FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seligman, Renato
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Kuchenbecker, Ricardo, Pinto, Tanira Torelly, Bittencourt, Otávio Neves, Polanczyk, Carísi Anne, Nasi, Luiz Antonio, Seligman, Beatriz Graeff Santos, Sander, Guilherme Becker, Buzin, Lurdes, de Magalhães, Ana Maria Muller, Torelly, Fernando, Bajerski, Jorge Luis, Falk, Maria Lúcia, Crossetti, Maria da Graça
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Clinical and Biomedical Research
Texto Completo: https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358
Resumo: Todos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergência
id UFRGS-20_91a1d63022b74d284d4b53501bddb5b8
oai_identifier_str oai:seer.ufrgs.br:article/100358
network_acronym_str UFRGS-20
network_name_str Clinical and Biomedical Research
repository_id_str
spelling FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONALEpidemiologia hospitalarmedicina internaemergênciaTodos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergênciaHCPA/FAMED/UFRGS2020-02-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPeer-reviewed ArticleAvaliado por Paresapplication/pdfhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358Clinical & Biomedical Research; Vol. 26 No. 1 (2006): Revista HCPAClinical and Biomedical Research; v. 26 n. 1 (2006): Revista HCPA2357-9730reponame:Clinical and Biomedical Researchinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSporhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358/56032Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Researchinfo:eu-repo/semantics/openAccessSeligman, RenatoKuchenbecker, RicardoPinto, Tanira TorellyBittencourt, Otávio NevesPolanczyk, Carísi AnneNasi, Luiz AntonioSeligman, Beatriz Graeff SantosSander, Guilherme BeckerBuzin, Lurdesde Magalhães, Ana Maria MullerTorelly, FernandoBajerski, Jorge LuisFalk, Maria LúciaCrossetti, Maria da Graça2022-06-14T17:52:22Zoai:seer.ufrgs.br:article/100358Revistahttps://www.seer.ufrgs.br/index.php/hcpaPUBhttps://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/oai||cbr@hcpa.edu.br2357-97302357-9730opendoar:2022-06-14T17:52:22Clinical and Biomedical Research - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.none.fl_str_mv FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
title FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
spellingShingle FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
Seligman, Renato
Epidemiologia hospitalar
medicina interna
emergência
title_short FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
title_full FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
title_fullStr FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
title_full_unstemmed FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
title_sort FATORES DE RETARDO NO ATENDIMENTO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. UM ESTUDO OBSERVACIONAL
author Seligman, Renato
author_facet Seligman, Renato
Kuchenbecker, Ricardo
Pinto, Tanira Torelly
Bittencourt, Otávio Neves
Polanczyk, Carísi Anne
Nasi, Luiz Antonio
Seligman, Beatriz Graeff Santos
Sander, Guilherme Becker
Buzin, Lurdes
de Magalhães, Ana Maria Muller
Torelly, Fernando
Bajerski, Jorge Luis
Falk, Maria Lúcia
Crossetti, Maria da Graça
author_role author
author2 Kuchenbecker, Ricardo
Pinto, Tanira Torelly
Bittencourt, Otávio Neves
Polanczyk, Carísi Anne
Nasi, Luiz Antonio
Seligman, Beatriz Graeff Santos
Sander, Guilherme Becker
Buzin, Lurdes
de Magalhães, Ana Maria Muller
Torelly, Fernando
Bajerski, Jorge Luis
Falk, Maria Lúcia
Crossetti, Maria da Graça
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Seligman, Renato
Kuchenbecker, Ricardo
Pinto, Tanira Torelly
Bittencourt, Otávio Neves
Polanczyk, Carísi Anne
Nasi, Luiz Antonio
Seligman, Beatriz Graeff Santos
Sander, Guilherme Becker
Buzin, Lurdes
de Magalhães, Ana Maria Muller
Torelly, Fernando
Bajerski, Jorge Luis
Falk, Maria Lúcia
Crossetti, Maria da Graça
dc.subject.por.fl_str_mv Epidemiologia hospitalar
medicina interna
emergência
topic Epidemiologia hospitalar
medicina interna
emergência
description Todos os pacientes atendidos na Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de março a maio de 2005 foram acompanhados prospectivamente, buscando verificar suas características epidemiológicas e fatores de retardo de internação, definidos como permanência hospitalar por motivos não clínicos.De 5530 pacientes triados neste período, 389 foram atendidos pelo Serviço de Medicina Interna. Destes, 314 são descritos nesta amostra. A idade mediana dos pacientes internados foi de 64 anos, com predomínio de mulheres.Da população estudada, 80% eram provenientes de Porto Alegre e região metropolitana. Dez condições clínicas crônicas foram a causa de 83% das internações, com neoplasias fora de opção terapêutica , complicações de SIDA e reinternações de pacientes com seqüelas neurológicas de doença cerebrovascular sendo as causas mais freqüentes. Diabete melito edoença pulmonar obstrutiva crônica corresponderam a 9,2% e 6,4% das internações. Os pacientes portadores de diabete melito e insuficiência cardíaca apresentaram os maiores tempos de espera por internação clínica (54,5 e 46,6 horas). Vinte e cinco por cento dos pacientes com angina do peito, infecção respiratória aguda ou complicações associadas ao diabete melito aguardaram mais de 60 horas por leito de internação. A realização de consultorias médicas foi fator de retardo na permanência, com tempo mediano de espera de 48 horas. O maior tempo de espera nos exames subsidiários foi resultado de pendência na liberação de laudos de anatomo-patológicos em biópsias, com mediana de 4,2 dias. Da mesma forma, a mediana da espera pela realização de tomografias computadorizadas foi de 5 dias para crânio, 4,2 dias para abdômen e 3,2 dias para tórax. Entre os dez motivos mais comuns de internação, apenas 21 (6,7%) foram caracterizadas como condições clínicas agudas. Estes achados serviram de embasamento para a reformulação do Serviço de Emergênciano HCPA, desencadeando ações gerenciais como a triagem por estratificação de risco, a unidade vascular, foco nos serviços de apoio e estabelecimento de convênio assistencial com hospital secundário de apoio.Unitermos: epidemiologia hospitalar, medicina interna, emergência
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-02-07
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Peer-reviewed Article
Avaliado por Pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358
url https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/100358/56032
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Research
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Clinical and Biomedical Research
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv HCPA/FAMED/UFRGS
publisher.none.fl_str_mv HCPA/FAMED/UFRGS
dc.source.none.fl_str_mv Clinical & Biomedical Research; Vol. 26 No. 1 (2006): Revista HCPA
Clinical and Biomedical Research; v. 26 n. 1 (2006): Revista HCPA
2357-9730
reponame:Clinical and Biomedical Research
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Clinical and Biomedical Research
collection Clinical and Biomedical Research
repository.name.fl_str_mv Clinical and Biomedical Research - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv ||cbr@hcpa.edu.br
_version_ 1799767055283519488