Modelo faciológico das coquinas do albardão na plataforma interna do RS

• Autor(a) principal: Okoe, Paul Michel Nii Anang
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/216247
• topic: Hidrocarboneto; Sedimentologia; Rochas carbonáticas; Petróleo : Reservatório; Coquinas; Inner shelf; Albardão; Bathymetric highs; Oil reservoir

Os depósitos de coquinas são importantes reservatórios de hidrocarbonetos no Brasil, no entanto, um desafio em termos de modelagem de reservatórios devido a sua complexidade e heterogeneidade. Para tal, é fundamental avaliar critérios sedimentológicos, estruturais e tafonômicos para proposição de seus modelos faciológicos e deposicionais . Partindo dessa premissa, o presente trabalho tem por objetivo interpretar geneticamente os sedimentos mistos carbonato - siliciclásticos através da descrição faciológica, suas interações com forças hidrodinâmicas e destacar a influência morfoestrutural na distribuição dos depósitos bioclásticos na plataforma continental de Albardão. Esta plataforma, localizada na borda sudoeste da Bacia de Pelotas, apresenta uma litologia mista composta por areia fina, relativamente limpa e conchas de bivalves. A sua morfologia é caracterizada pela presença de vários bancos arenosos vinculados aos ciclos transgressivos e regressivos do nível do mar, formando linhas isobatimétricas irregulares que indicam a presença de vários altos batimétricos de origem estrutural decorrente do processo evolutivo da bacia. Abrange cerca de 33.000 km² e é limitada ao norte pela desembocadura da Lagoa dos Patos e ao sul pelo Arroio Chuí. Foram analisadas sedimentologicamente e tafonomicamente, 137 amostras de sedimento de fundo, coletadas em 3 operações oceanográficas. Com base nessas análises, três fácies carbonáticas foram reconhecidas em analogia ao esquema de classificação das rochas carbonáticas, uma fácies híbrida e quatro fácies siliciclástica. Estes foram agrupados em três associações de fácies: fácies de alta energia composta por rudstones (Rf) e grainstones (Gf), com conchas altamente fragmentadas abundantemente presentes na face da praia - a ntepraia ( foreshore - shoreface ) , acima do FWWB onde ocorre acentuado retrabalhamento mecânico dos sedimentos, principalmente durante os eventos de tempestade; fácies de energia moderada constituindo-se de areia híbrida (Hs), areia (S) e areia lamosa (mS), e ntre o FWWB e o SWB, presente na zona de transição offshore ( transitional ) com ampla ação de winnowing e baixa taxa de retrabalhamento; fácies de baixa energia representada por lama arenosa (sM), lama (M) e lama micrítica (Mc), marcada pela decantação dos sedimentos finos abaixo do SWB ( offshore ) . Em isóbatas <30 m, em direção à costa, preferencialmente em altos batimétricos, Rf e Gf prevalecem, exibindo uma geometria alongada na direção NE - SW com uma distribuição lateral heterogênea, enquanto sM, M e Mc predominam nas regiões mais profundas,> 50 m, com a mesma geometria. Hs, S, mS marcam a zona de transição, sendo proposto o seguinte modelo de fácies marinho raso, em direção à praia; M, Mc, sM, mS, S, Hs, Gf e Rf. Os resultados indicam uma faciologia de fundo controlada pela profundidade, pela morfologia dos altos batimétricos, pela declividade da plataforma interna, e pelo fluxo de energia das ondas incidentes com Rf e Gf sendo os reservatórios mais reconhecidos com alta permo-porosidade.