Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spilki, Fernando Rosado
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Esteves, Paulo Augusto, Franco, Ana Claudia, Lima, Marcelo de, Holz, Carine Lidiane, Batista, Helena Beatriz de Carvalho Ruthner, Driemeier, David, Flores, Eduardo Furtado, Weiblen, Rudi, Roehe, Paulo Michel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/78118
Resumo: Com o objetivo de avaliar a capacidade dos herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 (BHV-1 e BHV-5) de invadir e replicar no sistema nervoso central (SNC) (neuroinvasividade), bem como sua capacidade de induzir doença neurológica (neurovirulência), coelhos com 30 a 35 dias de idade foram inoculados com uma amostra do Herpesvírus da Encefalite Bovina (BHV-5; amostra EVI 88/95) ou com amostras de BHV- 1 (Los Angeles ou Cooper), pelas vias intratecal (IT) e intranasal (IN). A inoculação da amostra de BHV-5, tanto pela via IT como IN, induziu sinais clínicos neurológicos em 100% (12/12) dos coelhos inoculados. Os exames histopatológicos revelaram um quadro de meningoencefalite não-purulenta multifocal, caracterizada por gliose multifocal e infiltrados perivasculares. O vírus foi isolado de várias áreas do SNC desses animais. As amostras de BHV-1, quando inoculadas pela via IT, não foram neurovirulentas. A amostra Los Angeles de BHV-1, quando administrada pela via IN, induziu sinais respiratórios severos, além de sinais neurológicos em 57% (4/7) dos animais inoculados. Entretanto, o exame histopatológico destes quatro animais revelou vasculite e trombose no pulmão e cérebro, este último apresentando focos de necrose neuronal, porém sem lesões indicativas de encefalite. Isso sugere que os sinais neurológicos foram, provavelmente, conseqüentes a prejuízos no fluxo sangüíneo encefálico, e não a danos neuronais provocados pela inoculação desse vírus. A amostra Cooper de BHV-1, quando inoculada pela via IN, induziu apenas sinais leves de infecção respiratória. Estes resultados indicam que apenas a amostra de BHV-5 foi capaz de invadir e replicar no encéfalo dos coelhos quando inoculada tanto por via IN como IT, apresentando neuroinvasividade e neurovirulência. É possível que estas observações tenham relação com o fato de amostras de BHV-5 freqüentemente causarem encefalites, em contraposição a infecções pelo BHV- 1, onde encefalites são raramente observadas.
id UFRGS-2_18060a274583a45c5c8b69edb2c564de
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/78118
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Spilki, Fernando RosadoEsteves, Paulo AugustoFranco, Ana ClaudiaLima, Marcelo deHolz, Carine LidianeBatista, Helena Beatriz de Carvalho RuthnerDriemeier, DavidFlores, Eduardo FurtadoWeiblen, RudiRoehe, Paulo Michel2013-09-18T01:45:49Z20020100-736Xhttp://hdl.handle.net/10183/78118000390074Com o objetivo de avaliar a capacidade dos herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 (BHV-1 e BHV-5) de invadir e replicar no sistema nervoso central (SNC) (neuroinvasividade), bem como sua capacidade de induzir doença neurológica (neurovirulência), coelhos com 30 a 35 dias de idade foram inoculados com uma amostra do Herpesvírus da Encefalite Bovina (BHV-5; amostra EVI 88/95) ou com amostras de BHV- 1 (Los Angeles ou Cooper), pelas vias intratecal (IT) e intranasal (IN). A inoculação da amostra de BHV-5, tanto pela via IT como IN, induziu sinais clínicos neurológicos em 100% (12/12) dos coelhos inoculados. Os exames histopatológicos revelaram um quadro de meningoencefalite não-purulenta multifocal, caracterizada por gliose multifocal e infiltrados perivasculares. O vírus foi isolado de várias áreas do SNC desses animais. As amostras de BHV-1, quando inoculadas pela via IT, não foram neurovirulentas. A amostra Los Angeles de BHV-1, quando administrada pela via IN, induziu sinais respiratórios severos, além de sinais neurológicos em 57% (4/7) dos animais inoculados. Entretanto, o exame histopatológico destes quatro animais revelou vasculite e trombose no pulmão e cérebro, este último apresentando focos de necrose neuronal, porém sem lesões indicativas de encefalite. Isso sugere que os sinais neurológicos foram, provavelmente, conseqüentes a prejuízos no fluxo sangüíneo encefálico, e não a danos neuronais provocados pela inoculação desse