O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2017 |
Format: | Bachelor thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Institucional da UFRGS |
Download full: | http://hdl.handle.net/10183/175303 |
Summary: | Estudo de caráter teórico-prático que reflete de modo exploratório sobre a possibilidade de caracterização da pele tatuada como uma fonte de informação. Objetiva analisar de que modo a pele poderia ser considerada um suporte para uma tatuagem que seria considerada como registro ou conteúdo informacional. A prática da modificação corporal pode servir como um meio de rememoração histórico-cultural e informativa realizada através do uso de símbolos, adornos e demais manifestações de cunho pessoal, objetivando representar algo para si e para o outro. Do ponto de vista teórico-histórico, destaca que o uso de desenhos, linhas e demais expressões gráficas no corpo objetivou a diferenciação do indivíduo dentro dos grupos sociais nos quais se inseriu, ora como símbolo de transgressão e confronto e ora por imposição de normas sociais, religiosas e morais, como estigma ou castigo. No contemporâneo, a principal forma de expressão pela tatuagem é a escolha de símbolos, linhas e pontos como adorno para o corpo. Partiu-se da suposição que todos os tipos de desenhos e demais “riscos” são carregados de significados e de motivações, boas ou ruins. As conexões entre informação e tatuagem foram abordadas a partir da visão do corpo como um diário do indivíduo que as carrega na epiderme. Metodologicamente, o estudo é orientado por um viés fenomenológico, com abordagem qualitativa, exploratória e de natureza básica Do ponto de vista empírico, foram entrevistados três tatuadores da cidade de Porto Alegre, de modo a averiguar o ato de tatuar-se como um registro informacional. A análise das entrevistas exploratórias fez refletir que há diferentes razões que levam pessoas a tatuarem-se e os entrevistados consideram a tatuagem como um registro de história pessoal. O grupo social dos tatuadores é epistemologicamente diferente do meio acadêmico da Ciência da Informação e não domina os conceitos de informação discutidos na C.I. Algumas enunciações revelam uma intenção de informar e outras que tributam o ato de tatuar-se como moda ou registro particular sem intencionalidade de informar a terceiros. Dessa forma, esta pesquisa permite concluir parcialmente que a tatuagem pode ser considerada um registro subjetivo de memória e afeto íntimos não direcionados para outras pessoas, visto que o conceito de informação é considerado pelos entrevistados, no máximo, como “notícia”. Do ponto de vista teórico, a informação precisa estabelecer conexão entre um emissor e um receptor. Assinala que, pelo caráter exploratório da pesquisa e parcial das conclusões, o estudo deve ser aprofundado. Conclui também que abrem-se caminhos para estudos na linha de uma antropologia e epistemologia histórica da informação, destacando a construção do corpo como espaço de memória e informação. |
id |
UFRGS-2_046f7774f35b55e57a271e6ae88896d8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/175303 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Bittencourt, Samantha ThiesenLima, Marcia Heloisa Tavares de FigueredoMassoni, Luis Fernando Herbert2018-05-03T02:26:49Z2017http://hdl.handle.net/10183/175303001062427Estudo de caráter teórico-prático que reflete de modo exploratório sobre a possibilidade de caracterização da pele tatuada como uma fonte de informação. Objetiva analisar de que modo a pele poderia ser considerada um suporte para uma tatuagem que seria considerada como registro ou conteúdo informacional. A prática da modificação corporal pode servir como um meio de rememoração histórico-cultural e informativa realizada através do uso de símbolos, adornos e demais manifestações de cunho pessoal, objetivando representar algo para si e para o outro. Do ponto de vista teórico-histórico, destaca que o uso de desenhos, linhas e demais expressões gráficas no corpo objetivou a diferenciação do indivíduo dentro dos grupos sociais nos quais se inseriu, ora como símbolo de transgressão e confronto e ora por imposição de normas sociais, religiosas e morais, como estigma ou castigo. No contemporâneo, a principal forma de expressão pela tatuagem é a escolha de símbolos, linhas e pontos como adorno para o corpo. Partiu-se da suposição que todos os tipos de desenhos e demais “riscos” são carregados de significados e de motivações, boas ou ruins. As conexões entre informação e tatuagem foram abordadas a partir da visão do corpo como um diário do indivíduo que as carrega na epiderme. Metodologicamente, o estudo é orientado por um viés fenomenológico, com abordagem qualitativa, exploratória e de natureza básica Do ponto de vista empírico, foram entrevistados