Biologia floral de uma liana nativa heterodicogâmica, Gouania cornifolia REISSEK (RHAMNACEAE), com potencial para regeneração natural na Amazônia brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BEZERRA, Leilane Ávila
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRA
Texto Completo: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1208
Resumo: Fadesp
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spelling Biologia floral de uma liana nativa heterodicogâmica, Gouania cornifolia REISSEK (RHAMNACEAE), com potencial para regeneração natural na Amazônia brasileiraGouania cornifolia Reissek (Rhamnaceae) - Biologia floralLiana nativa - G. cornifoliaMorfologia floralDimorfismos floraisFlores bissexuais - ProtandriaFadespGouania cornifolia Reissek (Rhamnaceae) é uma liana arbustiva nativa da região amazônica, que ocorre naturalmente nas bordas das florestas. Sua biologia floral e polinização são desconhecidas, apesar do grande potencial ecológico, visto que coloniza áreas em condições adversas (altas temperaturas e baixa umidade), e suas sementes são dispersas pelo vento, facilitando a regeneração natural. Este estudo descreve a biologia floral de G. cornifolia em populações naturais em áreas de restauração pós-mineração, da Companhia Mineradora de Bauxita Hydro, em Paragominas, nordeste do Estado do Pará, Brasil. Os períodos de floração e frutificação foram monitorados mensalmente durante um ano. A biologia floral e da inflorescência foi estudada em quatro expedições com 10-20 dias (junho/2019 a setembro/2019). A morfologia floral e a biologia floral foram avaliadas em 18 plantas com pelo menos 100 m de distância. Flores marcadas foram observadas desde a pré-antese até a senescência e/ou desenvolvimento inicial dos frutos, a fim de caracterizar longevidade, recursos e atrativos florais, posicionamento de pétalas e sépalas, crescimento de estilete e distensão de lobos estigmáticos. A receptividade do estigma foi avaliada usando o teste de peróxido de hidrogênio, a viabilidade do pólen com o procedimento de Baker, a concentração de açúcar néctar (% brix) e volume (μl) com refratômetro portátil e microcapilares e osmóforos com solução de vermelho neutro. O período de floração estendeu-se em meados maio ate setembro. Os frutos começaram a se desenvolver em agosto e as sementes dispersas em outubro e dezembro. As inflorescências são tirsos racemiformes terminais com pequenos cimos multifloridos, com diminutas (2-3 mm) flores bissexuais e estaminadas (razão sexual 1:25), amarelo-esverdeadas claras, que duram três a cinco dias, abrindo-se simultaneamente na mesma inflorescência. A população apresentou dimorfismos florais comportamentais temporais, compreendendo dois morfos genéticos, um com abertura das flores por volta das 7:00h (morfo A07) e outro por volta das 11:00h (morfo A11). As flores bissexuais são protândricas e nas plantas A07 liberam o pólen pela manhã, e expõem o estigma à tarde, ao contrário, as plantas A11 liberam pólen à tarde e expõem o estigma na manhã do dia seguinte, quando o estilete já está mais alongado, e com os lobos estigmáticos distendidos e receptivos. No início da antese, em ambos os morfos, as pétalas e os estames ficam perpendiculares ao receptáculo floral e as pétalas recobrem os estames, sem, no entanto, impedir a exposição dos grãos de pólen. Nas plantas A07 e A11, 51 e 68% das flores bissexuais caíram em 44 e 82 horas após a antese, respectivamente, o restante permaneceu por mais de 5 dias, possivelmente desenvolvendo frutos. Da mesma forma, nas plantas A07 e A11, 96 e 88% das flores estaminadas caíram em 63 e 66 horas, respectivamente. Nas flores com um, dois e três dias de vida, o volume de néctar variou de 0,1-1,5 μl com maior produção no primeiro dia, a concentração de açúcar variou de 50-80% e a viabilidade polínica >80%. Os osmóforos estão principalmente nas bordas das pétalas e sépalas. Concluímos que G. cornifolia possui uma apresentação floral peculiar, com fácil acesso aos recursos florais, o que facilita a entomofilia; exibe dimorfismo sexual do tipo andromonóico; dicogamia do tipo protandria e um fenômeno reprodutivo raro, a heterodicogamia, dimorfismo comportamental temporal em que as suas populações compreendem dois morfos genéticos recíprocos.Gouania cornifolia Reissek (Rhamnaceae) is a shrubby liana native to the Amazon Region, which occurs naturally at forests edges. Its