FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Clinical and Biomedical Research |
Texto Completo: | https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358 |
Resumo: | Todos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergência |
id |
UFRGS-20_91a1d63022b74d284d4b53501bddb5b8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:seer.ufrgs.br:article/100358 |
network_acronym_str |
UFRGS-20 |
network_name_str |
Clinical and Biomedical Research |
repository_id_str |
|
spelling |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONALEpidemiologia hospitalarmedicina internaemergênciaTodos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergênciaHCPA/FAMED/UFRGS2020-02-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPeer-reviewed ArticleAvaliado por Paresapplication/pdfhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358Clinical & Biomedical Research; Vol. 26 No. 1 (2006): Revista HCPAClinical and Biomedical Research; v. 26 n. 1 (2006): Revista HCPA2357-9730reponame:Clinical and Biomedical Researchinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSporhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358/56032Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Researchinfo:eu-repo/semantics/openAccessSeligman, RenatoKuchenbecker, RicardoPinto, Tanira TorellyBittencourt, Otávio NevesPolanczyk, Carísi AnneNasi, Luiz AntonioSeligman, Beatriz Graeff SantosSander, Guilherme BeckerBuzin, Lurdesde Magalhães, Ana Maria MullerTorelly, FernandoBajerski, Jorge LuisFalk, Maria LúciaCrossetti, Maria da Graça2022-06-14T17:52:22Zoai:seer.ufrgs.br:article/100358Revistahttps://www.seer.ufrgs.br/index.php/hcpaPUBhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/oai||cbr@hcpa.edu.br2357-97302357-9730opendoar:2022-06-14T17:52:22Clinical and Biomedical Research - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
title |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
spellingShingle |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL Seligman, Renato Epidemiologia hospitalar medicina interna emergência |
title_short |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
title_full |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
title_fullStr |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
title_full_unstemmed |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
title_sort |
FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL |
author |
Seligman, Renato |
author_facet |
Seligman, Renato Kuchenbecker, Ricardo Pinto, Tanira Torelly Bittencourt, Otávio Neves Polanczyk, Carísi Anne Nasi, Luiz Antonio Seligman, Beatriz Graeff Santos Sander, Guilherme Becker Buzin, Lurdes de Magalhães, Ana Maria Muller Torelly, Fernando Bajerski, Jorge Luis Falk, Maria Lúcia Crossetti, Maria da Graça |
author_role |
author |
author2 |
Kuchenbecker, Ricardo Pinto, Tanira Torelly Bittencourt, Otávio Neves Polanczyk, Carísi Anne Nasi, Luiz Antonio Seligman, Beatriz Graeff Santos Sander, Guilherme Becker Buzin, Lurdes de Magalhães, Ana Maria Muller Torelly, Fernando Bajerski, Jorge Luis Falk, Maria Lúcia Crossetti, Maria da Graça |
author2_role |
author author author author author author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Seligman, Renato Kuchenbecker, Ricardo Pinto, Tanira Torelly Bittencourt, Otávio Neves Polanczyk, Carísi Anne Nasi, Luiz Antonio Seligman, Beatriz Graeff Santos Sander, Guilherme Becker Buzin, Lurdes de Magalhães, Ana Maria Muller Torelly, Fernando Bajerski, Jorge Luis Falk, Maria Lúcia Crossetti, Maria da Graça |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Epidemiologia hospitalar medicina interna emergência |
topic |
Epidemiologia hospitalar medicina interna emergência |
description |
Todos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergência |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-02-07 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Peer-reviewed Article Avaliado por Pares |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358 |
url |
https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358/56032 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Research info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Research |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
HCPA/FAMED/UFRGS |
publisher.none.fl_str_mv |
HCPA/FAMED/UFRGS |
dc.source.none.fl_str_mv |
Clinical & Biomedical Research; Vol. 26 No. 1 (2006): Revista HCPA Clinical and Biomedical Research; v. 26 n. 1 (2006): Revista HCPA 2357-9730 reponame:Clinical and Biomedical Research instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Clinical and Biomedical Research |
collection |
Clinical and Biomedical Research |
repository.name.fl_str_mv |
Clinical and Biomedical Research - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
||cbr@hcpa.edu.br |
_version_ |
1799767055283519488 |