litoral amazônico. Para o experimento, utilizou-se o método de marcação utilizando fluorocromo calceína, que é recomendado na literatura para estudos de crescimento de moluscos bivalves tropicais. O experimento iniciou-se em abril de 2016 (durante o auge do El Niño 2015/16) e perpetuou por um período de um ano. Todas as condições experimentais foram baseadas em um estudo anterior, realizado (em 2013) em ano sem presença de anomalia climática. A cada coleta, amostrou-se 30 ostras, realizando (in locu) a retirada da epifauna bentônica associada a concha, posteriormente mensurando as medidas morfométricas e, por fim, codificados e transportados ao laboratório para o procedimento seguinte. Em laboratório, após lavadas e secas, as conchas das ostras foram emblocadas em resina cristal e cortados longitudinalmente, usando uma serra diamantada. Depois do polimento dos cortes resultantes com diferentes graus de pó de carboneto e óxido de alumínio, determinou-se a taxa de crescimento absoluto, detectando as marcas da calceína com um microscópio de fluorescência, que emite luz azul. Para estimar dos parâmetros de crescimento (K e L∞) utilizou-se a função de crescimento de von Bertalanffy, ajustada aos dados de tamanho de incremento (modelo de Appeldoorn). Avaliou-se a influência do El Niño no crescimento de C. tulipa por meio da comparação dos parâmetros de crescimento, utilizando o Overall Growth Performance – OGP. O OGP analisa os parâmetros de crescimento das espécies e ordena os dados em uma grade auximétrica. Os resultados deste estudo apresentam distinção nos parâmetros de crescimento das ostras sob influência do El Niño. Essa influência ocorre de modo distinto, correlacionada com a força da anomalia climática. Neste estudo, evidenciou-se uma influência negativa no crescimento das ostras C. tulipa cultivada no litoral amazônico, quando comparadas ao crescimento em anos normais. Além disso, estima-se que as ostras cultivadas em ano de El Niño, demora aproximadamente três meses a mais para atingir seu tamanho comercial. Deste modo, recomenda-se que, em anos de El Niño, aumente os cuidados no manejo do cultivo (e.g. retirada do biofouling, diminuir a densidade estocada) para reduzir os fatores ambientais adicionais que, também, influenciam no crescimento das ostras.Climate anomalies, such as the El Niño phenomenon, cause immeasurable socioeconomic and environmental impacts across the globe, especially in food production. Although Brazil is not included among the countries at risk, influences of El Niños passed in the Amazon and other regions of the country are documented through the available literature. This study aims to evaluate the influence of El Niño on the growth of the mangrove oyster Crassostrea tulipa, cultivated on the Amazonian coast. For the experiment, the labeling method was used using fluorochrome calcein, which is recommended in the literature for growth studies of tropical bivalve molluscs. The experiment started in April and 2016 (during the height of El Niño 2015/16) and perpetuated for a period of one year. All experimental conditions were based on an earlier study, carried out (in 2013) in year without climatic anomaly. At each collection, 30 oysters were sampled, performing (in locu) the removal of the benthic epiphyseal associated with the shell, then measuring the morphometric measurements and, finally, coded and transported to the laboratory for the next procedure. In the laboratory, after washing and drying, the oyster shells were embedded in crystal resin and cut lengthwise using a diamond saw. After polishing the resulting cuts with different degrees of carbide and aluminum oxide powder, the absolute growth rate was determined by detecting the calcein tags with a fluorescence microscope which emits blue light. The growth parameters (K and L∞) were used for the von Bertalanffy growth function, adjusted for incremental size data (Appeldoorn model). The influence of El Niño on the growth of C. tulipa was evaluated by comparing the growth parameters using the Overall Growth Performance – OGP. The OGP analyzes the growth parameters of the species and sorts the data in an auximetric grid. The results of this study show a distinction in the growth parameters of oysters under El Niño influence. This influence occurs in a different way, correlated with the force of the climatic anomaly. In this study, a negative influence was observed in the growth of C. tulipa oysters grown on the Amazonian coast, when compared to growth in normal years. In addition, it is estimated that the oysters grown in El Niño year, takes approximately three more months to reach its commercial size. Thus, it is recommended that in El Niño years increase care in crop management (eg withdrawal of biofouling, decrease in stocking density) to reduce additional environmental factors that also influence oyster growth.UFRA/Campus Belémhttp://lattes.cnpq.br/1473736089258238HERMANN, MarkoCHAGAS, Rafael Anaisce das2020-03-16T15:08:39Z2020-03-16T15:08:39Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCHAGAS, Rafael Anaisce das. Impacto do El Niño na Amazônia: influência no crescimento da ostra-do-manguae cultivada no litoral Paraense, Norte do Brasil. Orientador: Marko Hermann. 