Análise dos eventos adversos pós-vacinação notificados no período de 2005 a 2010

• Autor(a) principal: Perin, João Lucas da Rosa
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/149708
• topic: Testes de hipóteses; Regressão logística; Adverse events following immunization; Vaccines; Hypothesis tests; Logistic regression

A vacinação contribuiu para o controle efetivo de diversas doenças infecciosas nas ´ultimas décadas, porém, mesmo que remota, há a possibilidade de ocorrerem eventos adversos após a aplicação. Este projeto tem como objetivo geral analisar um banco de dados a respeito de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) ocorridos nos estados da federação. Foram estudados casos ocorridos entre 2005 e 2010 em crianças brasileiras menores do que 10 anos de idade. Especificamente, pode-se dividir o estudo em quatro objetivos: comparar as 8 vacinas pertencentes ao calendário obrigatório infantil de 2008 quanto aos eventos mais prevalentes; comparar as vacinas quanto a idade das crianças que sofreram os eventos; avaliar os EAPV quanto a fatores associados `a chance de hospitalização da criança; estimar a media de notificação de eventos adversos conforme a vacina aplicada. Para alcançar o primeiro objetivo, utilizamos medidas descritivas de frequência e inferências de associação a partir do teste qui-quadrado de homogeneidade e da análise dos resíduos ajustados. Para alcançar o segundo objetivo, utilizamos os testes n˜ao-paramétricos de Kruskall-Wallis e Dunn. Para alcançar o terceiro objetivo, utilizamos um modelo de regressão logística para dados correlacionados, através de equações de estimação generalizadas (GEE - logistic model). Para alcançar o quarto objetivo, utilizamos dados do IBGE referentes aos totais de aplicações vacinais, analisando frequências de eventos a cada 100 mil doses (taxa de notificação de eventos). No total foram constatados 47.105 EAPV para as 8 vacinas obrigatórias, onde cada criança sofreu pelo menos um evento. Notou-se que as associações positivas mais significativas foram da vacina tetravalente com os eventos episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH), convulsão e febre, das vacinas contra tríplice viral e contra febre amarela com o evento exantema generalizado e da vacina BCG com aumento dos gânglios linfáticos. A BCG foi a vacina com maior associação negativa (proteção) com os eventos EHH e convulsão. Casos adversos ocorridos em crianças que tenham idade inferior a 1 ano resultam em chances significativamente maiores de hospitalização do que em crianças de 5 a 9 anos completos de vida. A maior taxa de notificação foi para a vacina TETRA e a menor foi para a vacina VOP, com, respectivamente, 60,1 e 2,3 eventos para cada 100 mil aplicações. A vigilância passiva de EAPV mostrou-se útil para comparar a magnitude e as características particulares de eventos associados a cada uma das 8 vacinas em estudo.