Análise da dieta da rã-das-pedras Thoropa saxatilis Cocroft and Heyer, 1988, espécie ameaçada de extinção do sul do Brasil

• Autor(a) principal: Mainardi, Marina Denser
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/180430
• topic: Thoropa saxatilis Cocroft and Heyer; Cycloramphidae; Ecologia alimentar; Mata Atlântica : Rio Grande do Sul; Feeding ecology; Cycloramphidae; Rio Grande do Sul; Atlantic forest

Durante sua ontogenia, anfíbios ocupam importantes posições na cadeia trófica, e compreender as variações de dieta ao longo deste ciclo é importante no estudo das interações dos anfíbios com o ecossistema, trazendo também informações de habitat, comportamento e forrageio. Conhecimento sobre alimentação e comportamento é essencial para conservação. Espécies do gênero Thoropa vivem em paredões úmidos de cachoeiras, com hábito alimentar generalista. Este trabalho visa descrever a dieta de Thoropa saxatilis (ameaçada no sul do Brasil), e identificar diferenças entre sexos e estágios ontogenéticos, obtendo informações comportamentais e ambientais. Espera-se que T. saxatilis apresente dieta similar às outras espécies do gênero, com diferentes dietas entre estágios e sexos, e hábito alimentar generalista.Foram analisados conteúdos obtidos por lavagem estomacal, onde uma sonda é inserida pela boca até o estômago e, com uma seringa ligada à sonda, injeta-se água até o alimento ser regurgitado. O conteúdo estomacal, fixado em álcool 70%, foi identificado até nível de ordem. Foram analisadas três populações (Pedras Brancas, Forqueta e Chuvisqueiro) com no mínimo dez indivíduos por sexo e idade. Para comparação da dieta com a disponibilidade no ambiente, foi feita uma amostragem de invertebrados na localidade de Pedras Brancas, com três parcelas nos hábitats de pedra úmida, pedra seca e moita A triagem dos conteúdos mostrou presença significativa das ordens Hymenoptera, Coleoptera e larvas não identificadas. A análise não indicou diferença de dieta entre sexos, mas sim entre estágios ontogenéticos. Jovens, devido ao tamanho, ingerem quantidade significativa de artrópodes menores (principalmente larvas e colêmbolos). Duas áreas (Pedras Brancas e Forqueta) não apresentam diferenças nos conteúdos, enquanto em Chuvisqueiro a dieta difere consideravelmente; tal variação pode ser explicada pela disponibilidade de alimento. Diferente do que se esperava, a comparação entre os itens ingeridos com os artrópodes coletados no ambiente indica uma preferência significativa por coleópteros, himenópteros e larvas.