Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Madruga, Daniel da Rosa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/189193
Resumo: Neste trabalho é apresentada a caracterização de mineralizações supergênicas de cobre do Complexo Passo Feio (CPF), no município de Caçapava do Sul. As amostras foram obtidas em uma porção do CPF que aflora a leste do granito Caçapava (GC), Escudo Sul Riograndense, RS. O CPF é uma sequência meta vulcanossedimentar constituída por ardósias, filitos, xistos pelíticos e feldspáticos, mármores, quartzitos, metaconglomerados, rochas calciosilicáticas, anfibolitos além de metabasaltos e xistos magnesianos subordinados, equilibrados na fácies xisto verde a anfibolito inferior. O metamorfismo presente na região é de origem dinamotermal com superposição de metamorfismo de contato pela influência de corpos intrusivos. Trabalhos anteriores indicam a presença de assembleias minerais de alteração hidrotermal de alta e baixa temperatura ligada aos fluidos das intrusões granitoides. As amostras de mármores foram coletadas na região de Coronel Linhares em uma pedreira de calcário, junto a um contato com um sill do GC e em uma zona de falhas metassomatizada contendo sulfetos alterados. Foram analisados mármores dolomíticos com tremolita, cortados por microfraturas preenchidas por calcita, cloritas e sulfetos de cobre e ferro. Os minerais do mármore encaixante são dolomita, calcita, tremolita e talco, enquanto que a mineralogia da alteração hidrotermal é a mesma da encaixante, (exceto dolomita) além de sulfetos, clorita, serpentina e óxidos. Descrições de campo indicaram sulfetos altamente alterados junto à zona de falha e a petrografia revelou que esses sulfetos estão brechados, enquanto que os mármores apresentaram óxidos associados com veios de clorita e serpentina. O Microscópio Eletrônico de Varredura com um Espectrômetro por Dispersão em Energia (MEV/EDS) auxiliou tanto na observação dos hábitos dos minerais através de contraste topográficos quanto na identificação de linhas raios X características de cobre, zinco, ouro enxofre e ferro, além de permitir a elaboração de mapas composicionais de distribuição elementar. A espectroscopia micro Raman foi feita em seção polida de mármore e os espectros obtidos foram identificados com o banco de dados do software CrystalSleuth, sendo possível caracterizar espectros de tenorita, antigorita e smithsonita. A Difração de Raios X (DRX) confirmou a presença de fases maiores, como calcita, dolomita, flogopita e tremolita e a presença de clorita (chamosita) e serpentina (lizardita). A presença e distribuição dos minerais supergênicos de cobre na região estão condicionadas principalmente a descontinuidades físicas, que permitem a circulação de água meteórica, e a proximidade com os sulfetos primários de cobre e ferro. Os produtos de alteração da calcopirita e bornita são a covelita e calcantita, gerando fluidos altamente ácidos e redutores, carregando íons de cobre e enxofre. Esses fluidos ao se diluírem com a água meteórica e interagirem com os mármores, serpentinas e cloritas, tem seu pH e potencial de oxirredução aumentados, depositando tenorita e auricuprita em pressões parciais de CO2 abaixo de 10-3 atm. A ocorrência de diversas espécies de óxidos e hidróxidos de Cu - especialmente tenorita, auricuprita, connelita, calcantita, identificadas na região pioneiramente neste trabalho, está controlada pela circulação de água meteórica em zonas de falha.
id UFRGS-2_06b2bbfbd4680b337a8cb67b369bf226
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/189193
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Madruga, Daniel da RosaRemus, Marcus Vinicius DornelesHinrichs, Ruth2019-03-02T02:31:20Z2018http://hdl.handle.net/10183/189193001088764Neste trabalho é apresentada a caracterização de mineralizações supergênicas de cobre do Complexo Passo Feio (CPF), no município de Caçapava do Sul. As amostras foram obtidas em uma porção do CPF que aflora a leste do granito Caçapava (GC), Escudo Sul Riograndense, RS. O CPF é uma sequência meta vulcanossedimentar constituída por ardósias, filitos, xistos pelíticos e feldspáticos, mármores, quartzitos, metaconglomerados, rochas calciosilicáticas, anfibolitos além de metabasaltos e xistos magnesianos subordinados, equilibrados na fácies xisto verde a anfibolito inferior. O metamorfismo presente na região é de origem dinamotermal com superposição de metamorfismo de contato pela influência de corpos intrusivos. Trabalhos anteriores indicam a presença de assembleias minerais de alteração hidrotermal de alta e baixa temperatura ligada aos fluidos das intrusões granitoides. As amostras de mármores foram coletadas na região de Coronel Linhares em uma pedreira de calcário, junto a um contato com um sill do GC e em uma zona de falhas metassomatizada contendo sulfetos alterados. Foram analisados mármores dolomíticos com tremolita, cortados por microfraturas preenchidas por calcita, cloritas e sulfetos de cobre e ferro. Os minerais do mármore encaixante são dolomita, calcita, tremolita e talco, enquanto que a mineralogia da alteração hidrotermal é a mesma da encaixante, (exceto dolomita) além de sulfetos, clorita, serpentina e óxidos. Descrições de campo indicaram sulfetos altamente alterados junto à zona de falha e a petrografia revelou que esses sulfetos estão brechados, enquanto que os mármores apresentaram óxidos associados com veios de clorita e serpentina. O