três tatuadores da cidade de Porto Alegre, de modo a averiguar o ato de tatuar-se como um registro informacional. A análise das entrevistas exploratórias fez refletir que há diferentes razões que levam pessoas a tatuarem-se e os entrevistados consideram a tatuagem como um registro de história pessoal. O grupo social dos tatuadores é epistemologicamente diferente do meio acadêmico da Ciência da Informação e não domina os conceitos de informação discutidos na C.I. Algumas enunciações revelam uma intenção de informar e outras que tributam o ato de tatuar-se como moda ou registro particular sem intencionalidade de informar a terceiros. Dessa forma, esta pesquisa permite concluir parcialmente que a tatuagem pode ser considerada um registro subjetivo de memória e afeto íntimos não direcionados para outras pessoas, visto que o conceito de informação é considerado pelos entrevistados, no máximo, como “notícia”. Do ponto de vista teórico, a informação precisa estabelecer conexão entre um emissor e um receptor. Assinala que, pelo caráter exploratório da pesquisa e parcial das conclusões, o estudo deve ser aprofundado. Conclui também que abrem-se caminhos para estudos na linha de uma antropologia e epistemologia histórica da informação, destacando a construção do corpo como espaço de memória e informação.Theoretical-practical study which reflects, in an exploratory way, about the possibility of characterization of tattooed skin as a source of information. Objectifies to analyze which way can skin be considered a tattoo support that can be used as record or informational content. The practice of body modification can serve as a medium of historic-cultural remembrance performed through the use of symbols, ornaments and other personal nature manifestations, objectifying the representation of something to oneself and for others. From the theoretical-historic point of view, highlights that the use of drawings, lines and other graphical expressions in the body objectified individual differentiation inside the social groups on which it is inserted, as a symbol of transgression and confrontation or by the imposition of social, religious or moral standards, as stigma or punishment. At the contemporaneity, the main form of tattoo expression is the symbol, lines and dots choices as ornaments for the body. It started from the supposition that all kinds of drawing and other “scratchs” are loaded of meanings and motivations, good or bad. The connections between information and tattoo were addressed from the vision of the body as a daily of the individual that carries them on his epidermis. Methodologically, the study is oriented by a phenomenological bias, with a qualitative, exploratory approach of basic nature. From the empiric point of view, three tattoo artists from Porto Alegre were interviewed as a way of find out the act of tattooing oneself as an informational record The analysis of those exploratory interviews made to reflect there are different reasons that bring people to tattoo themselves and the interviewed consider the tattoo a personal history record. The tattoo artists social group is epistemologically different from the academics of Information Science and does not master the concepts of information discussed in I.S. Some enunciations reveal an intention to inform and others tribute the act of tattooing oneself as a style or particular record, with no intention to inform anything to third parties. This way, this research allows to partially conclude that the tattoo can be considered a subjective record of intimal afection and memory not directos to other people, since the interviewed consider that the concept of information is, at most, similar to "news". From a theoretical point of view, information needs to establish a connection between an emitter and a receiver. Concludes also that it open ways to studies in line with an historic anthropology and epistemology of the information, highlighting the construction of the body as a space of memory and information.application/pdfporTatuagemInformaçãoTattooInformation and MemoryInformation SupportsO corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2017Biblioteconomiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001062427.pdf001062427.pdfTexto completoapplication/pdf2850026http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175303/1/001062427.pdf78fecdb7d7beeaff7227470b7f2c35a9MD51TEXT001062427.pdf.txt001062427.pdf.txtExtracted Texttext/plain117982http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175303/2/001062427.pdf.txt99fd02d2c2be3bf215350e57b00c2fe7MD5210183/1753032018-05-04 02:26:19.146489oai:www.lume.ufrgs.br:10183/175303Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-05-04T05:26:19Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
