Sexualidade de mulheres vivendo com HIV/AIDS

• Autor(a) principal: Pinheiro, Iasmin Oliveira
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRB
• Texto Completo: http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2035
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM::ENFERMAGEM DE DOENCAS CONTAGIOSAS; Sexualidade; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA); Mulher - Saúde; Preservativo; Serviço de Atendimento Especializado; Santo Antônio de Jesus (BA); Sexuality; Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS); Woman - Health; Preservative; Specialized Customer Service; Santo Antônio de Jesus (BA)

O diagnóstico de HIV/AIDS além de repercutir na vida afetiva e sexual, interfere em diversos aspectos da vida do ser humano, inclusive na sua sexualidade. Dessa forma, esse estudo objetiva compreender a sexualidade de mulheres vivendo com HIV/AIDS, assistidas no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município de Santo Antônio de Jesus – Bahia. Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, realizado a partir de um banco de dados, do qual foram utilizadas as informações referentes ao subprojeto “Estratégias de enfrentamento da feminização do HIV/AIDS em Santo Antônio de Jesus, Bahia”. As participantes do estudo consistem em 12 mulheres com diagnóstico de HIV/AIDS. As entrevistas analisadas foram coletadas no período compreendido entre setembro a novembro de 2014. Os discursos foram organizados segundo a análise de conteúdo de Bardin e analisados com o auxílio das referências bibliográficas acerca do tema. As subcategorias encontradas sofram: “características socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas”; “cumplicidades na relação a dois: implicações do compartilhamento do diagnóstico” e “uso da camisinha nas relações sexuais”. Observamos que as mulheres são em sua maioria pretas e pardas, jovens, em idade reprodutiva, solteiras, com baixa escolaridade e condições econômicas, que mantém práticas heterossexuais e residem em cidades do interior da Bahia, corroborando, com o atual perfil epidemiológico da AIDS e demonstrando situações de vulnerabilidade social e individual. Em relação à descoberta do diagnóstico e o compartilhamento por algumas, pode-se dizer que a sexualidade dessas mulheres foi atingida. Para algumas, principalmente para as que mantinham relação com parceiro soronegativo, à sexualidade foi marcada por vários sentimentos, como tristeza; revolta; culpa pelo descuido com a saúde; culpabilização do parceiro; medo do isolamento, de ser rejeitada, julgada, abandonada e de contaminar o parceiro. Além disso, algumas mulheres vivenciaram situações de preconceito, discriminação e estigma relacionado à doença, fatores que interferiu na vida afetiva e sexual através da diminuição da libido e abstinência sexual. Já para outras houve melhorias no relacionamento, pois o parceiro passou a demonstrar mais cuidado, atenção e amor. Uma das formas de enfrentamento da doença referida foi à religiosidade e o cuidado com a própria saúde. Sobre o uso do preservativo após o diagnóstico percebe-se que para algumas seu uso se restringia apenas para evitar a contaminação do parceiro e uma gravidez indesejável, pelo medo da transmissão vertical. Já para os casais soroconcordantes houve banalização. Consideramos que a invisibilidade por parte dos profissionais da saúde frente à sexualidade das pessoas com HIV/AIDS pode trazer implicações na condição de saúde e na qualidade de vida, destacando a importância dos profissionais valorizarem outros aspectos que perpassam o tratamento da infecção e olhar para a saúde dessas pessoas na visão macro.