Microscópio Eletrônico de Varredura com um Espectrômetro por Dispersão em Energia (MEV/EDS) auxiliou tanto na observação dos hábitos dos minerais através de contraste topográficos quanto na identificação de linhas raios X características de cobre, zinco, ouro enxofre e ferro, além de permitir a elaboração de mapas composicionais de distribuição elementar. A espectroscopia micro Raman foi feita em seção polida de mármore e os espectros obtidos foram identificados com o banco de dados do software CrystalSleuth, sendo possível caracterizar espectros de tenorita, antigorita e smithsonita. A Difração de Raios X (DRX) confirmou a presença de fases maiores, como calcita, dolomita, flogopita e tremolita e a presença de clorita (chamosita) e serpentina (lizardita). A presença e distribuição dos minerais supergênicos de cobre na região estão condicionadas principalmente a descontinuidades físicas, que permitem a circulação de água meteórica, e a proximidade com os sulfetos primários de cobre e ferro. Os produtos de alteração da calcopirita e bornita são a covelita e calcantita, gerando fluidos altamente ácidos e redutores, carregando íons de cobre e enxofre. Esses fluidos ao se diluírem com a água meteórica e interagirem com os mármores, serpentinas e cloritas, tem seu pH e potencial de oxirredução aumentados, depositando tenorita e auricuprita em pressões parciais de CO2 abaixo de 10-3 atm. A ocorrência de diversas espécies de óxidos e hidróxidos de Cu - especialmente tenorita, auricuprita, connelita, calcantita, identificadas na região pioneiramente neste trabalho, está controlada pela circulação de água meteórica em zonas de falha.In this work the characterization of supergene copper mineralizations of the Passo Feio Complex (PFC) in the municipality of Caçapava do Sul is presented. The samples were obtained in a portion of the PFC that appears to the east of the Caçapava Granite (CG), Sul Riograndense Shield, in southern Brazil. The PFC is a meta volcano sedimentary sequence consisting of slates, phyllites, pelites, and feldspathic schists, marbles, quartzites, metaconglomerates, calcitic rocks, amphibolites, besides metabasalts and subordinate magnesian schists, balanced in green shale to lower amphibolite facies. The metamorphism present in the region is of dynamothermal origin, with superposition of contact metamorphism by the influence of intrusive bodies. Previous works indicate the presence of mineral assemblies of hydrothermal alteration of high and low temperature linked to fluids of the granitoid intrusions. The marble samples were collected in the region of Coronel Linhares in a limestone quarry, next to a contact with a CG sill and in a zone of metassomatised faults, containing altered sulphides. The analysed samples consisted of dolomite marbles containing tremolites, cut by microfractures filled with calcite, chlorites, and sulphides of copper and iron. The encasing marble consists of dolomite, calcite, tremolite and talc, while the mineralogy of the hydrothermal alteration is the same as that of the surrounding rock (except dolomite) besides sulfides, chlorite, serpentine, and oxides. Field descriptions indicated highly altered sulphides near the fault zone and petrography revealed that these sulphides are brecciated, while the marbles present oxides associated with chlorite and serpentine veins. Scanning electron microscopy and x-ray spectrometry (SEM/EDS) assisted both in the observation of the habits of the minerals by topographic contrast as well as in the identification of x-ray lines characteristic of copper, zinc, sulfur, gold, and iron, as well as in the elaboration of compositional maps. Micro Raman spectroscopy was performed on a polished section of marble and the obtained spectra were identified with the database of the software CrystalSleuth, identifying the minerals tenorite, antigorite and smithsonite. XRD confirmed the presence of calcite, dolomite, phlogopite, and tremolite, and chlorite (chamosite), and serpentine (lizardite). The presence and distribution of the supergenic copper minerals in the region are mainly conditioned by physical discontinuities that allow the circulation of meteoric water and to proximity of primary copper and iron sulphides. The alteration products of chalcopyrite and bornite form covelite and chalcanthite generating highly acidic and reducing fluids, which carry copper and sulfur ions. These fluids, when diluted with meteoric water and interacting with the marbles, serpentines and chlorites, have their pH and oxidation reduced, depositing tenorite and auricupride at partial pressures of CO2 below 10-3 atm. The occurrence of several species of oxides and hydroxides of Cu in this area - especially tenorite, auricupride, connelite, and calcanthite - reported for the first time in this work, are originated by fluid circulation (meteoric water) in the fault zones.application/pdfporMineralogiaMineralizaçãoMicroscópio eletrônico de varreduraSupergene mineralsRamanSEM/EDSMarbleCopperCaracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2018Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001088764.pdf.txt001088764.pdf.txtExtracted Texttext/plain126766http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189193/2/001088764.pdf.txtd695b204129af12d32203fc2697211c3MD52ORIGINAL001088764.pdfTexto completoapplication/pdf9394743http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189193/1/001088764.pdf20c5969c68f7d593be1472abf88609c9MD5110183/1891932019-03-03 02:28:53.065741oai:www.lume.ufrgs.br:10183/189193Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-03-03T05:28:53Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
title Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
spellingShingle Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
Madruga, Daniel da Rosa
Mineralogia
Mineralização
Microscópio eletrônico de varredura
Supergene minerals
Raman
SEM/EDS
Marble
Copper
title_short Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
title_full Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
title_fullStr Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
title_full_unstemmed Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
title_sort Caracterização da alteração supergênica nas mineralizações de sulfeto de cobre, região de Coronel Linhares, Caçapava do Sul
author Madruga, Daniel da Rosa
author_facet Madruga, Daniel da Rosa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Madruga, Daniel da Rosa
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Remus, Marcus Vinicius Dorneles
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Hinrichs, Ruth
contributor_str_mv Remus, Marcus Vinicius Dorneles
Hinrichs, Ruth
dc.subject.por.fl_str_mv Mineralogia
Mineralização
Microscópio eletrônico de varredura
topic Mineralogia
Mineralização
Microscópio eletrônico de varredura
Supergene minerals
Raman
SEM/EDS
Marble
Copper
dc.subject.eng.fl_str_mv Supergene minerals
Raman
SEM/EDS
Marble
Copper
description Neste trabalho é apresentada a caracterização de mineralizações supergênicas de cobre do Complexo Passo Feio (CPF), no município de Caçapava do Sul. As amostras foram obtidas em uma porção do CPF que aflora a leste do granito Caçapava (GC), Escudo Sul Riograndense, RS. O CPF é uma sequência meta vulcanossedimentar constituída por ardósias, filitos, xistos pelíticos e feldspáticos, mármores, quartzitos, metaconglomerados, rochas calciosilicáticas, anfibolitos além de metabasaltos e xistos magnesianos subordinados, equilibrados na fácies xisto verde a anfibolito inferior. O metamorfismo presente na região é de origem dinamotermal com superposição de metamorfismo de contato pela influência de corpos intrusivos. Trabalhos anteriores indicam a presença de assembleias minerais de alteração hidrotermal de alta e baixa temperatura ligada aos fluidos das intrusões granitoides. As amostras de mármores foram coletadas na região de Coronel Linhares em uma pedreira de calcário, junto a um contato com um sill do GC e em uma zona de falhas metassomatizada contendo sulfetos alterados. Foram analisados mármores dolomíticos com tremolita, cortados por microfraturas preenchidas por calcita, cloritas e sulfetos de cobre e ferro. Os minerais do mármore encaixante são dolomita, calcita, tremolita e talco, enquanto que a mineralogia da alteração hidrotermal é a mesma da encaixante, (exceto dolomita) além de sulfetos, clorita, serpentina e óxidos. Descrições de campo indicaram sulfetos altamente alterados junto à zona de falha e a petrografia revelou que esses sulfetos estão brechados, enquanto que os mármores apresentaram óxidos associados com veios de clorita e serpentina. O Microscópio Eletrônico de Varredura com um Espectrômetro por Dispersão em Energia (MEV/EDS) auxiliou tanto na observação dos hábitos dos minerais através de contraste topográficos quanto na identificação de linhas raios X características de cobre, zinco, ouro enxofre e ferro, além de permitir a elaboração de mapas composicionais de distribuição elementar. A espectroscopia micro Raman foi feita em seção polida de mármore e os espectros obtidos foram identificados com o banco de dados do software CrystalSleuth, sendo possível caracterizar espectros de tenorita, antigorita e smithsonita. A Difração de Raios X (DRX) confirmou a presença de fases maiores, como calcita, dolomita, flogopita e tremolita e a presença de clorita (chamosita) e serpentina (lizardita). A presença e distribuição dos minerais supergênicos de cobre na região estão condicionadas principalmente a descontinuidades físicas, que permitem a circulação de água meteórica, e a proximidade com os sulfetos primários de cobre e ferro. Os produtos de alteração da calcopirita e bornita são a covelita e calcantita, gerando fluidos altamente ácidos e redutores, carregando íons de cobre e enxofre. Esses fluidos ao se diluírem com a água meteórica e interagirem com os mármores, serpentinas e cloritas, tem seu pH e potencial de oxirredução aumentados, depositando tenorita e auricuprita em pressões parciais de CO2 abaixo de 10-3 atm. A ocorrência de diversas espécies de óxidos e hidróxidos de Cu - especialmente tenorita, auricuprita, connelita, calcantita, identificadas na região pioneiramente neste trabalho, está controlada pela circulação de água meteórica em zonas de falha.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-03-02T02:31:20Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/189193
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001088764
url http://hdl.handle.net/10183/189193
identifier_str_mv 001088764
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189193/2/001088764.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189193/1/001088764.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv d695b204129af12d32203fc2697211c3
20c5969c68f7d593be1472abf88609c9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224568221728768