2019. 292 f. Dissertação (Mestrado em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2018CDD: 639.3098115repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/954porreponame:Repositório Institucional da UFRAinstname:Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)instacron:UFRAinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-03-16T15:19:14Zoai:repositorio.ufra.edu.br:123456789/954Repositório Institucionalhttp://repositorio.ufra.edu.br/jspui/PUBhttp://repositorio.ufra.edu.br/oai/requestrepositorio@ufra.edu.br || riufra2018@gmail.comopendoar:2020-03-16T15:19:14Repositório Institucional da UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)false |
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As anomalias climáticas, tais como o fenômeno El Niño, causam impactos socioeconômicos e ambientais imensuráveis em todo o globo, principalmente na produção de alimentos. Embora o Brasil não esteja incluso entre os países em situação de risco, influências dos El Niños passados na Amazônia e em outras regiões do país são documentadas em literatura. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência do El Niño no crescimento da ostra-do-mangue Crassostrea tulipa, cultivada no litoral amazônico. Para o experimento, utilizou-se o método de marcação utilizando fluorocromo calceína, que é recomendado na literatura para estudos de crescimento de moluscos bivalves tropicais. O experimento iniciou-se em abril de 2016 (durante o auge do El Niño 2015/16) e perpetuou por um período de um ano. Todas as condições experimentais foram baseadas em um estudo anterior, realizado (em 2013) em ano sem presença de anomalia climática. A cada coleta, amostrou-se 30 ostras, realizando (in locu) a retirada da epifauna bentônica associada a concha, posteriormente mensurando as medidas morfométricas e, por fim, codificados e transportados ao laboratório para o procedimento seguinte. Em laboratório, após lavadas e secas, as conchas das ostras foram emblocadas em resina cristal e cortados longitudinalmente, usando uma serra diamantada. Depois do polimento dos cortes resultantes com diferentes graus de pó de carboneto e óxido de alumínio, determinou-se a taxa de crescimento absoluto, detectando as marcas da calceína com um microscópio de fluorescência, que emite luz azul. Para estimar dos parâmetros de crescimento (K e L∞) utilizou-se a função de crescimento de von Bertalanffy, ajustada aos dados de tamanho de incremento (modelo de Appeldoorn). Avaliou-se a influência do El Niño no crescimento de C. tulipa por meio da comparação dos parâmetros de crescimento, utilizando o Overall Growth Performance – OGP. O OGP analisa os parâmetros de crescimento das espécies e ordena os dados em uma grade auximétrica. Os resultados deste estudo apresentam distinção nos parâmetros de crescimento das ostras sob influência do El Niño. Essa influência ocorre de modo distinto, correlacionada com a força da anomalia climática. Neste estudo, evidenciou-se uma influência negativa no crescimento das ostras C. tulipa cultivada no litoral amazônico, quando comparadas ao crescimento em anos normais. Além disso, estima-se que as ostras cultivadas em ano de El Niño, demora aproximadamente três meses a mais para atingir seu tamanho comercial. Deste modo, recomenda-se que, em anos de El Niño, aumente os cuidados no manejo do cultivo (e.g. retirada do biofouling, diminuir a densidade estocada) para reduzir os fatores ambientais adicionais que, também, influenciam no crescimento das ostras. |
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CHAGAS, Rafael Anaisce das. Impacto do El Niño na Amazônia: influência no crescimento da ostra-do-manguae cultivada no litoral Paraense, Norte do Brasil. Orientador: Marko Hermann. 2019. 292 f. Dissertação (Mestrado em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2018 CDD: 639.3098115 repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/954 |
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CHAGAS, Rafael Anaisce das. Impacto do El Niño na Amazônia: influência no crescimento da ostra-do-manguae cultivada no litoral Paraense, Norte do Brasil. Orientador: Marko Hermann. 2019. 292 f. Dissertação (Mestrado em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2018 CDD: 639.3098115 repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/954 |
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