vírus. A amostra Cooper de BHV-1, quando inoculada pela via IN, induziu apenas sinais leves de infecção respiratória. Estes resultados indicam que apenas a amostra de BHV-5 foi capaz de invadir e replicar no encéfalo dos coelhos quando inoculada tanto por via IN como IT, apresentando neuroinvasividade e neurovirulência. É possível que estas observações tenham relação com o fato de amostras de BHV-5 freqüentemente causarem encefalites, em contraposição a infecções pelo BHV- 1, onde encefalites são raramente observadas.In order to determine the capacity of bovine herpesvirus type 1 and 5 (BHV-1 and BHV-5) to invade, multiply and spread along the central nervous system (CNS) (neuroinvasiveness), as well as their potential to induce neurological illness (neurovirulence), 30 to 35 days old rabbits were inoculated with the BHV-5 strain EVI 88 / 95 and Los Angeles and Cooper BHV-1 strains, by the intrathecal (IT) and intranasal (IN) routes. The BHV-5 strain induced severe neurological clinical signs in 100% (12/12) of the rabbits inoculated by both routes. Histopathological examination revealed multifocal non-suppurative meningoencephalitis, characterized by multifocal gliosis and perivascular cuffing. Virus was recovered from many parts of the brain. Both BHV-1 strains, when inoculated via IT route, were not neurovirulent. The strain Los Angeles, after IN inoculation, induced signs of severe respiratory disease (7/7), as well as signs of neurological impairment, indistinguishable from those induced by BHV-5, in 57% (4/7) of the infected rabbits. However, the rabbits with nervous signs revealed at histopathology vasculitis and thrombosis in lungs and brain, the latter with foci of neuronal necrosis, but no lesions indicative of encephalitis, suggesting that neural damage was probably consequent to tissue anoxia. The BHV-1 strain Cooper, after IN inoculation, induced only mild signs of respiratory disease. These findings indicate that the BHV-5 strain was both neuroinvasive and neurovirulent, since it was capable of invading, spreading and multiplying in the rabbits’ brains by both routes of inoculation, yet causing neurological disease, apparently consequent to virus induced neural damage. The BHV-1 Los Angeles strain was not neuroinvasive, whereas its neurovirulence was probably consequent to tissue anoxia, which histologically seemed not to be related to direct viral pathogenic effect. The BHV-1 strain Cooper was neither neurovirulent nor neuroinvasive for rabbits. It is possible that these observations bear relationship with the frequent association of BHV-5 with encephalitis in cattle, as opposed to BHV-1 encephalitis, which is a rare event in nature.application/pdfporPesquisa veterinária brasileira. Rio de Janeiro. Vol. 22, n. 2 (abr./jun. 2002), p. 58-63Herpesvírus bovinosPatologia veterinaria : BovinosInfectious bovine rhinotracheitisIBRBHV-1Bovine encephalitis herpesvirusBHV-5Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhosNeurovirulence and neuroinvasiveness of bovine herpesvirus type 1 and 5 in rabbits info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000390074.pdf000390074.pdfTexto completoapplication/pdf726417http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/1/000390074.pdffad6eb9ec55c337256547e88f0f62a3dMD51TEXT000390074.pdf.txt000390074.pdf.txtExtracted Texttext/plain33447http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/2/000390074.pdf.txtae97d01e6b4825be1ea0af526fcca73dMD52THUMBNAIL000390074.pdf.jpg000390074.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2021http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/3/000390074.pdf.jpg28e5705251338e3966842ac56148ade4MD5310183/781182019-01-11 04:10:21.73059oai:www.lume.ufrgs.br:10183/78118Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-01-11T06:10:21Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Neurovirulence and neuroinvasiveness of bovine herpesvirus type 1 and 5 in rabbits
title Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
spellingShingle Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
Spilki, Fernando Rosado
Herpesvírus bovinos
Patologia veterinaria : Bovinos
Infectious bovine rhinotracheitis
IBR
BHV-1
Bovine encephalitis herpesvirus
BHV-5
title_short Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
