Efeitos da administração de memantina sobre crises epilépticas induzidas por pentilenotetrazol no modelo de malformação do desenvolvimento cortical

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lazzarotto, Gabriela
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/236952
Resumo: Malformações do desenvolvimento cortical são uma das principais causas de epilepsia refratária em crianças em todo o mundo. A busca por novas terapias, além do procedimento cirúrgico, pode ser útil para esses pacientes. Nosso objetivo foi avaliar o reposicionamento controverso da memantina, um antagonista dos receptores NMDA, aprovado pelo FDA para tratar a Doença de Alzheimer moderada a grave (DA), como potencial fármaco antiepiléptico observando seus efeitos sobre crises epilépticas induzidas por pentilenotetrazol (PTZ) em um modelo animal de malformação cortical. Para isso, foi induzido microgiria no córtex somatosensorial primário (bilateral) em filhotes de ratos Wistar (P0) por meio da criolesão (FL: do inglês freeze-lesion). Os animais Sham (controles) foram submetidos ao mesmo procedimento, porém sem a criolesão. Em P30 todos os animais foram anestesiados para a cirurgia de implantação de eletrodos. Sete dias após, registros de vídeo-EEG basal foram realizados em cada animal (FL ou Sham) por 10 min, seguido da administração intraperitoneal de memantina (30mg/kg, i.p) (FL-M ou Sham-M) ou salina 0,9% (FL-S ou Sham-S). Após mais 30 minutos de vídeo-EEG, os animais receberam pentilenotetrazol (PTZ,70mg/kg, i.p) para a indução das crises epilépticas. A latência, duração e o número de crises induzidas por PTZ foram avaliadas por vídeo-EEG durante o período de 1 hora após a injeção. Nossos resultados mostraram que a memantina aumentou o número de crises epilépticas de todos os graus de severidade em ambos os grupos, tanto FL como Sham. Porém, foi incapaz de modificar a latência para a primeira crise e a duração das crises em ambos os grupos. Com base nos nossos achados podemos concluir que a memantina aumentou a frequência de crises epilépticas no modelo animal. Portanto, é necessária uma cuidadosa avaliação antes de considerar o uso da memantina como possível fármaco antiepiléptico.
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