Autoridade, hierarquia e diferença : um intercurso nos terreiros afro-gaúchos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bernardo, Anderson Kilpp
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234412
Resumo: Esse trabalho buscou descrever e analisar como os adeptos das religiões afro-gaúchas estabelecem relações de autoridade, hierarquia e convivem com as diferenças dentro e fora dos terreiros. O trabalho de campo se baseou em duas casas de religião localizadas na zona sul de Porto Alegre, as quais cultuam o Batuque, a Umbanda e a Quimbanda. O material analisado é fruto de intercursos semanais aos terreiros nos dias de cerimônias públicas e ritos específicos, além de entrevistas abertas e visitas às casas dos adeptos. Em primeiro lugar, procurei demonstrar que a entrada em uma dessas religiões marca o encontro com alteridades radicais, que influenciam nos corpos e nas trajetórias dos afro-religiosos. Em seguida, pensando com Birman (1995), tematizo as formas de convivência com as diferenças entre cultos no mesmo lugar, onde as demarcações são colocadas não apenas em termos simbólicos, mas estéticos e materiais. Procurei investigar se os cultos contam com alguma forma de hierarquização entre eles e se é possível imaginá-los como unidades independentes ou se são, antes disso, complementares. Me aproprio das reflexões de Sennet (2014) e Weber (1999) sobre o que pode significar o conceito de autoridade e como as pessoas do terreiro o reconfiguram. Por fim, comparo os sacerdotes dos terreiros com a chefia indígena sul-americana a partir do trabalho de Clastres (2014). Como conclusão provisória, aponto para a autoridade do terreiro como mais um dos elementos que circulam, remodelando a paisagem simbólica, produzindo novos lugares de prestígio, legitimidade e liderança.
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