Reflexos da (in)capacidade de estar só em tempos de isolamento social na pandemia COVID-19
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/231319 |
Resumo: | As medidas adotadas em diversos países, necessárias como tentativa de contenção da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), desencadearam mudanças radicais no dia a dia dos indivíduos, ocasionando sentimentos de incerteza, angústia, ansiedade e depressão na população em geral. O aumento do sentimento de solidão levou muitos indivíduos a utilizarem recursos internos e pôs à prova a capacidade de estar só. Alguns conceitos psicanalíticos evidenciam que o indivíduo que atinge um ego integrado, através de cuidados maternos suficientemente bons nos momentos primitivos, como bebê, adquire a capacidade de estar só. Isso ressalta a importância das primeiras relações objetais para a construção de um mundo interno satisfatório. Em contrapartida, a interrupção desse amadurecimento emocional pode despertar no sujeito adulto a utilização de mecanismos de ordem externa, como diversos tipos de adições, exposição a comportamentos de risco e, provavelmente, no caso da pandemia, desrespeito às medidas de distanciamento social. Diante disso, observase quão importante é o desenvolvimento saudável das primeiras relações objetais para que o indivíduo seja capaz de lidar com a solidão, e adote estratégias saudáveis ao longo da vida, inclusive em situações críticas. Assim, esse artigo se propõe a revisar alguns aspectos da teoria psicanalítica sobre a capacidade de estar só dentro do desenvolvimento emocional e compreender as consequências psíquicas resultantes das falhas nessa etapa da vida psíquica dos indivíduos. |
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Macedo, Malu Joyce de AmorimCosta, Beatriz LimaFernandes, Maria João BaptistaFreitas, Lucia Helena Machado2021-10-27T04:26:27Z20211516-8530http://hdl.handle.net/10183/231319001132116As medidas adotadas em diversos países, necessárias como tentativa de contenção da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), desencadearam mudanças radicais no dia a dia dos indivíduos, ocasionando sentimentos de incerteza, angústia, ansiedade e depressão na população em geral. O aumento do sentimento de solidão levou muitos indivíduos a utilizarem recursos internos e pôs à prova a capacidade de estar só. Alguns conceitos psicanalíticos evidenciam que o indivíduo que atinge um ego integrado, através de cuidados maternos suficientemente bons nos momentos primitivos, como bebê, adquire a capacidade de estar só. Isso ressalta a importância das primeiras relações objetais para a construção de um mundo interno satisfatório. Em contrapartida, a interrupção desse amadurecimento emocional pode despertar no sujeito adulto a utilização de mecanismos de ordem externa, como diversos tipos de adições, exposição a comportamentos de risco e, provavelmente, no caso da pandemia, desrespeito às medidas de distanciamento social. Diante disso, observase quão importante é o desenvolvimento saudável das primeiras relações objetais para que o indivíduo seja capaz de lidar com a solidão, e adote estratégias saudáveis ao longo da vida, inclusive em situações críticas. Assim, esse artigo se propõe a revisar alguns aspectos da teoria psicanalítica sobre a capacidade de estar só dentro do desenvolvimento emocional e compreender as consequências psíquicas resultantes das falhas nessa etapa da vida psíquica dos indivíduos.The measures adopted in several countries, necessary as an attempt to contain the pandemic caused by the new coronavirus (COVID 19), triggered radical changes in the daily lives of individuals, causing feelings of uncertainty, anguish, anxiety and depression in the general population. The increased feeling of loneliness has led many individuals to use internal resources and test their ability to be alone. Some psychoanalytic concepts show that the individual who reaches an integrated ego, through maternal care good enough in primitive moments, as a baby, acquires the ability to be alone. This underscores the importance of early object relations for building a satisfying inner world. On the other hand, the interruption of this emotional maturation can awaken in the adult the use of external mechanisms, such as various types of addictions, exposure to risky behaviors and probably, in the case of the pandemic, disrespect to the measures of social distancing. Therefore, it is observed how important the healthy development of the first object relations is for the individual to be able to deal with loneliness, and to adopt healthy strategies throughout life, including in critical situations. Thus, this article set out to review some aspects of psychoanalytic theory about the ability to be alone within emotional development and to understand the psychic consequences resulting from failures in this stage of the psychic life of individuals.Las medidas adoptadas en varios países, necesarias como intento de contener la pandemia por el nuevo coronavirus (COVID 19), desencadenaron cambios radicales en la vida cotidiana de las personas, causando sentimientos de incertidumbre, angustia, ansiedad y depresión en la población en general. El aumento de la sensación de soledad ha llevado a muchas personas a utilizar recursos internos y ha puesto a prueba la capacidad de estar solos. Algunos conceptos psicoanalíticos muestran que el individuo que alcanza un ego integrado, a través del cuidado materno suficientemente bueno en momentos primitivos, como un bebé, adquiere la capacidad de estar solo. Esto resalta la importancia de las primeras relaciones de objeto para la construcción de un mundo interno satisfactorio. Por otro lado, la interrupción de esta maduración emocional puede despertar en el sujeto adulto el uso de mecanismos externos, como varios tipos de adicciones, la exposición a conductas de riesgo y probablemente, en el caso de la pandemia, la falta de respeto a las medidas de distanciamiento social. Por lo tanto, se observa cuán importante es el sano desarrollo de las primeras relaciones de objeto para que el individuo sea capaz de afrontar la soledad y adoptar estrategias saludables a lo largo de la vida, incluso en situaciones críticas. Así, este artículo se propuso revisar algunos aspectos de la teoría psicoanalítica sobre la capacidad de estar solo dentro del desarrollo emocional y comprender las consecuencias psíquicas derivadas de los fracasos en esta etapa de la vida psíquica de los individuos.application/pdfporRevista brasileira de psicoterapia. Porto Alegre. Vol. 23, no. 1 (2021), p. 249-258.COVID-19Infecções por coronavirusPandemiasRevisãoSolidãoPsicanáliseIsolamento socialLonelinessAbility to be alonePsychoanalysisSocial isolationCapacidad de estar soloSoledadPsicoanálisisAislamiento socialReflexos da (in)capacidade de estar só em tempos de isolamento social na pandemia COVID-19Reflections of the (in)ability to be alone in times of social isolation in pandemia COVID-19 Reflexiones de la (in)capacidad de estar solo en tiempos de aislamiento social en la pandemia COVID-19 info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001132116.pdf.txt001132116.pdf.txtExtracted Texttext/plain32819http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/231319/2/001132116.pdf.txt72b96c314b09ce7ca157f51cb95e768bMD52ORIGINAL001132116.pdfTexto completoapplication/pdf378272http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/231319/1/001132116.pdf161c8eeb8c876f983a5b068edbd2a417MD5110183/2313192021-11-20 06:05:15.478257oai:www.lume.ufrgs.br:10183/231319Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-11-20T08:05:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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