Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Petró, Sandro Monticelli
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/49678
Resumo: Os foraminíferos são amplamente utilizados no estudo das alterações oceanográficas e climáticas registradas no planeta desde o Cambriano. Em especial, os foraminíferos planctônicos são aplicados à análise de bacias, incluindo a datação relativa (biozoneamentos internacionais), variações do nível do mar e reconstrução de paleoambientes (profundidade, temperatura e salinidade das águas superficiais e de fundo). Neste trabalho, são utilizados foraminíferos planctônicos como proxy para elaboração de uma proposta de reconstrução paleoceanográfica do intervalo Pleistoceno-Holoceno na Bacia de Campos, contemplando o último ciclo Glacial-Interglacial (Biozonas Y e Z). O testemunho estudado foi coletado no talude continental da Bacia de Campos, sob uma lâmina d‟água de 1.287 m, com recuperação de 18,15 m descontínuos, estando o período de interesse contido nos 7,95 m superiores, de onde foram retiradas 38 amostras. Nestas amostras foram conduzidas análises de fauna total e de isótopos estáveis de oxigênio e carbono, em carapaças de foraminíferos planctônicos, para a obtenção de estimativas de variações de paleoprodutividade e paleotemperatura da água superficia. A partir da composição faunística de foraminíferos planctônicos, utilizou-se o programa Past para agrupar as amostras por método estatístico, de modo a permitir melhor interpretação do significado ambiental das espécies e dos grupos amostrais. As estimativas de paleotemperatura superficial da água do mar foram obtidas a partir de cálculos baseados na composição isotópica do oxigênio do carbonato e da água do mar, segundo método proposto por Kim & O‟Neil na década de noventa. Para as estimativas de variações de paleoprodutividade foram consideradas as variações nas abundâncias relativas de espécies associadas à alta produtividade, tais como Globorotalia truncatulinoides (morfotipo dextrógiro), Neogloboquadrina dutertrei, a razão entre Globigerina bulloides e Globigerinoides ruber (branca), assim como a abundância de foraminíferos bentônicos. Foram considerados também os isótopos de carbono, os quais constituem, na realidade, indicadores de paleofertilidade. Um modelo de idade preliminar foi proposto através da correlação dos dados de isótopos de oxigênio com a curva padrão do SPECMAP. A análise de fauna mostrou uma relação temporal entre a ocorrência da espécie Globigerinita glutinata com o UMG. Antes do UMG foi identificado um aumento de paleoprodutividade associado a um aumento da taxa de sedimentação e do sinal isotópico do oxigênio, interpretados como uma regressão marinha forçada. Os resultados de paleotemperatura mostraram valores mínimos antes do UMG, ou seja, os isótopos de oxigênio apresentam um reflexo tardio em relação a mudança de temperatura. Entre o UMG e o início do Holoceno, também ocorre um aumento na paleoprodutividade, na taxa de sedimentação e na paleotemperatura.
id UFRGS-2_02346ccb62962cf060caa388672e8289
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/49678
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Petró, Sandro MonticelliMizusaki, Ana Maria PimentelCoimbra, João Carlos2012-06-14T01:34:41Z2011http://hdl.handle.net/10183/49678000837912Os foraminíferos são amplamente utilizados no estudo das alterações oceanográficas e climáticas registradas no planeta desde o Cambriano. Em especial, os foraminíferos planctônicos são aplicados à análise de bacias, incluindo a datação relativa (biozoneamentos internacionais), variações do nível do mar e reconstrução de paleoambientes (profundidade, temperatura e salinidade das águas superficiais e de fundo). Neste trabalho, são utilizados foraminíferos planctônicos como proxy para elaboração de uma proposta de reconstrução paleoceanográfica do intervalo Pleistoceno-Holoceno na Bacia de Campos, contemplando o último ciclo Glacial-Interglacial (Biozonas Y e Z). O testemunho estudado foi coletado no talude continental da Bacia de Campos, sob uma lâmina d‟água de 1.287 m, com recuperação de 18,15 m descontínuos, estando o período de interesse contido nos 7,95 m superiores, de onde foram retiradas 38 amostras. Nestas amostras foram conduzidas análises de fauna total e de isótopos estáveis de oxigênio e carbono, em carapaças de foraminíferos planctônicos, para a obtenção de estimativas de variações de paleoprodutividade e paleotemperatura da água superficia. A partir da composição faunística de foraminíferos planctônicos, utilizou-se o programa Past para agrupar as amostras por método estatístico, de modo a permitir melhor interpretação do significado ambiental das espécies e dos grupos amostrais. As estimativas de paleotemperatura superficial da água do mar foram obtidas a partir de cálculos baseados na composição isotópica do oxigênio do carbonato e