Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/187668 |
Resumo: | O sofrimento, como um evento que acompanha o homem desde a sua mais remota existência, é um processo complexo e multifacetado debatido nas diferentes áreas de conhecimento. O presente artigo visa apresentar a contribuição da Antropologia para esse debate, voltando-se para a dimensão social da aflição, mais particularmente o que tem sido chamado de sofrimento social. Iniciando com uma exposição sobre os conceitos que se referem a problemas da saúde, sugere-se que o sofrimento é social não somente por ser causado por ou ocorrer em condições sociais específicas, mas porque, como um todo, é um processo social corporificado nos sujeitos históricos. A partir da exposição de um caso etnográfico de indígenas que vivem no Rio Grande do Sul, Brasil, discute-se três faces do sofrimento social: (1) as apropriações autorizadas ou contestadas do sofrimento coletivo; (2) a medicalização da vida; e (3) o sofrimento na relação com as políticas públicas. Para concluir, chamamos a atenção para a diferença entre o reconhecimento de um problema de saúde e de um processo de sofrimento social, sendo esse último caracterizado pela indissociabilidade das dimensões físicas, psicológicas, morais e sociais do mal estar. Ressaltamos que a contribuição da Antropologia está na disponibilização de ferramentas teóricas e metodológicas que nos permitam perguntar, de uma maneira comprometida com os sujeitos, sua história e situação social, como o sofrimento é produzido e reconhecido e quais as implicações éticas e políticas dos diferentes tipos de reconhecimento. |
id |
UFRGS-2_146d044dfff79cbbecc55a0f663d632c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/187668 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Victora, Ceres Gomes2019-01-11T04:08:34Z20111981-6278http://hdl.handle.net/10183/187668000820621O sofrimento, como um evento que acompanha o homem desde a sua mais remota existência, é um processo complexo e multifacetado debatido nas diferentes áreas de conhecimento. O presente artigo visa apresentar a contribuição da Antropologia para esse debate, voltando-se para a dimensão social da aflição, mais particularmente o que tem sido chamado de sofrimento social. Iniciando com uma exposição sobre os conceitos que se referem a problemas da saúde, sugere-se que o sofrimento é social não somente por ser causado por ou ocorrer em condições sociais específicas, mas porque, como um todo, é um processo social corporificado nos sujeitos históricos. A partir da exposição de um caso etnográfico de indígenas que vivem no Rio Grande do Sul, Brasil, discute-se três faces do sofrimento social: (1) as apropriações autorizadas ou contestadas do sofrimento coletivo; (2) a medicalização da vida; e (3) o sofrimento na relação com as políticas públicas. Para concluir, chamamos a atenção para a diferença entre o reconhecimento de um problema de saúde e de um processo de sofrimento social, sendo esse último caracterizado pela indissociabilidade das dimensões físicas, psicológicas, morais e sociais do mal estar. Ressaltamos que a contribuição da Antropologia está na disponibilização de ferramentas teóricas e metodológicas que nos permitam perguntar, de uma maneira comprometida com os sujeitos, sua história e situação social, como o sofrimento é produzido e reconhecido e quais as implicações éticas e políticas dos diferentes tipos de reconhecimento.application/pdfporRECIIS : revista eletrônica de comunicação, informação & inovação em saúde. Rio de Janeiro. Vol. 5, n. 4 (dez. 2011), p. 3-13SofrimentoAntropologia do corpo e da saúdePopulação indígenaBrasilSofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologiainfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000820621.pdf.txt000820621.pdf.txtExtracted Texttext/plain50358http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187668/2/000820621.pdf.txt6c184949c5691389c3be6fdcd0946d8bMD52ORIGINAL000820621.pdfTexto completoapplication/pdf99128http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187668/1/000820621.pdfa2c2f26a6f6b73f41f29dd24d48d180bMD5110183/1876682019-01-12 04:22:22.339928oai:www.lume.ufrgs.br:10183/187668Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-01-12T06:22:22Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
title |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
spellingShingle |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia Victora, Ceres Gomes Sofrimento Antropologia do corpo e da saúde População indígena Brasil |
title_short |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
title_full |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
title_fullStr |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
title_full_unstemmed |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
title_sort |
Sofrimento social e a corporificação do mundo : contribuições a partir da Antropologia |
author |
Victora, Ceres Gomes |
author_facet |
Victora, Ceres Gomes |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Victora, Ceres Gomes |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Sofrimento Antropologia do corpo e da saúde População indígena Brasil |
topic |
Sofrimento Antropologia do corpo e da saúde População indígena Brasil |
description |
O sofrimento, como um evento que acompanha o homem desde a sua mais remota existência, é um processo complexo e multifacetado debatido nas diferentes áreas de conhecimento. O presente artigo visa apresentar a contribuição da Antropologia para esse debate, voltando-se para a dimensão social da aflição, mais particularmente o que tem sido chamado de sofrimento social. Iniciando com uma exposição sobre os conceitos que se referem a problemas da saúde, sugere-se que o sofrimento é social não somente por ser causado por ou ocorrer em condições sociais específicas, mas porque, como um todo, é um processo social corporificado nos sujeitos históricos. A partir da exposição de um caso etnográfico de indígenas que vivem no Rio Grande do Sul, Brasil, discute-se três faces do sofrimento social: (1) as apropriações autorizadas ou contestadas do sofrimento coletivo; (2) a medicalização da vida; e (3) o sofrimento na relação com as políticas públicas. Para concluir, chamamos a atenção para a diferença entre o reconhecimento de um problema de saúde e de um processo de sofrimento social, sendo esse último caracterizado pela indissociabilidade das dimensões físicas, psicológicas, morais e sociais do mal estar. Ressaltamos que a contribuição da Antropologia está na disponibilização de ferramentas teóricas e metodológicas que nos permitam perguntar, de uma maneira comprometida com os sujeitos, sua história e situação social, como o sofrimento é produzido e reconhecido e quais as implicações éticas e políticas dos diferentes tipos de reconhecimento. |
publishDate |
2011 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2011 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-01-11T04:08:34Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/187668 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
1981-6278 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000820621 |
identifier_str_mv |
1981-6278 000820621 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/187668 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
RECIIS : revista eletrônica de comunicação, informação & inovação em saúde. Rio de Janeiro. Vol. 5, n. 4 (dez. 2011), p. 3-13 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187668/2/000820621.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/187668/1/000820621.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
6c184949c5691389c3be6fdcd0946d8b a2c2f26a6f6b73f41f29dd24d48d180b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224959645712384 |