title_full Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
title_fullStr Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
title_full_unstemmed Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
title_sort Neurovirulência e neuroinvasividade de herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 em coelhos
author Spilki, Fernando Rosado
author_facet Spilki, Fernando Rosado
Esteves, Paulo Augusto
Franco, Ana Claudia
Lima, Marcelo de
Holz, Carine Lidiane
Batista, Helena Beatriz de Carvalho Ruthner
Driemeier, David
Flores, Eduardo Furtado
Weiblen, Rudi
Roehe, Paulo Michel
author_role author
author2 Esteves, Paulo Augusto
Franco, Ana Claudia
Lima, Marcelo de
Holz, Carine Lidiane
Batista, Helena Beatriz de Carvalho Ruthner
Driemeier, David
Flores, Eduardo Furtado
Weiblen, Rudi
Roehe, Paulo Michel
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Spilki, Fernando Rosado
Esteves, Paulo Augusto
Franco, Ana Claudia
Lima, Marcelo de
Holz, Carine Lidiane
Batista, Helena Beatriz de Carvalho Ruthner
Driemeier, David
Flores, Eduardo Furtado
Weiblen, Rudi
Roehe, Paulo Michel
dc.subject.por.fl_str_mv Herpesvírus bovinos
Patologia veterinaria : Bovinos
topic Herpesvírus bovinos
Patologia veterinaria : Bovinos
Infectious bovine rhinotracheitis
IBR
BHV-1
Bovine encephalitis herpesvirus
BHV-5
dc.subject.eng.fl_str_mv Infectious bovine rhinotracheitis
IBR
BHV-1
Bovine encephalitis herpesvirus
BHV-5
description Com o objetivo de avaliar a capacidade dos herpesvírus bovinos tipos 1 e 5 (BHV-1 e BHV-5) de invadir e replicar no sistema nervoso central (SNC) (neuroinvasividade), bem como sua capacidade de induzir doença neurológica (neurovirulência), coelhos com 30 a 35 dias de idade foram inoculados com uma amostra do Herpesvírus da Encefalite Bovina (BHV-5; amostra EVI 88/95) ou com amostras de BHV- 1 (Los Angeles ou Cooper), pelas vias intratecal (IT) e intranasal (IN). A inoculação da amostra de BHV-5, tanto pela via IT como IN, induziu sinais clínicos neurológicos em 100% (12/12) dos coelhos inoculados. Os exames histopatológicos revelaram um quadro de meningoencefalite não-purulenta multifocal, caracterizada por gliose multifocal e infiltrados perivasculares. O vírus foi isolado de várias áreas do SNC desses animais. As amostras de BHV-1, quando inoculadas pela via IT, não foram neurovirulentas. A amostra Los Angeles de BHV-1, quando administrada pela via IN, induziu sinais respiratórios severos, além de sinais neurológicos em 57% (4/7) dos animais inoculados. Entretanto, o exame histopatológico destes quatro animais revelou vasculite e trombose no pulmão e cérebro, este último apresentando focos de necrose neuronal, porém sem lesões indicativas de encefalite. Isso sugere que os sinais neurológicos foram, provavelmente, conseqüentes a prejuízos no fluxo sangüíneo encefálico, e não a danos neuronais provocados pela inoculação desse vírus. A amostra Cooper de BHV-1, quando inoculada pela via IN, induziu apenas sinais leves de infecção respiratória. Estes resultados indicam que apenas a amostra de BHV-5 foi capaz de invadir e replicar no encéfalo dos coelhos quando inoculada tanto por via IN como IT, apresentando neuroinvasividade e neurovirulência. É possível que estas observações tenham relação com o fato de amostras de BHV-5 freqüentemente causarem encefalites, em contraposição a infecções pelo BHV- 1, onde encefalites são raramente observadas.
publishDate 2002
dc.date.issued.fl_str_mv 2002
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-09-18T01:45:49Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/78118
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0100-736X
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000390074
identifier_str_mv 0100-736X
000390074
url http://hdl.handle.net/10183/78118
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Pesquisa veterinária brasileira. Rio de Janeiro. Vol. 22, n. 2 (abr./jun. 2002), p. 58-63
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/1/000390074.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/2/000390074.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78118/3/000390074.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv fad6eb9ec55c337256547e88f0f62a3d
ae97d01e6b4825be1ea0af526fcca73d
28e5705251338e3966842ac56148ade4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224802329952256