Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavazzola, Leandro Totti
Data de Publicação: 2001
Outros Autores: Gurski, Richard Ricachenevsky, Schirmer, Carlos Cauduro, Rosa, Andre Ricardo Pereira da, Pesce, Guilherme A., Telles, João Pedro Bueno, Kruel, Cleber Dario Pinto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/163840
Resumo: OBJETIVO: A anastomose esofagogástrica cervical é um procedimento utilizado para restaurar a continuidade do trato digestivo após cirurgias curativas ou paliativas para o câncer esofágico. O Grupo de Cirurgia do Esôfago, Estômago e Intestino Delgado do Hospital de Clínicas de Porto Alegre realiza o procedimento em 2 tempos cirúrgicos. No primeiro tempo, realiza-se uma esofagostomia cervical lateral e posiciona-se o substituto esofágico no pescoço. O segundo tempo é realizado uma semana após, com a sutura do esôfago remanescente no substituto elevado ao pescoço. Este substituto é escolhido entre os procedimentos de levantamento gástrico (LG) e tubo gástrico de grande curvatura (TGC), conforme a possibilidade ou não de ressecção da lesão esofágica. O objetivo do presente trabalho é de descrever os resultados precoces (até 30 dias) obtidos com a realização de anastomose esôfago-gástrica cervical retardada (postergada) após procedimento cirúrgico de ressecção ou bypass esofágico por neoplasia de esôfago MATERIAIS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove pacientes preencheram os critérios de inclusão, sendo 49 homens, 55 brancos, com uma média de idade de 51,5 anos. Vinte e dois pacientes realizaram cirurgia de levantamento gástrico. Os fatores de risco conhecidos para complicações pós-operatórias foram similares entre os dois grupos. A única diferença entre os grupos na avaliação pré-operatória foi o estágio do tumor, o que era esperado, tendo em vista os critérios usados para a escolha do procedimento. RESULTADOS: A fístula cervical foi detectada em sete pacientes (31,8%) do grupo LG e em nove pacientes (34,3%) do grupo TGC (RR 1,3; IC 95%: 0,5-3,0, P = 0.54). Dois pacientes (9,1%) do grupo LG e um paciente (2,7%) do grupo TGC foram a óbito (RR 3,4; IC 95%: 0,3-34,9, P = 0,54). As complicações infecciosas ocorreram em um paciente (4,5%) do grupo LG e 7 pacientes (18,9%) do grupo TGC (RR 0,2; IC 95%: 0,1-1,8, P = 0,23). Não houve diferenças entre os grupos, levando em conta a ocorrência de fístula cervical no pós-operatório, mortalidade hospitalar precoce (30 dias após a cirurgia) e infecções. CONCLUSÕES: Os dados apresentados nesta série são semelhantes a outros serviços de referência para o tratamento do câncer de esôfago, e nessa série não houve diferença entre os LG e TGC em relação às complicações no pós-operatório precoce.
id UFRGS-2_0388a8a627d908c4dc46399c1e278017
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163840
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Cavazzola, Leandro TottiGurski, Richard RicachenevskySchirmer, Carlos CauduroRosa, Andre Ricardo Pereira daPesce, Guilherme A.Telles, João Pedro BuenoKruel, Cleber Dario Pinto2017-07-11T02:31:27Z20010101-5575http://hdl.handle.net/10183/163840000329439OBJETIVO: A anastomose esofagogástrica cervical é um procedimento utilizado para restaurar a continuidade do trato digestivo após cirurgias curativas ou paliativas para o câncer esofágico. O Grupo de Cirurgia do Esôfago, Estômago e Intestino Delgado do Hospital de Clínicas de Porto Alegre realiza o procedimento em 2 tempos cirúrgicos. No primeiro tempo, realiza-se uma esofagostomia cervical lateral e posiciona-se o substituto esofágico no pescoço. O segundo tempo é realizado uma semana após, com a sutura do esôfago remanescente no substituto elevado ao pescoço. Este substituto é escolhido entre os procedimentos de levantamento gástrico (LG) e tubo gástrico de grande curvatura (TGC), conforme a possibilidade ou não de ressecção da lesão esofágica. O objetivo do presente trabalho é de descrever os resultados precoces (até 30 dias) obtidos com a realização de anastomose esôfago-gástrica cervical retardada (postergada) após procedimento cirúrgico de ressecção ou bypass esofágico por neoplasia de esôfago MATERIAIS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove pacientes preencheram os critérios de inclusão, sendo 49 homens, 55 brancos, com uma média de idade de 51,5 anos. Vinte e dois pacientes realizaram cirurgia de levantamento gástrico. Os fatores de risco conhecidos para complicações pós-operatórias foram similares entre os dois grupos. A única diferença entre os grupos na avaliação pré-operatória foi o estágio do tumor, o que era esperado, tendo em vista os critérios usados para a escolha do procedimento. RESULTADOS: A fístula cervical foi detectada em sete pacientes (31,8%) do grupo LG e em nove pacientes (34,3%) do grupo TGC (RR 1,3; IC 95%: 0,5-3,0, P = 0.54). Dois pacientes (9,1%) do grupo LG e um paciente (2,7%) do grupo TGC foram a óbito (RR 3,4; IC 95%: 0,3-34,9, P = 0,54). As complicações