floral biology and pollination are still unknown, despite great ecological potential, since it colonizes areas under harsh conditions (high temperatures and low humidity), and its seeds are wind dispersed, facilitating natural regeneration. This study describes the floral biology of G. cornifolia in natural population in post-mining restoration areas of Companhia Mineradora de Bauxita Hydro, Paragominas, northeast of Pará State, Brazil. Flowering and fruiting periods were monitored monthly during one year. Floral and inflorescence biology were studied in four expeditions with 10- 20 days (June/2019 to September/2019). The floral morphology and floral biology were assessed in 18 plants at least 100 m apart. Tagged flowers were observed from pre-anthesis to full senescence and/or initial fruit development, in order to characterize longevity, floral resources and attractants, petals and sepals positioning, style growth and stigmatic lobes distention. Stigma receptivity was evaluated using the rapid drop hydrogen peroxide test, pollen viability with Baker’s procedure, nectar sugar concentration (% brix) and volume (μl) with hand–held refractometer and icrocapillars, and osmophores with neutral red solution. The flowering period extended from May to mid-September. Fruits began to develop in August, and dispersed seeds in October and November. The inflorescences are terminal racemiform thyrses with small, multi-flowered cymes, and inconspicuous (2 to 3 mm) light yellow-green bisexual and staminate three days long flowers (1:25 sex ratio), opening simultaneously in the same inflorescence. The population showed temporal behavioral floral dimorphisms, comprising two genetic morphs, one with flowers opening around 7:00 am (A07 morph), and other opening around 11:00 am (A11 morph). Bisexual flowers are protandric and in A07 plants sheds pollen in the morning, and the stigma is exposed in the afternoon, conversely, A11 plants sheds pollen in the afternoon and exposes the stigma in the morning of the following day, when it grows, distend the lobes and is reactive to peroxide. At the beginning of anthesis, in both morphs, petals and stamens are perpendicular to the floral receptacle and petals cover the stamens, without, however, preventing the exposure of pollen grains. In A07 and A11 plants, 51 and 68 % bisexual flowers fell within 44 and 82 hours after anthesis, respectively, the rest remained for more than 5 days, possibly developing fruits. Likewise, in A07 and A11 plants, 96 and 88 % staminate flowers fell within 63 and 66 hours, respectively. In flowers with one, two and three days, nectar volume ranged from 0.1 to 1.5 μl with the highest production on the first day, sugar concentration ranged from 50% to 80%, and pollen viability scored > 80%. Osmophores are mainly in the petals and sepals edges, in both morphs. We conclude that G. cornifolia presents a peculiar floral display, with easy access to floral resources, which facilitates entomophily; exhibits sexual dimorphism of the andromonoecious type; protandry-type dichogamy, and a rare reproductive phenomenon, heterodichogamy, the temporal behavioral dimorphisms, where populations of the species comprise two reciprocal genetic morphs.UFRA/Campus BelémBATISTA, Telma Fátima VieiraMAUÉS, Márcia MottaBEZERRA, Leilane Ávila2021-05-31T04:18:08Z2021-05-31T04:18:08Z2021-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBEZERRA, Leilane Ávila. Biologia floral de uma liana nativa heterodicogâmica, Gouania cornifolia REISSEK (RHAMNACEAE), com potencial para regeneração natural na Amazônia brasileira. Orientador: Telma Fátima Vieira Batista; Márcia Motta Maués. 2021. 77 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1208 . Acesso em: .CDD 582.0463http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1208Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United Stateshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRAinstname:Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)instacron:UFRA2022-08-26T18:15:14Zoai:repositorio.ufra.edu.br:123456789/1208Repositório Institucionalhttp://repositorio.ufra.edu.br/jspui/PUBhttp://repositorio.ufra.edu.br/oai/requestrepositorio@ufra.edu.br || riufra2018@gmail.comopendoar:2022-08-26T18:15:14Repositório Institucional da UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)false
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