da água do mar, segundo método proposto por Kim & O‟Neil na década de noventa. Para as estimativas de variações de paleoprodutividade foram consideradas as variações nas abundâncias relativas de espécies associadas à alta produtividade, tais como Globorotalia truncatulinoides (morfotipo dextrógiro), Neogloboquadrina dutertrei, a razão entre Globigerina bulloides e Globigerinoides ruber (branca), assim como a abundância de foraminíferos bentônicos. Foram considerados também os isótopos de carbono, os quais constituem, na realidade, indicadores de paleofertilidade. Um modelo de idade preliminar foi proposto através da correlação dos dados de isótopos de oxigênio com a curva padrão do SPECMAP. A análise de fauna mostrou uma relação temporal entre a ocorrência da espécie Globigerinita glutinata com o UMG. Antes do UMG foi identificado um aumento de paleoprodutividade associado a um aumento da taxa de sedimentação e do sinal isotópico do oxigênio, interpretados como uma regressão marinha forçada. Os resultados de paleotemperatura mostraram valores mínimos antes do UMG, ou seja, os isótopos de oxigênio apresentam um reflexo tardio em relação a mudança de temperatura. Entre o UMG e o início do Holoceno, também ocorre um aumento na paleoprodutividade, na taxa de sedimentação e na paleotemperatura.The foraminifera are widely used in the study of oceanographic and climatic changes recorded on the planet since the Cambrian. In particular, planktonic foraminifera are applied to basin analysis, including relative dating (international biozone), sea level variations and reconstruction of paleoenvironments (depth, temperature and salinity of surface and bottom). In this study, planktonic foraminifera are used as a proxy for developing paleoceanographyc model of the Pleistocene-Holocene interval in the Campos Basin, covering the last glacial-interglacial cycle (Biozones Y and Z). The studied core was collected on the continental slope of Campos Basin, under a water depth of 1,287 m, with discontinuous recovery of 18.15 m, being the period of interest contained in the upper 7.95 m, from where 38 samples were withdrawn. Analysis of total fauna and stable isotopes of oxygen and carbon in the shells of planktonic foraminifera were performed to estimate changes in paleoproductivity and paleotemperature of surface water. Based on the faunal composition of planktonic foraminifera, was used the program Past to group the samples by statistical method, to allow better interpretation of the environmental significance of species and sample groups. The estimates of paleotemperature of surface sea water based on calculations the oxygen isotopic composition of the carbonate and sea water, according to the method proposed by Kim & O'Neil in the nineties. For estimates of changes in paleoproductivity were considered variations in relative abundances of species associated with high productivity, such as Globorotalia truncatulinoides (right-coiling), Neogloboquadrina dutertrei, the Globigerina bulloides and Globigerinoides ruber (white) ratio, as well the abundance of benthic foraminifera. It was also considered the carbon isotopes, which is actually an indicator of paleofertility. A preliminary age model was proposed by the correlation of oxygen isotope data with the SPECMAP standard curve. The faunal analysis showed a temporal correlation between the occurrence of Globigerinita glutinata and LGM. Before the LGM was identified a increase in paleoproductivity associated with an increased rate of sedimentation and oxygen isotopic signal, interpreted as a forced marine regression. The results of paleotemperature showed minimum values before the LGM, i.e., the oxygen isotopes have a late reflection in relation to the temperature change. Between LGM and early Holocene, there is also an increase in paleoproductivity, sedimentation rate and paleotemperature.application/pdfporPaleoceanografiaForaminiferosCampos, Bacia de (RJ)PaleoceanographyCampos basinPlanktonic foraminiferaStable isotopePaleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2011Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000837912.pdf000837912.pdfTexto completoapplication/pdf3699539http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/1/000837912.pdf4b74ff709eee3da04464bb9222b9b41aMD51TEXT000837912.pdf.txt000837912.pdf.txtExtracted Texttext/plain96298http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/2/000837912.pdf.txt1b10940c84321794f74fe7bfb79b4b52MD52THUMBNAIL000837912.pdf.jpg000837912.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg973http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/3/000837912.pdf.jpgaf0459627350c47f58f0b15ec2b9335aMD5310183/496782018-10-15 09:18:35.929oai:www.lume.ufrgs.br:10183/49678Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-15T12:18:35Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
title Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
spellingShingle Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
Petró, Sandro Monticelli
Paleoceanografia
Foraminiferos
Campos, Bacia de (RJ)
Paleoceanography
Campos basin
Planktonic foraminifera
Stable isotope
title_short Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
title_full Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
title_fullStr Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
title_full_unstemmed Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
title_sort Paleoceanografia do quaternário tardio da Bacia de Campos com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis
author Petró, Sandro Monticelli
author_facet Petró, Sandro Monticelli
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Petró, Sandro Monticelli
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Mizusaki, Ana Maria Pimentel
Coimbra, João Carlos
contributor_str_mv Mizusaki, Ana Maria Pimentel
Coimbra, João Carlos
dc.subject.por.fl_str_mv Paleoceanografia
Foraminiferos
Campos, Bacia de (RJ)
topic Paleoceanografia
Foraminiferos
Campos, Bacia de (RJ)
Paleoceanography
Campos basin
Planktonic foraminifera
Stable isotope
dc.subject.eng.fl_str_mv Paleoceanography
Campos basin
Planktonic foraminifera
Stable isotope
description Os foraminíferos são amplamente utilizados no estudo das alterações oceanográficas e climáticas registradas no planeta desde o Cambriano. Em especial, os foraminíferos planctônicos são aplicados à análise de bacias, incluindo a datação relativa (biozoneamentos internacionais), variações do nível do mar e reconstrução de paleoambientes (profundidade, temperatura e salinidade das águas superficiais e de fundo). Neste trabalho, são utilizados foraminíferos planctônicos como proxy para elaboração de uma proposta de reconstrução paleoceanográfica do intervalo Pleistoceno-Holoceno na Bacia de Campos, contemplando o último ciclo Glacial-Interglacial (Biozonas Y e Z). O testemunho estudado foi coletado no talude continental da Bacia de Campos, sob uma lâmina d‟água de 1.287 m, com recuperação de 18,15 m descontínuos, estando o período de interesse contido nos 7,95 m superiores, de onde foram retiradas 38 amostras. Nestas amostras foram conduzidas análises de fauna total e de isótopos estáveis de oxigênio e carbono, em carapaças de foraminíferos planctônicos, para a obtenção de estimativas de variações de paleoprodutividade e paleotemperatura da água superficia. A partir da composição faunística de foraminíferos planctônicos, utilizou-se o programa Past para agrupar as amostras por método estatístico, de modo a permitir melhor interpretação do significado ambiental das espécies e dos grupos amostrais. As estimativas de paleotemperatura superficial da água do mar foram obtidas a partir de cálculos baseados na composição isotópica do oxigênio do carbonato e da água do mar, segundo método proposto por Kim & O‟Neil na década de noventa. Para as estimativas de variações de paleoprodutividade foram consideradas as variações nas abundâncias relativas de espécies associadas à alta produtividade, tais como Globorotalia truncatulinoides (morfotipo dextrógiro), Neogloboquadrina dutertrei, a razão entre Globigerina bulloides e Globigerinoides ruber (branca), assim como a abundância de foraminíferos bentônicos. Foram considerados também os isótopos de carbono, os quais constituem, na realidade, indicadores de paleofertilidade. Um modelo de idade preliminar foi proposto através da correlação dos dados de isótopos de oxigênio com a curva padrão do SPECMAP. A análise de fauna mostrou uma relação temporal entre a ocorrência da espécie Globigerinita glutinata com o UMG. Antes do UMG foi identificado um aumento de paleoprodutividade associado a um aumento da taxa de sedimentação e do sinal isotópico do oxigênio, interpretados como uma regressão marinha forçada. Os resultados de paleotemperatura mostraram valores mínimos antes do UMG, ou seja, os isótopos de oxigênio apresentam um reflexo tardio em relação a mudança de temperatura. Entre o UMG e o início do Holoceno, também ocorre um aumento na paleoprodutividade, na taxa de sedimentação e na paleotemperatura.
publishDate 2011
dc.date.issued.fl_str_mv 2011
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-06-14T01:34:41Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/49678
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000837912
url http://hdl.handle.net/10183/49678
identifier_str_mv 000837912
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/1/000837912.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/2/000837912.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/49678/3/000837912.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 4b74ff709eee3da04464bb9222b9b41a
1b10940c84321794f74fe7bfb79b4b52
af0459627350c47f58f0b15ec2b9335a
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447089193156608