infecciosas ocorreram em um paciente (4,5%) do grupo LG e 7 pacientes (18,9%) do grupo TGC (RR 0,2; IC 95%: 0,1-1,8, P = 0,23). Não houve diferenças entre os grupos, levando em conta a ocorrência de fístula cervical no pós-operatório, mortalidade hospitalar precoce (30 dias após a cirurgia) e infecções. CONCLUSÕES: Os dados apresentados nesta série são semelhantes a outros serviços de referência para o tratamento do câncer de esôfago, e nessa série não houve diferença entre os LG e TGC em relação às complicações no pós-operatório precoce.OBJECTIVE: Cervical esophagogastric anastomosis (CEA) is a common procedure used to restore the continuity of the digestive tract following curative or palliative surgery for esophageal cancer. At the HCPA, we carry out CEA procedures in two steps: first, we carry out a lateral cervical esophagostomy and position the esophageal substitute in the neck; second, after one week, the esophageal remnant is sutured to the esophageal substitute. The choice of esophageal substitute is made according to gastric pull-up (GP) or greater curvature gastric tube (GCGT), depending on the possibility of resection of the lesion. The objective of this paper is to describe the early results (up to 30 days) of delayed cervical esophagogastric anastomosis after resection or esophageal bypass procedures due to esophageal neoplasia. MATERIAL AND METHODS: Fifty-nine patients fulfilled the criteria for inclusion in our study, out of which there were 49 male and 55 white patients; the age average was of 51.5 years. Twenty-two patients were submitted to gastric pull-up. The risk factors for postoperative complications were similar for both groups. Tumor staging was the only difference between the two groups in preoperative examination; this difference was expected according to the criteria used for choosing the procedure RESULTS: Seven patients (31.8%) of the GP group and in 9 patients (34.3%) from the GCGT group (RR 1.3; CI 95%: 0.5-3.0, P = 0.54) presented leakage. Two patients (9.1%) from the GP group and 1 (2.7%) from the GCGT group died (RR 3.4; CI 95%: 0.3-34.9, P = 0.54). One patient (4.5%) from the GP group and 7 (18.9%) patients from the GCGT group (RR 0.2; CI 95%: 0.1-1.8, P = 0.23) presented infections. There were no differences between the groups regarding occurrence of leakage, short-term postoperative death (until 30 days after surgery), and infections. CONCLUSIONS: Our results are similar to those of other services of reference for the treatment of esophageal cancer. In this study, we did not find any differences between the GP and GCGT groups regarding short-term postoperative complications.application/pdfporRevista HCPA. Porto Alegre. Vol. 21, n. 1 (abril 2001), p. 13-27Neoplasias esofágicasAnastomose cirúrgicaComplicações pós-operatóriasPrognósticoEstudos retrospectivosEsophageal epidermoid carcinomaSurgeryAnastomosesPostoperative complicationsLeakageDeathAnastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto AlegreDelayed cervical esophagogastric anastomosis: A 5-year experience at the Hospital de Clínicas de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000329439.pdf000329439.pdfTexto completoapplication/pdf61173http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/1/000329439.pdf96a999cea780f4d9cc6adb5a6edf0cbcMD51TEXT000329439.pdf.txt000329439.pdf.txtExtracted Texttext/plain52584http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/2/000329439.pdf.txtede524826dfe2f8675451e20d7c7e6edMD52THUMBNAIL000329439.pdf.jpg000329439.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1862http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/3/000329439.pdf.jpg00ed7c2a3b388c2b9c5023597507dc1fMD5310183/1638402021-05-26 04:36:20.162387oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163840Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-05-26T07:36:20Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Delayed cervical esophagogastric anastomosis: A 5-year experience at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre
title Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
spellingShingle Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Cavazzola, Leandro Totti
Neoplasias esofágicas
Anastomose cirúrgica
Complicações pós-operatórias
Prognóstico
Estudos retrospectivos
Esophageal epidermoid carcinoma
Surgery
Anastomoses
Postoperative complications
Leakage
Death
title_short Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
title_full Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
title_fullStr Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
title_full_unstemmed Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
title_sort Anastomose esofagogástrica cervical em dois tempos : 5 anos de experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
author Cavazzola, Leandro Totti
author_facet Cavazzola, Leandro Totti
Gurski, Richard Ricachenevsky
Schirmer, Carlos Cauduro
Rosa, Andre Ricardo Pereira da
Pesce, Guilherme A.