title |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
spellingShingle |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação Bittencourt, Samantha Thiesen Tatuagem Informação Tattoo Information and Memory Information Supports |
title_short |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
title_full |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
title_fullStr |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
title_full_unstemmed |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
title_sort |
O corpo fala : um estudo sobre tatuagem e informação |
author |
Bittencourt, Samantha Thiesen |
author_facet |
Bittencourt, Samantha Thiesen |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Bittencourt, Samantha Thiesen |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Lima, Marcia Heloisa Tavares de Figueredo |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Massoni, Luis Fernando Herbert |
contributor_str_mv |
Lima, Marcia Heloisa Tavares de Figueredo Massoni, Luis Fernando Herbert |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Tatuagem Informação |
topic |
Tatuagem Informação Tattoo Information and Memory Information Supports |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Tattoo Information and Memory Information Supports |
description |
Estudo de caráter teórico-prático que reflete de modo exploratório sobre a possibilidade de caracterização da pele tatuada como uma fonte de informação. Objetiva analisar de que modo a pele poderia ser considerada um suporte para uma tatuagem que seria considerada como registro ou conteúdo informacional. A prática da modificação corporal pode servir como um meio de rememoração histórico-cultural e informativa realizada através do uso de símbolos, adornos e demais manifestações de cunho pessoal, objetivando representar algo para si e para o outro. Do ponto de vista teórico-histórico, destaca que o uso de desenhos, linhas e demais expressões gráficas no corpo objetivou a diferenciação do indivíduo dentro dos grupos sociais nos quais se inseriu, ora como símbolo de transgressão e confronto e ora por imposição de normas sociais, religiosas e morais, como estigma ou castigo. No contemporâneo, a principal forma de expressão pela tatuagem é a escolha de símbolos, linhas e pontos como adorno para o corpo. Partiu-se da suposição que todos os tipos de desenhos e demais “riscos” são carregados de significados e de motivações, boas ou ruins. As conexões entre informação e tatuagem foram abordadas a partir da visão do corpo como um diário do indivíduo que as carrega na epiderme. Metodologicamente, o estudo é orientado por um viés fenomenológico, com abordagem qualitativa, exploratória e de natureza básica Do ponto de vista empírico, foram entrevistados três tatuadores da cidade de Porto Alegre, de modo a averiguar o ato de tatuar-se como um registro informacional. A análise das entrevistas exploratórias fez refletir que há diferentes razões que levam pessoas a tatuarem-se e os entrevistados consideram a tatuagem como um registro de história pessoal. O grupo social dos tatuadores é epistemologicamente diferente do meio acadêmico da Ciência da Informação e não domina os conceitos de informação discutidos na C.I. Algumas enunciações revelam uma intenção de informar e outras que tributam o ato de tatuar-se como moda ou registro particular sem intencionalidade de informar a terceiros. Dessa forma, esta pesquisa permite concluir parcialmente que a tatuagem pode ser considerada um registro subjetivo de memória e afeto íntimos não direcionados para outras pessoas, visto que o conceito de informação é considerado pelos entrevistados, no máximo, como “notícia”. Do ponto de vista teórico, a informação precisa estabelecer conexão entre um emissor e um receptor. Assinala que, pelo caráter exploratório da pesquisa e parcial das conclusões, o estudo deve ser aprofundado. Conclui também que abrem-se caminhos para estudos na linha de uma antropologia e epistemologia histórica da informação, destacando a construção do corpo como espaço de memória e informação. |
publishDate |
2017 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2017 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-05-03T02:26:49Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/175303 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001062427 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/175303 |
identifier_str_mv |
001062427 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175303/1/001062427.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175303/2/001062427.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
78fecdb7d7beeaff7227470b7f2c35a9 99fd02d2c2be3bf215350e57b00c2fe7 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1798486891284135936 |