Biologia populacional de Macrobrachium jelskii (Miers, 1877) no açude Laranjeiras, município de Cruz das Almas, estado da Bahia

• Autor(a) principal: Barbosa, Rosiane de Jesus
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRB
• Texto Completo: http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2269
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL; Camarão; Reprodução; Ambiente continental; Cruz das Almas (BA); Prawn; Reproduction; Continental environment; Cruz das Almas (BA)

No Brasil, são encontradas 18 espécies de Macrobrachium, algumas delas de importância econômica, porém, outras são muito utilizadas como iscas em pescarias com anzol, alimento para a população ribeirinha além de compor uma parte importante na teia trófica de ambientes límnicos. Popularmente conhecido como “camarão sossego” na maior parte do território brasileiro, Macrobracrium jelskii (Miers, 1877) apresenta ampla distribuição, sendo encontrado em praticamente toda a América do Sul. O conhecimento da estrutura populacional e biologia reprodutiva de Macrobrachium jelskii (Miers, 1877) constituem uma ferramenta importante na criação de estratégias de manejo, possibilitando em um melhor aproveitamento desse recurso natural, e ainda assim poderão servir de base para o desdobramento de novas pesquisas nas áreas de ecologia, biologia pesqueira e políticas de conservação. O presente trabalho teve como objetivo estudar a estrutura populacional e biologia reprodutiva dessa espécie. Os animais foram coletados no açude Laranjeiras localizado dentro do perímetro urbano do município de Cruz das Almas Bahia, no período de fevereiro 2013 a janeiro 2014, utilizando-se peneiras. Em laboratório, os animais coletados tiveram o sexo determinado e foram medidos o comprimento total, da carapaça e do abdômen, além do peso úmido, tamanho e volume dos ovos e fecundidade. Foram encontrados 1723 indivíduos, dos quais 712 eram machos e 1011 eram fêmeas, resultando em uma razão sexual igual a (1,4:1). O comprimento da carapaça variou de (3,58mm - 11,68mm) nas fêmeas e (3,3mm - 10,21mm) nos machos. Com relação ao peso, a variação foi de (0,05 – 0,74) nos machos e (0,06 – 0,78) nas fêmeas, com média 0,25 e 0,42 para os machos e fêmeas, respectivamente. Análises estatísticas demonstraram que as fêmeas atingiram tamanho e peso maiores que os machos, demonstrando dimorfismo sexual. Os indivíduos de menor tamanho foram observados nos meses de fevereiro, abril, maio e novembro. Das 1011 fêmeas, encontradas 229 eram ovígeras com o comprimento da carapaça variando 5,96 a 10,80 e peso total variando de 0,17g a 0,70 g. A fecundidade variou de 5 a 56 ovos, com valor médio de 25,19 ovos por fêmea. As fêmeas ovígeras foram encontradas em todo o período de amostragem, mas com maior concentração no mês de março de 2013, caracterizando um período reprodutivo do tipo contínuo-sazonal. A fecundidade apresentou uma relação direta com o comprimento total dos animais, a porcentagem de perda de ovos foi de 4,5%. Os ovos possuíam coloração esverdeada e formato elíptico, uma vez que foram encontradas diferenças significativas entre os tamanhos dos eixos maiores e menores. Além disso, houve diferença significativa no volume dos ovos no decorrer do desenvolvimento embrionário.