Texto e têxtil em O livro de travesseiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Andrei dos Santos
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/159724
Resumo: Este texto é uma proposta de reflexão em três partes sobre o tema “roupa” em O Livro de Travesseiro, de Sei Shônagon (Japão, séculos X–XI), discutindo a importância dos fazeres relacionados ao têxtil na sociedade aristocrática japonesa da Antiguidade; as suas ressonâncias no contexto da moda no século XX; e a maneira como a metáfora escritura-corpo-vestimenta atualiza-se e amplifica-se na adaptação do livro para o cinema. No livro, texto, têxtil e memória confundem-se, formando uma metáfora complexa que é também um comentário sobre a condição feminina na Corte Imperial de Heian. A adaptação da obra para o cinema (O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway, 1996) conta com a colaboração do designer desconstrutivista Martin Margiela, e acrescenta novas camadas interpretativas a esse aglomerado de imagens relacionadas aos atos de escrever, tecer, ler, traduzir, adaptar e desconstruir. O caráter fragmentário da obra literária pode ainda ser lido como em diálogo com o jornalismo de moda do século XX. O ideal estético do okashi, da literatura clássica japonesa, encontra eco no conceito de pizzazz, de Diana Vreeland, assim como no esteticismo da poética modernista. A roupa como metáfora do texto e a ideia de que roupa é texto estão presentes nesses três momentos interpretativos.
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