Telles, João Pedro Bueno
Kruel, Cleber Dario Pinto
author_role author
author2 Gurski, Richard Ricachenevsky
Schirmer, Carlos Cauduro
Rosa, Andre Ricardo Pereira da
Pesce, Guilherme A.
Telles, João Pedro Bueno
Kruel, Cleber Dario Pinto
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cavazzola, Leandro Totti
Gurski, Richard Ricachenevsky
Schirmer, Carlos Cauduro
Rosa, Andre Ricardo Pereira da
Pesce, Guilherme A.
Telles, João Pedro Bueno
Kruel, Cleber Dario Pinto
dc.subject.por.fl_str_mv Neoplasias esofágicas
Anastomose cirúrgica
Complicações pós-operatórias
Prognóstico
Estudos retrospectivos
topic Neoplasias esofágicas
Anastomose cirúrgica
Complicações pós-operatórias
Prognóstico
Estudos retrospectivos
Esophageal epidermoid carcinoma
Surgery
Anastomoses
Postoperative complications
Leakage
Death
dc.subject.eng.fl_str_mv Esophageal epidermoid carcinoma
Surgery
Anastomoses
Postoperative complications
Leakage
Death
description OBJETIVO: A anastomose esofagogástrica cervical é um procedimento utilizado para restaurar a continuidade do trato digestivo após cirurgias curativas ou paliativas para o câncer esofágico. O Grupo de Cirurgia do Esôfago, Estômago e Intestino Delgado do Hospital de Clínicas de Porto Alegre realiza o procedimento em 2 tempos cirúrgicos. No primeiro tempo, realiza-se uma esofagostomia cervical lateral e posiciona-se o substituto esofágico no pescoço. O segundo tempo é realizado uma semana após, com a sutura do esôfago remanescente no substituto elevado ao pescoço. Este substituto é escolhido entre os procedimentos de levantamento gástrico (LG) e tubo gástrico de grande curvatura (TGC), conforme a possibilidade ou não de ressecção da lesão esofágica. O objetivo do presente trabalho é de descrever os resultados precoces (até 30 dias) obtidos com a realização de anastomose esôfago-gástrica cervical retardada (postergada) após procedimento cirúrgico de ressecção ou bypass esofágico por neoplasia de esôfago MATERIAIS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove pacientes preencheram os critérios de inclusão, sendo 49 homens, 55 brancos, com uma média de idade de 51,5 anos. Vinte e dois pacientes realizaram cirurgia de levantamento gástrico. Os fatores de risco conhecidos para complicações pós-operatórias foram similares entre os dois grupos. A única diferença entre os grupos na avaliação pré-operatória foi o estágio do tumor, o que era esperado, tendo em vista os critérios usados para a escolha do procedimento. RESULTADOS: A fístula cervical foi detectada em sete pacientes (31,8%) do grupo LG e em nove pacientes (34,3%) do grupo TGC (RR 1,3; IC 95%: 0,5-3,0, P = 0.54). Dois pacientes (9,1%) do grupo LG e um paciente (2,7%) do grupo TGC foram a óbito (RR 3,4; IC 95%: 0,3-34,9, P = 0,54). As complicações infecciosas ocorreram em um paciente (4,5%) do grupo LG e 7 pacientes (18,9%) do grupo TGC (RR 0,2; IC 95%: 0,1-1,8, P = 0,23). Não houve diferenças entre os grupos, levando em conta a ocorrência de fístula cervical no pós-operatório, mortalidade hospitalar precoce (30 dias após a cirurgia) e infecções. CONCLUSÕES: Os dados apresentados nesta série são semelhantes a outros serviços de referência para o tratamento do câncer de esôfago, e nessa série não houve diferença entre os LG e TGC em relação às complicações no pós-operatório precoce.
publishDate 2001
dc.date.issued.fl_str_mv 2001
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-07-11T02:31:27Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/163840
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0101-5575
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000329439
identifier_str_mv 0101-5575
000329439
url http://hdl.handle.net/10183/163840
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista HCPA. Porto Alegre. Vol. 21, n. 1 (abril 2001), p. 13-27
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/1/000329439.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/2/000329439.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163840/3/000329439.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 96a999cea780f4d9cc6adb5a6edf0cbc
ede524826dfe2f8675451e20d7c7e6ed
00ed7c2a3b388c2b9c5023597507dc1f
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447636152418304